Lágrima
Cheia de penas me deito
E com mais penas me levanto
Já me ficou no meu peito
O jeito de te querer tantoTenho por meu desespero
Dentro de mim o castigo
Eu digo que não te quero
E de noite sonho contigoSe considero que um dia hei-de morrer
No desespero que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile no chão
E deixo-me adormecerSe eu soubesse que morrendo
Tu me havias de chorar
Por uma lágrima tua
Que alegria me deixaria matar
Passagens de Amália Rodrigues
14 resultadosO fado esteve comigo desde sempre. Aos doze anos fazia chorar as pessoas que me ouviam cantar. A essa altura… acabava eu por chorar também.
Graças a Deus, eu sinto que tenho um amor muito grande dos portugueses, porque ando há 53 anos a cantar em Portugal e nunca desiludi ninguém. Eu sou o que sou.
Acho inúteis nossos corpos
Quando o desejo é certeza
Há anos que pergunto o porquê daquilo que me acontece. Não sei bem… talvez por isso estou sempre a agradecer a Deus a vida que me deu.
… tive que beber e não gostei nada.
Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar.
Estranha forma de vida
Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes onde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.
Fui convidada para ficar em Espanha, França, Hollywood… nunca aceitei, não seria capaz de abandonar o meu país.
Estou sempre a dizer a toda a gente que não chego ao ano 2000.
O que interessa é sentir o fado. Porque o fado não se canta, acontece. O fado sente-se, não se compreende, nem se explica.
O fado é um mistério. Nunca ninguém vai conseguir explicá-lo!
Achavam que eu era melhor toalha que tinham em casa mas nunca me ajudaram a ser a Amália Rodrigues.
Não tenho medo da morte, porque tenho fé e, sobretudo, lucidez. Sou frágil nas pequenas coisas, mas forte nas grandes.