Aprender é a única de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.
Recentes
Trabalho comum, trabalho de nenhum.
Na hora de bater as botas, diante da pergunta ‘Que mais poderia ter sido minha vida?’, é tocante constatar que, no fundo, gostaríamos que tivesse sido mais do mesmo.
Um verdadeiro amigo não é o hóspede que recebemos em nossa casa, que sentamos à nossa mesa, e agasalhamos nos nossos lençois. O verdadeiro amigo é o confidente que recebemos no coração. Estes são muito raros. Ao acaso podemos deparar-nos com um: ao passo que nos esforçamos inutilmente se o procuramos. Um tal amigo, ao menos para mim, há-de ter sofrido muito, há-de ter perdoado todas as afrontas, há-de ter bebido um cálice de fel, sem gemer uma queixa.
O homem é um animal vicioso.
Não há no mundo palavras tão convincentes como as lágrimas.
Há pessoas que têm o dom de inspirar-me uma fulminante simpatia à primeira vista – quase sempre aliás, injustificada.
A avareza e a ambição mostram-se mais descontentes do que não têm, do que satisfeitas com o que possuem.
O Soneto
Nas formas voluptuosas o soneto
Tem fascinante, cálida fragrância
E as leves, langues curvas de elegância
De extravagante e mórbido esqueleto.A graça nobre e grave do quarteto
Recebe a original intolerância,
Toda a sutil, secreta extravagância
Que transborda terceto por terceto.E como um singular polichinelo
Ondula, ondeia, curioso e belo,
O Soneto , nas formas caprichosas.As rimas dão-lhe a púrpura vetusta
E nas mais rara procissão augusta
Surge o Sonho das almas dolorosas…
A poesia é mais profunda e filosófica do que a história.
Seja humilde, pois, até o sol com toda sua grandeza se põe e deixa a lua brilhar.
Procure ser um homem de valor, em vez de ser um homem de sucesso.
O ignorante espanta-se do mesmo que o sábio mais admira.
Maio ventoso, ano rendoso.
Os Captivos
Encostados ás grades da prisão,
Olham o céo os palidos captivos.
Já com raios obliquos, fugitivos,
Despede o sol um ultimo clarão.Entre sombras, no longe, vagamente,
Morrem as vozes na extensão saudosa.
Cae do espaço, pesada, silenciosa,
A tristeza das cousas, lentamente.E os captivos suspiram. Bandos de aves
Passam velozes, passam apressados,
Como absortos em intimos cuidados,
Como absortos em pensamentos graves.E dizem os captivos: Na amplidão
Jamais se extingue a eterna claridade…
A ave tem o vôo e a liberdade…
O homem tem os muros da prisão!Aonde ides? qual é vossa jornada?
Á luz? á aurora? á immensidade? aonde?
— Porém o bando passa e mal responde:
Á noite, á escuridão, ao abysmo, ao nada! —E os captivos suspiram. Surge o vento,
Surge e perpassa esquivo e inquieto,
Como quem traz algum pezar secreto,
Como quem soffre e cala algum tormento.E dizem os captivos: Que tristezas,
Que segredos antigos, que desditas,
Caminheiro de estradas infinitas,
Te levam a gemer pelas devezas?
Convêm que os homens digam o que não sabem e, por ofício, o inverso do que sabem. Assim se forma esta outra incurável: a esperança.
Estar errado é mentir sem saber.
Palavras, palavras, só palavras. Tem-se acendido fogueiras em nome da caridade, tem-se guilhotinado em nome da fraternidade. No teatro das coisas humanas, o cartaz é quase sempre o contrário da peça.
A maior parte das mulheres que escrevem as suas memórias, só se pintam em busto.
A conversação é um comércio. Se nela entrais sem fundos, o comércio não pode ter lugar.