O cavalo, como toda a gente sabe, Ă© a parte mais importante do cavaleiro.
Passagens sobre Cavalos
201 resultadosA cavalo dado nĂŁo se olha a muda.
Circo. Um lugar em que cavalos, pôneis e elefantes podem assistir a homens, mulheres e crianças bancando os idiotas.
Porque o Melhor, Enfim
Porque o melhor, enfim,
É nĂŁo ouvir nem ver…
Passarem sobre mim
E nada me doer!_ Sorrindo interiormente,
Co’as pálpebras cerradas,
Às águas da torrente
Já tão longe passadas. _Rixas, tumultos, lutas,
NĂŁo me fazerem dano…
Alheio Ă s vĂŁs labutas,
Às estações do ano.Passar o estio, o outono,
A poda, a cava, e a redra,
E eu dormindo um sono
Debaixo duma pedra.Melhor até se o acaso
O leito me reserva
No prado extenso e raso
Apenas sob a ervaQue Abril copioso ensope…
E, esvelto, a intervalos
Fustigue-me o galope
De bandos de cavalos.Ou no serrano mato,
A brigas tĂŁo propĂcio,
Onde o viver ingrato
Dispõe ao sacrifĂcioDas vidas, mortes duras
Ruam pelas quebradas,
Com choques de armaduras
E tinidos de espadas…Ou sob o piso, atĂ©,
Infame e vil da rua,
Onde a torva ralé
Irrompe, tumultua,Se estorce, vocifera,
Selvagem nos conflitos,
Com Ămpetos de fera
Nos olhos,
A Idade da Derrota Aceite
Tenho sessenta anos. NĂŁo te iludas: nĂŁo estou ainda bastante fraco para ceder Ă s imaginações do medo, quase tĂŁo absurdas como as da esperança e seguramente muito mais penosas. Se fosse preciso enganar-me a mim mesmo, preferia que fosse no sentido da confiança; nĂŁo perderia mais com isso e sofreria menos. Este fim tĂŁo prĂłximo nĂŁo Ă© necessariamente imediato; deito-me ainda, todas as noites, com a esperança de chegar Ă manhĂŁ seguinte. Adentro dos limites intransponĂveis de que te falei há pouco, posso defender a minha posição passo a passo e recuperar mesmo algumas polegadas do terreno perdido. NĂŁo deixo por isso de ter chegado Ă idade em que a vida se torna, para cada homem, uma derrota aceite. Dizer que os meus dias estĂŁo contados nĂŁo significa nada; sempre assim foi; Ă© assim para todos nĂłs. Mas a incerteza do lugar, do tempo e do modo, que nos impede de distinguir bem o fim para o qual avançamos sem cessar, diminui para mim Ă medida que a minha doença mortal progride. Qualquer pessoa pode morrer de um momento para o outro, mas o doente sabe que passados dez anos já nĂŁo será vivo.
A minha margem de hesitação já não se alonga em anos,
Nada Pode Haver de mais Belo
Amigo Bernardo, dos desertos do RoncĂŁo d’el-Rei, na mais bela poĂ©tica noite de luar que ver se possa, te escreve este teu amigo. Nada pode haver de mais belo; os rouxinĂłis cantam Ă desgarrada, o ar rescende dos milhares de loendros (laurier-rose) que cobrem as encostas alcantiladas do Guadiana. Que maravilha, que encanto, que tristeza (tu, com certeza, aqui choravas)! Neste momento, houve-se o sinistro roncar da coruja e o longĂnquo uivar dos lobos, misturado com o forte ladrar dos rafeiros e os nossos cavalos relincham inquietos nas quadras… É Ă luz dum prosaico castiçal (uma garrafa com uma vela) que te escrevo estas sentidas regras, que espraio sobre este branco papel as ondas da minha melancolia. E como nĂŁo estar melancĂłlico se acabamos de fazer dezasseis lĂ©guas a cavalo em oito horas e nĂŁo descansámos e nĂŁo dormimos a noite passada senĂŁo uma mĂsera hora e vemos apenas diante de nĂłs umas velhas esteiras, as nossas mantas, e os aparelhos dos nossos cavalos como travesseiros, para passarmos umas noites.
