Qual é a única aptidão comum a todos os homens? É a aptidão de mudar.
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Eu compus metamorfose ambulante aos 12 anos de idade ou menos.
Quando a casa do vizinho está pegando fogo, a minha casa está em perigo.
A História enferma com demasiada frequência do impulso de transformar em números e tendências as rugosidades, as assimetrias e os paladares.
Só quem confia se dá, dando tudo, porque a sua esperança é maior do que os seus medos. Só quem acredita constrói o amanhã como um tempo melhor. Fazendo do seu presente um presente na vida dos outros.
Às vezes os sentimentos melancólicos trazem consigo algum prazer também, um prazer suave, íntimo, consolador.
Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.
A afectação da virtude custa mais que o seu exercício.
As amizades que se fundam a partir do interesse, por interesse terminam.
A vida e a confiança, só se perdem uma vez.
Ninguém é bom juiz, nem mau advogado, em causa própria.
O poder deixa-nos tal como somos e apenas engrandece os grandes.
O óbvio é aquilo que nunca é visto até que alguém o manifeste com simplicidade.
Sim, tenho o Prêmio Nobel. E quê? Não que eu achava pouco ter o Prêmio Nobel, não, não. É que no fundo, no fundo, tudo é pouco, tudo é insignificante.
O obséquio produz amigos; a verdade, ódio.
O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive.
Tudo o que é belo morre no homem, mas não na arte.
A pobreza não tira a nobreza a ninguém, a riqueza sim.
Quando nascemos, assinámos logo um contrato com a morte. Porque é que depois fazemos todo o possível por não cumpri-lo?
Escrevo quase todos os dias, quando posso, à noite. Faço uma primeira versão, que escrevo em blocos, na cama, sentado no chão. Sempre à noite porque não acho fascinante levantar-me cedo. Fico até às tantas.