Passagens sobre Cérebro

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Frases sobre cérebro, poemas sobre cérebro e outras passagens sobre cérebro para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Por mais deficiente uso que esteja a fazer do seu cérebro, uma coisa é certa: ele é a porta de entrada para o seu futuro. O seu sucesso na vida depende do seu cérebro, pela simples razão de que toda a experiência nos chega através do cérebro.

Robespierre

Alma inquebrável – bravo sonhador
De um fim brilhante, de um poder ingente,
De seu cérebro audaz, a luz ardente
É que gerava a treva do Terror!

Embuçado num lívido fulgor
Su’alma colossal, cruel, potente,
Rompe as idades, lúgubre, tremente,
Cheia de glórias, maldições e dor!

Há muito que, soberba, ess’alma ardida
Afogou-se cruenta e destemida
– Num dilúvio de luz: Noventa e três…

Há muito já que emudeceu na história
Mas ainda hoje a sua atroz memória
É o pesadelo mais cruel dos reis!…

No País

no país no país no país onde os homens
são só até ao joelho
e o joelho que bom é só até à ilharga
conto os meus dias tangerinas brancas
e vejo a noite Cadillac obsceno
a rondar os meus dias tangerinas brancas
para um passeio na estrada Cadillac obsceno

e no país no país e no país país
onde as lindas lindas raparigas são só até ao pescoço
e o pescoço que bom é só até ao artelho
ao passo que o artelho, de proporções mais nobres,
chega a atingir o cérebro e as flores da cabeça,
recordo os meus amores liames indestrutíveis
e vejo uma panóplia cidadã do mundo
a dormir nos meus braços liames indestrutíveis
para que eu escreva com ela, só até à ilharga,
a grande história do amor só até ao pescoço

e no país no país que engraçado no país
onde o poeta o poeta é só até à plume
e a plume que bom é só até ao fantasma
ao passo que o fantasma – ora aí está –
não é outro senão a divina criança (prometida)
uso os meus olhos grandes bons e abertos
e vejo a noite (on ne passe pas)
diz que grandeza de alma.

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Versos A Um Coveiro

Numerar sepulturas e carneiros,
Reduzir carnes podres a algarismos,
Tal é, sem complicados silogismos,
A aritmética hedionda dos coveiros!

Um, dois, três, quatro, cinco… Esoterismos
Da Morte! E eu vejo, em fúlgidos letreiros,
Na progressão dos números inteiros
A gênese de todos os abismos!

Oh! Pitágoras da última aritmética,
Continua a contar na paz ascética
Dos tábidos carneiros sepulcrais

Tíbias, cérebros, crânios, rádios e úmeros,
Porque, infinita como os próprios números
A tua conta não acaba mais!

As Etapas da Nossa Vida

Consoante percorremos cada etapa na nossa vida, reconhecendo-a como mais uma que ficou para trás de nós, a próxima etapa depara-se logo à nossa frente. Quando tivermos aprendido tudo, lentamente vamos percebendo as coisas. E enquanto vamos percebendo tudo gradualmente, não ficamos parados, já estamos a atender às necessidades das próximas etapas: vivemos, agimos, movemo-nos, vamos preenchendo os requisitos para cumprir as exigências da próxima etapa do nosso desenvolvimento. Se, por outro lado, não houve um plano, nenhum encantamento gradual, se todo o conhecimento cai em cima de uma pessoa de uma vez só, é possível que nem o seu cérebro nem o seu coração o possa suportar.

A Dupla Realidade

A mente pregava-nos partidas. Fabricava estímulos, treslia sinais. Lesões e fissuras instalavam-se no corpo caloso dos nossos cérebros, dificultando a comunicação entre as suas duas metades. Confundiam o hemisfério da racionalidade e, nos momentos mais inconvenientes, obrigavam a entrar em acção aquele ao qual cabia o fabrico de histórias.

Talvez tivesse sido o caso. Lera sobre isso. O cérebro podia ser mentiroso, e as ilusões ópticas não passavam do menor dos seus truques. Um pequeno desequilíbrio entre o esplénio e o fórnix era suficiente para a instauração de uma espécie de dupla-realidade — pelo menos até que se impusesse o dilema lógico capaz de produzir o curto-circuito capaz de a desmontar. E nem nesse momento um homem poderia considerar-se a salvo, porque, como qualquer curto-circuito, também esse era de consequências imprevisíveis.

