Passagens sobre Cobiça

54 resultados
Frases sobre cobiça, poemas sobre cobiça e outras passagens sobre cobiça para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Aquele que cobiça o que não lhe é devido perde o que é de sua própria pertença

Aquele que cobiça o que não lhe é devido perde o que é de sua própria pertença.

Quanto menos comes, bebes, compras livros, vais ao teatro e ao café, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas desporto, etc., mais economizas e mais cresce o teu capital. «És» menos, mas «tens» mais. Assim todas as paixões e actividades são tragadas pela cobiça.

Aos que me podem ouvir eu digo: ‘Não desespereis!’ A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia, da amargura dos homens que temem o avanço humano…

Controlar a Ira

Se deste vazão à ira, fica certo de que, além do mal nela implícito, revigoraste o hábito e acrescentaste lenha à fogueira. Quando és vencido por uma tentação da carne, não consideres isso simples derrota: considera, também, que revigoraste os teus hábitos dissolutos. Os hábitos e as faculdades são necessariamente afectados pelos actos correspondentes. Os que antes não existiam, agora aparecem; os demais cobram vigor e domínio. Esta é a versão que os Filósofos dão das moléstias da mente: supõe que algum dia cobiçaste ter dinheiro: se a razão, em dose suficiente para provocar a consciência do mal, intervir, a cobiça é anulada e a mente recupera imediatamente a sua autoridade original; contudo, se não recorreres a nenhum remédio, jamais poderás esperar tal recuperação; ao contrário, a próxima vez em que for excitada pelo objecto correspondente, a chama do desejo irromperá mais prontamente do que antes. Pela frequência da repetição, a mente, ao fim e ao cabo, fica calejada e, assim, esta moléstia mental produz Avareza confirmada.
Quando alguém teve febre, mesmo depois de voltar à normalidade, não se encontra nas mesmas condições de saúde que antes, a menos que a sua cura seja completa. Algo de semelhante ocorre com as moléstias da mente.

Continue lendo…

O Homem de Carácter

Os homens de carácter são a consciência da sociedade a que pertencem. A medida natural dessa força é a resistência às circunstâncias. Os homens impuros julgam a vida pela versão reflectida nas opiniões, nos acontecimentos e nas pessoas. Não são capazes de prever a acção até que ela se concretize. Todavia, o elemento moral da acção preexistia no autor e a sua qualidade, boa ou má, era de fácil predição. Tudo na natureza é bipolar, ou tem um pólo positivo e um pólo negativo. Há um macho e uma fêmea, um espírito e um facto, um norte e um sul. O espírito é o positivo, o facto é o negativo. A vontade é o norte, a acção é o pólo sul. O carácter pode ser classificado como tendo o seu lugar natural no norte. Distribui as correntes magnéticas do sistema. Os espíritos fracos são atraídos para o pólo sul, ou pólo negativo. Só vêem na acção o lucro, ou o prejuízo que podem encerrar.

Não podem vislumbrar um princípio, a não ser que este se abrigue noutra pessoa. Não desejam ser amáveis mas amados. Os de carácter gostam de ouvir falar dos seus defeitos; aos outros aborrecem as faltas;

Continue lendo…

Há numerosos indivíduos civilizados que recuariam aterrados perante a ideia do assassínio ou do incesto, mas que não desdenham satisfazer a sua cupidez, a sua agressividade, as suas cobiças sexuais, que não hesitam em prejudicar os seus semelhantes por meio da mentira, do engano, da calúnia, contanto que o possam fazer com impunidade.

Ciúme é querer manter o que se tem; cobiça é querer o que não se tem; inveja é querer que o outro não tenha.

Para alguém ter no coração o amor na sua forma mais pura, é fácil: basta retirar o ódio, a cobiça, a intolerância, o desprezo, a insensatez…

Quando nos sentimos ameaçados, a inveja, a cobiça ou o ressentimento que nos movem se tornam santificados, pois nos convencemos de estar agindo em defesa própria…

A Quimera da Felicidade

(…) do alto de uma montanha, inclinei os olhos a uma das vertentes, e contemplei, durante um tempo largo, ao longe, através de um nevoeiro, uma cousa única. Imagina tu, leitor, uma redução dos séculos, e um desfilar de todos eles, as raças todas, todas as paixões, o tumulto dos impérios, a guerra dos apetites e dos ódios, a destruição recíproca dos seres e das cousas. Tal era o espectáculo, acerbo e curioso espectáculo. A história do homem e da terra tinha assim uma intensidade que não lhe podiam dar nem a imaginação nem a ciência, porque a ciência é mais lenta e a imaginação mais vaga, enquanto que o que eu ali via era a condensação viva de todos os tempos. Para descrevê-la seria preciso fixar o relâmpago. Os séculos desfilavam num turbilhão, e, não obstante, porque os olhos do delírio são outros, eu via tudo o que passava diante de mim, – flagelos e delícias, – desde essa cousa que se chama glória até essa outra que se chama miséria, e via o amor multiplicando a miséria, e via a miséria agravando a debilidade. Aí vinham a cobiça que devora, a cólera que inflama, a inveja que baba,

Continue lendo…

Antecipar a Recusa

Não cometas a asneira de pedir a alguém um objecto raro que lhe é querido, sobretudo se não tens necessidade expressa dele. Porque, se to recusar, sentirá que te ofendeu e guardar-te-á rancor; se consentir, também te quererá mal, porque passará a considerar-te como um pedinchão incómodo e indelicado.
Como é sempre desagradável ouvir uma recusa, nada peças que não estejas certo de obter. Por isso é que mais vale nada pedir directamente, mas dar a entender por meias palavras o que nos faz falta.
Quando tencionas solicitar um favor, não o deixes adivinhar antes de o teres obtido. Declara mesmo abertamente que nada esperas nesse sentido. Anuncia por toda a parte que foi concedido a outra pessoa aquilo que por um momento cobiçaras e vai felicitar o feliz eleito.
Se te recusarem alguma coisa, compra uma pessoa que tenha mais possibilidades que tu, de modo a que te entregue discretamente o objecto desejado, uma vez obtido.
Se alguém disputa uma honra que também cobiças, envia-lhe secretamente um emissário que, em nome da amizade, o dissuada falando-lhe dos múltiplos obstáculos que em todo o caso teria de enfrentar.

A mais importante coragem de um guerreiro não é a tenacidade com que ataca, mas a fortaleza com que resiste a tudo o que se lhe opõe, a tudo quanto o tenta afastar da construção do seu caminho, destino e missão. Só a inteireza combate a cobiça, o orgulho e o egoísmo.

Jurando de não Mais em Outra Ver-me

Como quando do mar tempestuoso
O marinheiro todo trabalhado,
De um naufrágio cruel saindo a nado,
Só de ouvir falar nele está medroso;

Firme jura que o vê-lo bonançoso
Do seu lar o não tire sossegado;
Mas esquecido já do horror passado,
Dele a fiar se torna cobiçoso;

Assi, Senhora, eu que da tormenta
De vossa vista fujo, por salvar-me,
Jurando de não mais em outra ver-me;

Com a alma que de vós nunca se ausenta,
Me torno, por cobiça de ganhar-me,
Onde estive tão perto de perder-me.

Além de ferir o próximo, a cobiça constitui uma verdadeira idolatria

Além de ferir o próximo, a cobiça constitui uma verdadeira idolatria.