O castigo anda a cavalo.
A soldado novo, cavalo velho.
Acreditei que Podia Dar-te um CĂ©u para Brincares
Filho. Gostava que houvesse uma aragem qualquer que me explicasse esse teu sorriso e outra que te explicasse, sem te magoar, o meu silêncio. Gostava de aprender o trejeito dos teus lábios, a maneira dos teus olhos, e to lembrar quando tivesses a minha idade. Fui um dia a tua inocência. E dela ficou-me a grande inocência de acreditar.
Acreditei que podia dar-te um cĂ©u para brincares e que a vida seria o que nĂłs quisĂ©ssemos. Assim. Bastaria querermos, esforçarmo-nos muito, trabalharmos, e terĂamos entĂŁo o que desejássemos. NĂŁo digo coisas majestosas, roupas bonitas ou charretes, mas comida, comida gostosa e bem temperada, e um cavalo de cartĂŁo novo, se por acaso esquecesses o teu no quintal numa noite de chuva. Acreditei que a felicidade dos teus olhos a sorrir podia voltar aos olhos da tua mĂŁe, aos meus e perdurar intocada nos teus. Acreditei em tantas coisas. Sabes, aproximo-me da vila e o que me espera Ă© morrer um pouco mais. Preferia que nĂŁo o soubesses, mas infelizmente nem isso posso esconder-te, porque um dia, quando te contarem a histĂłria da tua vida, dir-te-ĂŁo que numa noite de estrelas, o teu pai foi Ă vila e levou uma sova;
A Ăšnica Qualidade EspecĂfica do Homem
Esforça-te por que nĂŁo te suceda o mesmo que a mim: começar os estudos na velhice. E esforça-te tanto mais quanto enveredaste por um estudo que dificilmente chegarás a dominar mesmo na velhice. «AtĂ© que ponto poderei progredir?» – perguntas-me. AtĂ© ao ponto onde chegarem os teus esforços. De que estás Ă espera? O saber nĂŁo se obtĂ©m por obra do acaso. O dinheiro pode cair-te em sorte, as honras serem-te oferecidas, os favores e os altos cargos poderĂŁo talvez acumular-se sobre ti: a virtude, essa, nĂŁo virá ter contigo! NĂŁo Ă© sem custo, sem grandes esforços, que chegamos a conhecĂŞ-la; mas vale bem a pena o esforço, porquanto de uma sĂł vez se obtĂŞm todos os bens possĂveis. De facto, o Ăşnico bem Ă© aquele que Ă© conforme Ă moral; nos valores aceites pela opiniĂŁo comum nĂŁo encontrarás a mĂnima parcela de verdade ou de certeza.
(…) Cada coisa Ă© avaliada por uma qualidade especĂfica. O valor da videira está na sua produtividade, o do vinho no seu sabor, o do veado na sua rapidez; o que nos interessa nas bestas de carga Ă© a sua força, pois elas apenas servem para isso mesmo: transportar carga. Num cĂŁo a primeira qualidade Ă© o faro,
Pára-me de Repente o Pensamento
Pára-me de repente o pensamento
Como que de repente refreado
Na doida correria em que levado
Ia em busca da paz, do esquecimento…Pára surpreso, escrutador, atento,
Como pára m cavalo alucinado
Ante um abismo sĂşbito rasgado…
Pára e fica e demora-se um momento.Pára e fica na doida correria…
Pára à beira do abismo e se demora
E mergulha na noite escura e friaUm olhar de aço que essa noite explora…
Mas a espora da dor seu flanco estria
E ele galga e prossegue sob a espora.
As Pessoas nĂŁo Sabem o que Querem Antes de lho Mostrarmos
A minha paixĂŁo tem sido construir uma empresa duradoura onde as pessoas se sintam motivadas para grandes produtos. Tudo o mais era secundário. Claro que era bom ter lucros, pois sĂł assim era possĂvel fazer grandes produtos. Mas o principal factor de motivação eram os produtos, nĂŁo o lucro. Sculley deslocou estas prioridades para o objectivo de fazer dinheiro. Trata-se de uma diferença subtil, mas que acaba por fazer toda a diferença: as pessoas que contratamos, quem Ă© promovido, os assuntos que discutimos nas reuniões.
