Tudo o que é incompreensível, não deixa de o ser.
Passagens de Blaise Pascal
213 resultadosAs alegrias passageiras encobrem os males eternos que elas próprias causam.
A coisa mais importante para toda a vida é a escolha da profissão: quanto a isso, só o acaso dispõe.
A natureza tem perfeições para demonstrar que é a imagem de Deus e imperfeições para provar que só é uma imagem.
As palavras organizadas de maneira diversa produzem um sentido diverso, e os sentidos organizados de maneira diversa produzem efeitos diferentes.
Uma indiferença pacífica é a mais sábia das virtudes.
A nossa natureza consiste em movimento; o repouso completo é a morte.
Se o nariz de Cleópatra tivesse sido mais pequeno, toda a face da Terra teria mudado.
Ninguém é tão ignorante que não tenha algo a ensinar. Ninguém é tão sábio que não tenha algo a aprender.
O silêncio é o maior dos martírios; nunca os santos se calaram.
Quanto mais inteligente a pessoa é, mais pessoas originais ele acha. Gente medíocre não vê diferença entre as pessoas.
Ninguém é tão sábio que não tenha algo pra aprender e nem tão tolo que não tenha algo pra ensinar.
Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, e o homem retribuiu a gentileza
O Medo Da Nossa Condição Humana
Quando me ponho às vezes a considerar as diversas agitações dos homens, e os perigos e trabalhos a que eles se expõem, na corte, na guerra, donde nascem tantas querelas, paixões, cometimentos ousados e muitas vezes nocivos, etc., descubro que toda a miséria dos homens vem duma só coisa, que é não saberem permanecer em repouso, num quarto. Um homem que tenha o bastante para viver, se fosse capaz de ficar em sua casa com prazer não sairia para ir viajar por mar ou pôr cerco a uma praça-forte. Ninguém compraria tão caro um posto no exército se não achasse insuportável deixar-se estar quieto na cidade; e quem procura a convivência e a diversão dos jogos é porque é incapaz de ficar, em casa, com prazer.
Mas quando pensei melhor, e que, depois de ter encontrado a causa de todos os nossos males, quis descobrir a razão desta, achei que há uma bem efectiva, que consiste na natural infelicidade da nossa condição frágil e mortal, e tão miserável que nada nos pode consolar quando nela pensamos a fundo.
Deus fez o homem à sua semelhança, e o homem em retribuição, fez Deus à sua imagem.
É o Hábito Que Nos Persuade
É preciso não nos conhecermos mal: somos autómato, tanto quanto espírito, donde resulta que o instrumento pelo qual se faz a persuasão não é unicamente a demonstração. Quão poucas são as coisas demonstradas! As provas não convencem senão o espírito. O hábito dá-nos provas mais fortes e mais críveis; inclina o autómato, que arrasta o espírito, sem que ele o saiba. Quem demonstrou que amanhã será dia, e que morremos? E que existirá de mais crível? É, portanto, o hábito que nos persuade; é ele que faz tantos cristãos, que faz os maometanos, os pagãos, os artesãos, os soldados, etc.
Enfim, é preciso recorrer a ele depois de o espírito ter visto onde está a verdade, para nos dessedentar e nos impregnar dessa crença que nos escapa a todo o momento; pois ter as provas sempre presentes é por demais penoso. É mister adquirir uma crença mais fácil – a do hábito -, que, sem violência, sem artifício, sem argumento, nos faz crer nas coisas e predispõe todas as nossas faculdades para essa crença, de sorte que a nossa alma nela mergulhe naturalmente.Não basta crer pela força da convicção, quando o autómato está predisposto a crer o contrário. É preciso fazer com que as nossas duas partes creiam: o espírito,
A Dissimulação da Identidade
Não nos contentamos com a vida que temos em nós e no nosso próprio ser: queremos viver na ideia dos outros uma vida imaginária e para isso esforçamo-nos por manter as aparências. Trabalhamos incessantemente para embelezar e conservar o nosso ser imaginário, e descuramos o verdadeiro. E se temos ou a tranquilidade, ou a generosidade, ou a felicidade, apressamo-nos a apregoá-lo, a fim de atribuir estas virtudes ao nosso outro ser, e se fosse preciso estararíamos prontos a despojar-nos delas para as juntar ao outro; de bom grado seríamos cobardes para adquirirmos a reputação de valentes.
Grande sinal do nada que somos, não nos contentarmos de uma coisa sem a outra, e trocarmos muitas vezes uma pela outra! Pois quem não morresse para conservar a sua honra seria infame.
O amor é cego, a amizade fecha os olhos.
A própria moda e os países determinam aquilo a que se chama beleza.
Descrição do homem: dependência, desejo de independência, necessidade.