Passagens sobre Amizade

554 resultados
Frases sobre amizade, poemas sobre amizade e outras passagens sobre amizade para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

A (Má-)Emoção Controlada Pela Razão

Há a ideia de que quando se concede à razão inteira liberdade ela destrói todas as emoções profundas. Esta opinião parece-me devida a uma concepção inteiramente errada da função da razão na vida humana. Não é objectivo da razão gerar emoções, embora possa ser parte da sua função descobrir os meios de impedir que tais emoções sejam um obstáculo ao bem-estar. Descobrir os meios de dminuir o ódio e a inveja é sem dúvida parte da função da psicologia racional. Mas é um erro supor que diminuindo essas paixões, diminuiremos ao mesmo tempo a intensidade das paixões que a razão não condena.
No amor apaixonado, na afeição dos pais, na amizade, na benevolência, na devoção às ciências ou às artes, nada há que a razão deseje diminuir. O homem racional, quando sente essas emoções, ficará contente por as sentir e nada deve fazer para diminuir a sua intensidade, pois todas elas fazem parte da verdadeira vida, isto é, da vida cujo objectivo é a felicidade, a própria e a dos outros. Nada há de irracional nas paixões como paixões e muitas pessoas irracionais sentem sómente as paixões mais triviais. Ninguém deve recear que ao optar pela razão torne triste a vida.

Continue lendo…

Com a intimidade, com o amor, com a sua abertura a muita gente, fica mais rico. E se puder viver em amor profundo, em amizade profunda, em intimidade profunda com muitas pessoas, terá vivido de maneira acertada e, onde quer que por acaso esteja, aprendeu a arte e também aí viverá, felizmente.

Companheirismo A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar ao outro todos os seus defeitos e suas qualidades.

Amizades são inexplicáveis e não devem ser explicadas, se não se deseja destruí-las.

Cantar do Amigo Perfeito

Passado o mar, passado o mundo, em longes praias,
de areia e ténues vagas, como esta
em que haverá de nossos passos a memória
embora soterrada pela areia nova,
e em que sobre as muralhas quanta sombra
na pedra carcomida guarda que passámos,
em longes praias, outras nuvens, outras vozes,
ainda recordas esta, ó meu amigo?

Aqui passeámos tanta vez, por entre os corpos
da alheia juventude, impudica ou severa,
esplêndida ou sem graça, à venda ou pronta a dar-se,
ido na brisa o sol às mais sombrias curvas;
e o meu e o teu olhar guiando-se leais,
de nós um para o outro conquistando
– em longes praias, outras nuvens, outras vozes,
ainda recordas, diz, ó meu amigo?

Também aqui relembro as ruas tenebrosas,
de vulto em vulto percorridas, lado a lado,
numa nudez sem espírito, confiança
tranquila e áspera, animal e tácita,
já menos que amizade, mas diversa
da suspeição do amor, tão cauta e delicada
– em longes praias, outras nuvens, outras vozes,
ainda as recordas, diz, ó meu amigo?

Também aqui,

Continue lendo…

E toma cuidado, pois, se não conservares essas amizades, será bem difícil conquistares outras semelhantes no futuro; amizades, quero dizer, fora da classe à qual pertences: e assim viverás numa única classe, e o homem que frequenta uma única classe social é como o estudioso que lê apenas um livro.

A sensação da amizade é semelhante à de se estar confortavelmente cheio de rosbife; o amor, é como estar alegrado pelo champanhe.

Nós nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e morremos sozinhos. Somente através do amor e das amizades é que podemos criar a ilusão, durante um momento, de que não estamos sozinhos.

Suportem-se então os prazeres do amor e da amizade. O principal deles é o de se ter alguém à mão para exercitar a nossa vocação sadomasoquista.

Quem me dera, ao menos uma vez, ter de volta todo o ouro que entreguei a quem conseguiu me convencer que era prova de amizade se alguém levasse embora até o que eu não tinha.

III – A Idéia Consoladora

Vendo as ondas correr para o ocidente,
Corre mais do que elas a saudade,
Mas espero que a minha enfermidade
O mesmo me consinta brevemente.

Com saúde mais lustre dar à mente
É cousa que enobrece a humanidade;
Contudo agora o paga a amizade
Da pátria, e da família, cruelmente;

Mas consola-me a idéia, — que mais forte
Lhes voltarei para melhor amá-los,
Pois mais anos assim até a morte

Eu mostrarei que sempre quis ligá-los
Na feliz, e também na infeliz sorte
Para, amando-os, ainda consolá-los.

Ninguém tem o monopólio da razão. Tenha a dimensão da sua e limite-se a ela, não se permita ‘invadir’ espaço alheio. Apossar-se da razão do outro é entrar em conflito e pôr em risco o vínculo da amizade.

Dizem que existe um amor lentamente criado pelo hábito, emanação da amizade contraída pela semelhança de vontades, resultado de uma demorada elaboração de dous espíritos que se consagram no mutuo sacrifício de propensões e desejos. Não sei o que seja isto. A razão rejeita essas cândidas teorias. Eu só creio no amor não esperado, não granjeado por sacrifícios, não calculado de dia para dia.