Use o Seu Cérebro

Não existe manual de instruções para o cérebro, mas ele precisa de alimento, reparação e da devida manutenção ainda assim. Certos nutrientes são físicos; a atual mania dos alimentos para o cérebro faz as pessoas correrem para vitaminas e enzimas. Mas o devido alimento para o cérebro é tanto mental como físico. O álcool e o tabaco são tóxicos, e sujeitar o cérebro à sua exposição é fazer mau uso dele. A raiva e o medo, o stress e a depressão são igualmente uma forma de má utilização. No momento em que escrevemos este livro, um novo estudo revela que uma rotina de stress diário fecha o córtex pré-frontal, a parte do cérebro responsável pela tomada de decisões, correção de erros e avaliação de situações. É por isso que as pessoas dão em doidas em engarrafamentos. É um stress rotineiro, e contudo a fúria, frustração e impotência que alguns condutores sentem indicam que o córtex pré-frontal deixou de dominar os impulsos primários por cujo controlo é responsável.

Damos constantemente connosco a voltar à mesma questão: use o seu cérebro, não deixe que o seu cérebro o use a si. As fúrias com o trânsito são um exemplo do seu cérebro a usá-lo,

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O que Leva o Homem a Suspeitar Muito é o Saber Pouco

As suspeitas são entre os pensamentos o que os morcegos são entre os pássaros; voam sempre ao crepúsculo. Certamente, devem ser reprimidos, ou pelo menos bem vigiados, porque ofuscam o espírito. As suspeitas afastam-nos dos amigos e vão de encontro aos nossos negócios, que afastam do caminho normal e direito. As suspeitas impelem os reis à tirania, os maridos ao ciúme, os sábios à irresolução e à melancolia. São fraquezas não do coração, mas do cérebro, porque se alojam nos carácteres mais intrépidos, como no exemplo de Henrique VII de Inglaterra, que, entre os homens, foi também o mais suspeitoso e também o mais intrépido. As suspeitas fazem muito mal a estes homens. Nas outras pessoas, as suspeitas só são admitidas depois de exame à sua verosimilhança, mas nas pessoas timoratas elas rapidamente adquirem fundamento. O que leva o homem a suspeitar muito é o saber pouco; por isso os homens deveriam dar remédio às suspeitas procurando saber mais, em vez de se deixarem sufocar por elas.
Que querem eles? Pensarão talvez que são santas as pessoas que empregam e com quem tratam? Que elas não pensam em atingir os seus fins, e que serão mais leais para com os outros do que para consigo próprias?

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A Influência dos Livros e dos Jornais

Os jornais e os livros exercem no nascimento e na propagação das opiniões uma influência imensa, conquanto inferior à dos discursos. Os livros actuam muito menos que os jornais, pois a multidão não os lê. Alguns foram, contudo, bastante poderosos pela sua influência sugestiva para provocar a morte de milhares de homens. Tais são as obras de Rousseau, verdadeira bíblia dos chefes do Terror, ou A Cabana do Pai Tomás, que contribuiu muito para a sanguinolenta guerra de secessão na América do Norte. Outras obras como Robinson Crusóe e os romances de Júlio Verne exerceram grande influência nas opiniões da juventude e determinaram muitas carreiras.
Essa força dos livros era, sobretudo, considerável quando se lia pouco. A leitura da Bíblia no tempo de Cromwel criou na Inglaterra um número avultado de fanáticos. Sabe-se que na época em que foi escrito Dom Quixote, os romances de cavalaria exerciam uma acção tão perniciosa em todos os cérebros que os soberanos espanhóis vedaram, finalmente, a venda desses livros.
Hoje, a influência dos jornais é muito superior à força dos livros. São em número incalculável as pessoas que têm unicamente a opinião do jornal que elas lêem.

