A Individualidade Não Se Deixa Representar
Conselho ao intelectual: Não deixes que te representem. A fungibilidade das obras e das pessoas e a crença daí derivada de que todos têm de poder fazer tudo revelam-se no seio do estado vigente como grilhões. O ideal igualitário da representatividade é uma fraude, se não for sustentado pelo princípio da revogabilidade e da responsabilidade do rank and file. O mais poderoso é justamente o que menos faz, o que mais se pode encarregar daquele a que se dedica e sua vantagem arrecada. Parece colectivismo e fica-se apenas pela demasiado boa opinião de si mesmo, pela exclusão do trabalho, graças à disposição do trabalho alheio.
Na produção material está solidamente implantada a substituibilidade. A quantificação dos processos laborais diminui tendencialmente a diferença entre o encargo do director geral e o do empregado de uma estação de serviço. É uma ideologia miserável pensar que, nas actuais condições, para a admininstração de um trust se requer mais inteligência, experiência e preparação do que para ler um manómetro. Mas enquanto na produção material há um apego tenaz a esta ideologia, o espírito da que lhe é contrária cai na submissão. Tal é a cada vez mais ruinosa doutrina da universitas litterarum, da igualdade de todos na república das ciências,
Passagens sobre Ajuda
165 resultadosO que mais nos incomoda é ver nossos sonhos frustrados. Mas permanecer no desânimo não ajuda em nada para a concretização desses sonhos. Se ficarmos assim, nem vamos em busca dos nossos sonhos, nem recuperamos o bom humor! Este estado de confusão propício ao crescimento da ira, é muito perigoso. Temos de nos esforçar e não permitir que a nossa serenidade seja perturbada.
As Obras e os Mistérios do Amor
Quem ama não sente o amor no seu coração. Vive no coração do amor. O amor que nos oferece os sonhos mais belos e nos faz voar, é o mesmo que nos crava os espinhos mais duros na carne e se faz mar nas nossas lágrimas.
O amor faz o que quer, onde e quando alguém o aceita. Não tem outras mãos ou olhos senão os nossos. A força do amor é aquela de que nós formos capazes. Por isso, amar é, antes de tudo, aceitar.
Há quem entregue a sua vida por amor. Quem se abandone a si mesmo, deixando para trás aquilo que outros julgam ser o seu maior tesouro… A vida é para amar, quem não ama, apenas sobrevive.
Há quem morra por amor. Mas esta vida é apenas um pedaço de outra, maior, que só é vivida pelos que tiverem a coragem imprudente de ser luz e calor na vida de alguém, aceitando-o como é… e como quer ser. Sem o julgar. Respeitando sempre os seus espaços e os seus tempos, o seu passado e o seu futuro. Amar é corrigir e ajudar quem se ama a ser melhor, mas não o obrigando aos nossos pensamentos e sentimentos,
Ajuda o teu semelhante a levantar a carga, mas não a levá-la.
Não deves ignorar Deus e querer comunicar-se com espíritos diversos achando que ‘é mais prático’. Muitos espíritos que atendem a esse tipo de chamado são espíritos baixos. Deves servir apenas a Deus e orar nesse sentido. Quando assim procederes, receberás ajuda de espíritos enviados a ti por meios naturais, os quais, diferentemente daqueles outros, são mensageiros de Deus.
A vida de um indivíduo só faz sentido se ajuda a tornar a vida das demais criaturas mais nobres e mais bela.
Há (em Portugal) realizadores muitíssimo bons, e devia ser mais desenvolvido e exportado em força, o que dava entrada de dinheiro! Eu dizia, na proporção de um país pequeno, pobre e na situação em que está, que o nosso cinema merecia uma ajuda para que os filmes corressem mundo e fossem também uma entrada económica de resultados.
O esforço para ajudar o próximo a subir na vida é o mais nobre ato de amor. Se encontrares alguém empurrando um carro com dificuldade, ajuda-o. Ajuda cada pessoa que encontrares, a fim de que ela possa se elevar um degrau que seja. Assim, tua alma também se elevará com a ajuda de todos.
Hábito e Inércia
Ao princípio, somos carne animada pela alma; a meio caminho, meias máquinas; perto do fim, autómatos rígidos e gelados como cadáveres. Quando a morte chega, encontramo-nos em tudo semelhantes aos mortos. Esta petrificação progressiva é obra do hábito.
O hábito torna-nos cegos às maravilhas do mundo – indiferentes e inconscientes perante os milagres quotidianos -, embota a força dos sentidos e dos sentimentos – torna-nos escravos dos costumes, mesmo tristes e culpados: suprime a vista, espanto, fogo e liberdade. Escravos, frígidos, insensatos, cegos: tudo propriedade dos cadáveres. A subjugação aos hábitos é uma subjugação da morte; um suicídio gradual do espírito.
