E o povo Ă© como a barca em plenas vagas,
A tirania Ă© o tremedal das plagas,
O porvir – a amplidĂŁo.
Homens! Esta lufada que rebenta
É o furor da mais lôbrega tormenta
Ruge a revolução.
Passagens de Castro Alves
43 resultadosCai, orvalho de sangue do escravo,
NĂŁo sabes, criança? Estou louco de amores…
Mestre, Mestre Querido, Pai De Amor
Mestre, Mestre querido, Pai de Amor,
As glĂłrias que conquistas co’a razĂŁo,
Enchendo de prazer teu coração
T’atraem grandes bençãos do Senhor!Os teus louros tĂŞm mais vivo fulgor,
Que os ganhos ao ribombo do canhĂŁo;
Que os de um AnĂbal, d’um NapoleĂŁo,
Alcançados das mortes entre o horror.Sim! Que os louros terrĂveis que Mavorte
Ao soldado concede em dura guerra,
Todos murcha a idéia só da morte!Mas nos teus vero mérito se encerra,
Que não cede do tempo ao braço forte,
E alcançam justo prĂŞmio alĂ©m da terra!…
5A E 6A Sombras – Cândida E Laura
Como no tanque de um palácio mago,
Dous alvos cisnes na bacia lisa,
Como nas águas que o barqueiro frisa,
Dous nenúfares sobre o azul do lago,Como nas hastes em balouço vago
Dous lĂrios roxos que acalenta a brisa,
Como um casal de juritis que pisa
O mesmo ramo no amoroso afago….Quais dous planetas na cerĂşlea esfera,
Como os primeiros pâmpanos das vinhas,
Como os renovos nos ramais da hera,Eu vos vejo passar nas noites minhas,
Crianças que trazeis-me a primavera…
Crianças que lembrais-me as andorinhas! …
Povo! Povo infeliz! Povo mártir eterno,
Tu Ă©s do cativeiro o Prometeu moderno…
Livros… livros Ă mĂŁo-cheia
e manda o povo pensar.
Era o relampejar da liberdade
Nas nuvens do chorar da humanidade,
Ou sarça do Sinai,
Relâmpagos que ferem de desmaios
Revoluções, vós deles sois os raios
Escravos, esperai!
Tudo vem me lembrar que tu fugiste, Tudo que me rodeia de ti fala. Inda a almofada, em que pousaste a fronte O teu perfume predileto exala…
O riso Ă© a estrela do horizonte da alma.
Senhor, nĂŁo deixes que se manche a tela,
Onde traçaste a criação mais bela
De tua inspiração.
O sol de tua glĂłria foi toldado
Teu poema da América manchado.
Manchou-o a escravidĂŁo.
A justiça do escravo está na força.
A praça, a praça é do Povo!
Como o céu é do Condor!
É antro onde a liberdade
Cria a águia ao seu calor!
Mancebos! De Mil Louros Triunfantes
Mancebos! De mil louros triunfantes
Adornai o Moisés da mocidade,
O Anjo que nos guia da verdade
Pelos doces caminhos sempre ovantes.Coroai de grinaldas verdejantes
Quem rompeu para a Pátria nova idade,
Guiando pelas leis sĂŁs da amizade
Os moços do progresso sempre amantes.Vê, Brasil, este filho que o teu nome
Sobre o mapa dos povos ilustrados
Descreve qual o forte de VendĂ´me.Conhece que os Andradas e os Machados,
Que inda vivem nas asas do renome
Não morrem nestes céus abençoados;
Trema a terra de susto aterrada…
Oh! bendito o que semeia
Livros, livros, Ă mancheia
E manda o povo pensar…
A palavra, vĂłs roubais-la
Dos lábios da multidão.
Dizeis, senhores, Ă lava:
Que nĂŁo rompa do vulcĂŁo!
Basta! … Eu sei que a mocidade
É o Moisés no Sinai;
Das mĂŁos do eterno recebe
As tábuas da lei! Marchai!
Quem cai na luta com glĂłria.
Tomba nos braços da história,
No Coração do Brasil.
Bendito aquele que semeia livros e faz o povo pensar.
Prendi meus afetos, formosa Pepita… mas, onde? No tempo? No espaço? Nas nĂ©voas? NĂŁo rias… Prendi-me num laço de fita!