O Alimento da Imaginação

Possuir muita imaginação significa que a função de percepção do cérebro é suficientemente forte para, invariavelmente, não necessitar de um estímulo dos sentidos para entrar em actividade. Consequentemente, a imaginação é tanto mais activa quanto menos percepções do exterior nos forem transmitidas pelos sentidos. Uma prolongada solidão, a prisão ou um leito de doença, o silêncio, o crepúsculo, a escuridão, são-lhe propícios: sob a sua influência, entra em actividade sem ser invocada. Por outro lado, quando é fornecida à nossa pecepção uma grande quantidade de matéria real do exterior, como sucede nas viagens, no bulício da vida, ao meio-dia, a imaginação faz férias e recusa-se a entrar em actividade, mesmo quando invocada: parece que não é a sua estação.
Não obstante, para que a imaginação seja frutuosa, é preciso que tenha recebido muito material do mundo exterior, pois só isso pode encher a sua despensa. Mas a alimentação da fantasia é como a alimentação do corpo: é precisamente na altura em que recebe uma grande dose de alimentos que precisa de digerir que o corpo se encontra menos eficiente e mais gosta de descansar – no entanto, é a esse alimento que deve toda a força que mais tarde manifesta,

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Distracção Enganadora

Sobre o termo Distracção. Há muito que fazia considerações deste género a propósito do termo «distracção»: usa-se para exprimir prazeres, entretimentos. O termo vem de distrahere: desligar de, arrancar a. O vulgo, quando diz que se distrai, não sabe que utiliza uma expressão de sentido negativo, que traduz a primeira operação a fazer para obter um prazer qualqer: extirpar-se do estádio de tédio ou de sofrimento em que nos encontramos. Assim, «vou-me» distrair quer dizer: vou tirar do meu cérebro a ideia do mal presente, vou esquecer, se puder, a minha dor de maneira a, ainda por cima, ir gozar. Todos os homens precisam de se distrair e gostariam de se sentir assim continuamente.
(…)

Amo-te na Carne que Tomaste do Chão que Aplaino

Amo-te na carne que tomaste do chão que aplaino
Com as mãos
Com as palavras que escrevo e apago
Na areia, no cérebro.
Amo-te com o cérebro em ferida
Pensando-te
Remédio que derramas em mim a tua medicina, a morte
No meu corpo. Até que repouse como enfermo
No teu leito. Amo febrilmente amo o dia
Em que disseres: Larga
A tua enxerga! — E ande

Catolicismo e Comunismo

Ao contrário do catolicismo, o comunismo não tem uma doutrina. Enganam-se os que supõem que ele a tem. O catolicismo é um sistema dogmático perfeitamente definido e compreensível, quer teologicamente, quer sociologicamente. O comunismo não é um sistema: é um dogmatismo sem sistema — o dogmatismo informe da brutalidade e da dissolução. Se o que há de lixo moral e mental em todos os cérebros pudesse ser varrido e reunido, e com ele se formar uma figura gigantesca, tal seria a figura do comunismo, inimigo supremo da liberdade e da humanidade, como o é tudo quanto dorme nos baixos instintos que se escondem em cada um de nós.
O comunismo não é uma doutrina porque é uma antidoutrina, ou uma contradoutrina. Tudo quanto o homem tem conquistado, até hoje, de espiritualidade moral e mental — isto é de civilização e de cultura —, tudo isso ele inverte para formar a doutrina que não tem.

Uma Nação só Vive porque Pensa

Uma nação só vive porque pensa. Cogitat ergo est. A força e a riqueza não bastam para provar que uma nação vive duma vida que mereça ser glorificada na História – como rijos músculos num corpo e ouro farto numa bolsa não bastam para que um homem honre em si a Humanidade. Um reino de África, com guerreiros incontáveis nas suas aringas e incontáveis diamantes nas suas colinas, será sempre uma terra bravia e morta, que, para lucro da Civilização, os civilizados pisam e retalham tão desassombradamente como se sangra e se corta a rês bruta para nutrir o animal pensante. E por outro lado se o Egipto ou Tunis formassem resplandescentes centros de ciências, de literaturas e de artes, e, através de uma serena legião de homens geniais, incessantemente educassem o mundo – nenhuma nação mesmo nesta idade do ferro e de força, ousaria ocupar como um campo maninho e sem dono esses solos augustos donde se elevasse, para tornar as almas melhores, o enxame sublime das ideias e das formas.
Só na verdade o pensamento e a sua criação suprema, a ciência, a literatura, as artes, dão grandeza aos Povos, atraem para eles universal reverência e carinho,

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