O hábito suprime as cores, incrusta, esconde: partes da nossa vida afundam-se gradualmente na inconsciência e deixam de ser vida para se tornarem peças de um mecanismo imprevisto. O círculo do espontâneo reduz-se; a liberdade e novidade decaem na monotonia do vulgar.
É como se o sangue se tornasse, a pouco e pouco, sólido como os ossos e a alma um sistema de correias e rodas. A matéria não passa de espírito petrificado pelos hábitos. Nasce-se espírito e matéria e termina-se apenas como matéria. A casca converteu em madeira a própria linfa.
A casca é necessária para proteger o albume,
Vista do ângulo negativo, a vida é uma mútua importunação entre pessoas. Vista do ângulo positivo, ela é uma mútua ajuda entre as pessoas. Não temas receber a ajuda dos outros. Em compensação, não poupes esforços para ajudar os outros. Vista do ângulo positivo, na vida só existe ajuda mútua. E onde há ajuda mútua existe o mundo de amor, o mundo de luz.
Carrego as Estações Comigo
Carrego as estações comigo
e tenho as mãos cansadas.
No bolso esquerdo um riacho murmura.
Ali, onde pequenas pedras se acumulam,
uma canção exala seu vapor,
depois se perde.Jardins de Primavera circulam no meu corpo
Um céu de ouro verte seu perfume
e um vento ignorado agita suas asas.
Pasto de segredos, mescla de memória
e desejo, meu corpo caminha com a chuva
(carrego as estações comigo)
à procura do sonho de uma nuvem fria.Tantas folhas trago nos braços
que um pássaro, solidário, se oferece
para carregar as estações comigo.
Do peito aberto os meus jardins se vão
e o pássaro me ajuda, memória
e desejo, a semear meu corpo.Ali planto meus braços.
Debaixo daquelas flores meus olhos ficam.
Os pés, roídos pela terra, penduro numa árvore.
O tronco multiplico em cem pedaços:
Lá vai, junto com as pedras,
no bojo do riacho antigo.E pois que carrego as estações comigo
os lábios deixo além, no descampado.
E peço ao pássaro que pelos cabelos atire
o que sobrou de mim
àquele mar onde me espera a memória
e o desejo do tempo em que não soube
carregar as estações comigo.
Quem não ajuda, atrapalha.
Não provamos nosso sentimento ao amigo, compartilhando as suas lamentações, mas sim com a nossa ajuda activa.
A juventude não precisa de piedade, mas de verdade. Há muito jovem que me pede ajuda onde não há ajuda possível, pois ninguém pode viver por eles a sua própria vida, remontar às fontes do ser. Porque a poesia é a perpétua procura dessas águas.
Há quatro espécies de amigos que o são sinceramente: o que ajuda, o que permanece igual na prosperidade e no infortúnio, o que dá um bom conselho e o que tem uma simpatia real por nós.
Se chamares experiências às tuas dificuldades e recordares que cada experiência te ajuda a amadurecer, vais crescer vigoroso e feliz, não importa quão adversas pareçam as circunstâncias.
Tirania e Liberdade Lado a Lado
Tirania e liberdade não se podem considerar isoladas, mesmo se, vistas temporalmente, se revezam uma à outra. Não há dúvidas de que se pode dizer que a tirania suprime e aniquila a liberdade – mas, por outro lado, uma tirania só pode ser possível, quando a liberdade se domestica e se volatiliza no seu conveito vazio.
O ser humano tende a confiar no aparelho político ou ainda a submeter-se-lhe, quando devia haurir das suas próprias fontes. O que é uma falha em imaginação. Ele tem de conhecer os pontos nos quais não pode deixar que a sua decisão soberana seja negociada. Enquanto as coisas estiverem em ordem, a água estará canalizada e a corrente eléctrica ligada. Se a vida e a propriedade forem ameaçadas, um grito de alarme fará afluir magicamente Bombeiros e Polícia. O grande perigo está em que o ser humano conta em excesso com estas ajudas e fica desamparado quando lhe faltam. Todo o conforto tem de ser pago. A situação do animal doméstico arrasta atrás de si a do animal de abate.
Ajuda teu semelhante a levantar a sua carga, porém, não a carregá-la.
Mais ingrato é aquele que ajuda o outro, com o intuito de ser louvado, do que aquele que não agradece.
A introdução de abstrações adequadas é a nossa única ajuda mental para reduzir o apelo à enumeração, para organizar e dominar a complexidade.