A Adversidade Ă© Essencial
PorquĂȘ espantar-nos que possa ser vantajoso, por vezes mesmo desejĂĄvel, expor-nos ao fogo, Ă s feridas, Ă morte, Ă prisĂŁo? Para o homem esbanjador a austeridade Ă© um castigo, para o preguiçoso o trabalho equivale a um suplĂcio; ao efeminado toda a labuta causa dĂł, para o indolente qualquer esforço Ă© uma tortura: pela mesma ordem de ideias toda a actividade de que nos sentimos incapazes se nos afigura dura e intolerĂĄvel, esquecendo-nos de que para muitos Ă© uma autĂȘntica tortura passar sem vinho ou acordar de madrugada! Qualquer destas situaçÔes nĂŁo Ă© difĂcil por natureza, os homens Ă© que sĂŁo moles e efeminados!
Para formar juĂzos de valor sobre as grandes questĂ”es hĂĄ que ter uma grande alma, pois de outro modo atribuiremos Ă s coisas um defeito que Ă© apenas nosso, tal como objectos perfeitamente direitos nos parecem tortos e partidos ao meio quando os vemos metidos dentro de ĂĄgua. O que interessa nĂŁo Ă© o que vemos, mas o modo como o vemos; e no geral o espĂrito humano mostra-se cego para a verdade!
Indica-me um jovem ainda incorrupto e de espĂrito alerta, e ele nĂŁo hesitarĂĄ em julgar mais afortunado o homem capaz de suportar todo o peso da adversidade sem dobrar os ombros,
Passagens sobre Adversidade
93 resultadosOs nossos amigos conhecem-nos na prosperidade. NĂłs conhecemos os nossos amigos na adversidade.
Na escola da adversidade aprende-se a prudĂȘncia.
A Adversidade Ă© o primeiro caminho para a Verdade.
A adversidade une os homens e produz beleza e harmonia nos relacionamentos da vida, assim como o frio do inverno produz os cristais de gelo nas vidraças, que desaparecem com o calor.
Na prosperidade, nossos amigos nos conhecem; na adversidade, nĂłs conhecemos nossos amigos.
NĂŁo deixe que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades.
Såbios fazem a adversidade e néscios a prosperidade.
A adversidade pĂ”e Ă prova os espĂritos.
As Pessoas Sensatas
PlatĂŁo comparava a vida a um jogo de dados, no qual devĂȘssemos fazer um lance vantajoso e, depois, bom uso dos pontos obtidos, quaisquer que fossem. O primeiro item, o lance vantajoso, nĂŁo depende do nosso arbĂtrio; mas receber de maneira apropriada o que a sorte nos conceder, assinalando a cada coisa um lugar tal que o que mais apreciamos nos cause o maior bem e o que mais aborrecemos o menor mal – isso nos incumbe, se formos sensatos. Os homens que defrontam a vida sem habilidade ou inteligĂȘncia sĂŁo como enfermos que nĂŁo podem tolerar nem o calor nem o frio; a prosperidade exalta-os e a adversidade desalenta-os. SĂŁo perturbados por uma e por outra, ou melhor, por si prĂłprios, numa ou noutra, nĂŁo menos na prosperidade que na adversidade.
Teodoro, chamado o Ateu, costumava dizer que oferecia os seus discursos com a mĂŁo direita, mas os seus ouvintes recebiam-nos com a esquerda; os ignaros frequentemente dĂŁo mostras da sua inĂ©pcia oferecendo Ă Fortuna uma recepção canhestra quando ela se apresenta de modo destro. Mas as pessoas sensatas agem como as abelhas, que extraem mel do tomilho, planta muito seca e azeda; similarmente, as pessoas sensatas muitas vezes obtĂȘm para si algo de Ăștil e aprazĂvel das mais adversas situaçÔes.
Na adversidade se conhecem os amigos.
A verdade Ă© dura nos vĂcios e doce na adversidade.
A Sabedoria da Calma
Aquele que mantĂ©m a calma diante de todas as adversidades da vida mostra simplesmente ter conhecimento de quĂŁo imensos e mĂșltiplos sĂŁo os seus possĂveis males, motivo pelo qual ele considera o mal presente uma parte muito pequena daquilo que lhe poderia advir: e, inversamente, quem sabe desse facto e reflecte sobre ele nunca perderĂĄ a calma.