Aprendi que uma vida não vale nada, mas também que nada vale uma vida.
Passagens de André Malraux
59 resultadosA tragédia da morte consiste em que ela transforma a vida em destino.
A coragem é uma coisa que se organiza.
Cada civilização é obcecada, visível ou invisivelmente, pelo que pensa sobre a morte.
A cultura não se herda, conquista-se.
Não existe herói sem platéia.
A verdadeira barbárie é Dachau; a verdadeira civilização é, antes de tudo, a parte do homem que os campos de extermínio quiseram destruir.
A cultura é o que satisfaz o homem quando ele se pergunta o que ele faz na terra.
Miséria deste século; não há muito eram as más acções que tinham de ser justificadas; hoje são as boas.
Quem se mata corre atrás de uma imagem que forjou de si próprio: as pessoas matam-se sempre para existir.
A coisa mais importante na vida é se encarregar de nunca estar abatido.
Não se faz política com a moral, mas também não se faz mais sem ela.
Pode-se gostar que o sentido da palavra arte seja tentar dar aos homens a consciência da grandeza que ignoram neles mesmos.
Velhice Reveladora
– Pode enganar-se a vida muito tempo, mas ela acaba sempre por fazer de nós aquilo para que somos feitos. Todos os velhos são um testemunho, vá, e se tantas velhices são vazias, é porque outros tantos homens o eram e o escondiam. Mas mesmo isto não tem importância. Era preciso que os homens pudessem saber que não há real, que existem mundos de contemplação… com ou sem ópio… em que tudo é vão…
– Onde se contempla o quê?
– Talvez nada mais que esta vaidade… É muito.
A esperança dos homens é a sua razão de viver e de morrer.
Se compreendêssemos, nunca mais poderíamos julgar.
Há artistas desajeitados, não há estilos desajeitados.
Ideais Fatais
Não há ideal a que possamos sacrificar-nos, porque de todos eles conhecemos a mentira, nós os que ignoramos em absoluto o que seja a verdade. A sombra terrestre que se alonga por detrás dos deuses de mármore basta para nos afastar deles. Ah, com que amplexo o homem se estreitou a si próprio! Pátria, justiça, grandeza, piedade, verdade, qual das suas estátuas não traz em si os sinais das mãos humanas para que não desperte a mesma ironia triste que os velhos rostos outrora amados? Compreender não significa necessariamente aceitar todas as loucuras. E, no entanto, quantos sacrifícios, quantos heroísmos injustificados dormem em nós…
Não se ensina a estender a outra face a pessoas que, desde há dois mil anos, só têm recebido bofetões.
A dor que não ajuda ninguém é absurda.