O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive.
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Tudo o que é belo morre no homem, mas não na arte.
A pobreza não tira a nobreza a ninguém, a riqueza sim.
Quando nascemos, assinámos logo um contrato com a morte. Porque é que depois fazemos todo o possível por não cumpri-lo?
Escrevo quase todos os dias, quando posso, à noite. Faço uma primeira versão, que escrevo em blocos, na cama, sentado no chão. Sempre à noite porque não acho fascinante levantar-me cedo. Fico até às tantas.
À questão: – O que é a arte? – seria possível responder brincando (mas não seria uma brincadeira tola): que a arte é o que todos sabem o que é.
Quantos amores a vida nos dá? Amor é como um sonho, às vezes único. Se nos descuidarmos ele se dissipa como a névoa da manhã. O amor é um bem tão valioso que somente o cofre do coração pode guardá-lo em segurança!
A ferrugem gasta mais do que o trabalho.
Sábios fazem a adversidade e néscios a prosperidade.
A política e os destinos da humanidade são forjados por homens sem ideais nem grandeza. Aqueles que têm grandeza interior não se encaminham para a política.
Tão pobres somos que as mesmas palavras nos servem para exprimir a mentira e a verdade.
A felicidade consiste principalmente em acomodar-nos com a nossa sorte.
Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade.
No fundo, não há bons nem maus. Há apenas os que sentem prazer em fazer o bem e os que sentem prazer em fazer o mal. Tudo é volúpia…
Com vinte anos todos têm o rosto que Deus lhes deu; com quarenta, o rosto que lhes deu a vida; e com sessenta, o rosto que merecem.
Sentimentos Carnais
Sentimentos carnais, esses que agitam
Todo o teu ser e o tornam convulsivo…
Sentimentos indômitos que gritam
Na febre intensa de um desejo altivo.Ânsias mortais, angústias que palpitam,
Vãs dilacerações de um sonho esquivo,
Perdido, errante, pelos céus, que fitam
Do alto, nas almas, o tormento vivo.Vãs dilacerações de um Sonho estranho,
Errante, como ovelhas de um rebanho,
Na noite de hóstias de astros constelada…Errante, errante, ao turbilhão dos ventos,
Sentimentos carnais, vãos sentimentos
De chama pelos tempos apagada…
O plágio é necessário. É o progresso que o implica. Ele analisa de perto a frase de um autor, serve-se das suas expressões, apaga uma ideia errada, substitui-a pela correcta.
Por maior vergonha que tenhamos merecido, está quase sempre em nosso poder o restabelecimento da nossa reputação.
Bolsa de quatro cantos não chega aos paus.
Mais vale ser belo do que bom, porém, mais vale ser bom do que feio.