Algumas pessoas dizem: “DĂŞem aos clientes o que eles querem.” Mas essa nĂŁo Ă© a minha abordagem. A nossa missĂŁo consiste em antecipar aquilo que eles vĂŁo querer. Penso que o Henri Ford teria dito uma vez que se perguntasse aos clientes aquilo que eles queriam, a resposta teria sido: “Um cavalo mais rápido!”. As pessoas nĂŁo sabem o que querem antes de lho mostrarmos. É por isso que nĂŁo confio nos estudos de mercado. A nossa missĂŁo consiste em ler as coisas antes de elas terem sido escritas.
Cavalo grande, boi magro.
Nunca devemos mudar de cavalo no meio do rio.
O Ferrador de Cavalos
Em que lĂngua falarei
ao ferrador de cavalos?
Por que, na minha lĂngua
de assombro e vogal,
sĂł falo a mim mesmo
— ao meu nada e ao meu tudo —
e nem sequer disponho
do gesto dos mudos?
Se as palavras morrem
Ă mĂngua como os homens
e se o silĂŞncio fala
seu prĂłprio idioma
em que lĂngua direi
ao homem diferente
que ele Ă© meu semelhante
quando o vejo ferrar
o casco de um cavalo?
Empunhando o martelo
ele me conta histĂłrias
de cravos perdidos
e cavalos mancos.
Palavras que se perdem
como ferraduras
no caminho do pasto.
Saberei Conquistá-la AtravĂ©s de Todos os SacrifĂcios
Perdoe-me se me apaixonei a este ponto de si. Mas nĂŁo passarei daqui, nem ninguĂ©m me verá! Fechado num quarto da pousada, espero a sua resposta. Esperarei seis horas por umas linhas suas e depois volto para Paris. Já nem sei viver, vagueio por aĂ, ferido de morte. Prefiro cansar-me em longos passeios a cavalo, a consumir-me na solidĂŁo, ou no meio de pessoas que deixaram de me entender… Ordene-me que parta e nĂŁo tornará a ser atormentada por um homem a quem um mĂŞs bastou para perder a razĂŁo.
Muito gostaria de surpreender o seu primeiro pensamento ao acordar; nĂŁo posso descrever-lhe o reconhecimento que me enche o coração, este coração que reclama apenas a sua amizade, que saberá conquistá-la atravĂ©s de todos os sacrifĂcios, que Ă© completamente vosso atĂ© ao seu Ăşltimo alento.
NĂŁo me conformo com a ideia de ser abandonado. O seu interesse Ă©-me mil vezes mais preciso do que a prĂłpria vida, mas saberei moderar a expressĂŁo dos meus sentimentos e nĂŁo terei outras aspirações do que as que me forem permitidas; tambĂ©m saberei esconder-lhe os meus temores; respeitarei o seu repouso – mas vĂŞ-la-ei, e nunca mais haverá felicidade na minha vida se nĂŁo puder consagrar-lha inteiramente.
A Cidade Bela
Quanto Ă© bela Ulisseia! E quanto Ă© grata
Dos sete montes seus ao longe a vista!
Das altas torres, pĂłrticos soberbos
Quanto Ă© grande, magnĂfico o prospecto!
Humilde e bonançoso o flavo Tejo,
Sobre areias aurĂferas correndo,
As praias lhe enriquece, as plantas beija.
QuĂŁo denso bosque de cavalos pinhos
Sobre a espádua sustenta! Do Oriente
Rubins acesos, fugidas safiras,
E da opulenta América os tesouros,
Cortando os mares lĂquidos, trouxeram.
Nela Ă© mais puro o ar; e o CĂ©u se esmalta
De mais sereno azul. O Sol brilhante,
Correndo o vasto CĂ©u, se apraz de vĂŞ-la.
E quase se suspende, e, meigo, envia
Sobre ela o raio extremo, quando acaba
A lĂşcida carreira, a frente de ouro
No seio esconde das cerĂşleas ondas.
Cavalo andador, dono dançador.
Cavalo dorme em pé.
Preciso receber boas vibrações. Andei caindo do cavalo outra vez.