Passagens sobre Confiança

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A Entrega Real

Enfim, enfim quebrara-se realmente o meu invólucro, e sem limite eu era. Por não ser, era. Até ao fim daquilo que eu não era, eu era. O que não sou eu, eu sou. Tudo estará em mim, se eu não for; pois ‘eu’ é apenas um dos espasmos instantâneos do mundo.
Minha vida não tem sentido apenas humano, é muito maior – é tão maior que, em relação ao humano, não tem sentido. Da organização geral que era maior que eu, eu só havia até então percebido os fragmentos. Mas agora, eu era muito menos que humana – e só realizaria o meu destino especificamente humano se me entregasse, como estava me entregando, ao que já não era eu, ao que já é inumano.
E entregando-me com a confiança de pertencer ao desconhecido. Pois só posso rezar ao que não conheço. E só posso amar à evidência desconhecida das coisas, e só me posso agregar ao que desconheço. Só esta é que é uma entrega real.

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Matéria e Espírito

Nós hoje estamos ao mesmo tempo na melhor época da humanidade e na pior. Tão depressa sentimos que tudo em nós e em redor marcha uníssono em frente, como subitamente um grande atrito emperra as nossas próprias articulações. Há ao mesmo tempo qualquer coisa que nos desacompanha e qualquer coisa que nos anima. Há caminhos inteiros que terminam súbito e não há caminho inteiro e vitalício. E nós desejamos francamente acertar com a direcção única e onde o único obstáculo seja de verdade o mistério do futuro.
Todo aquele que se lance mais animado pela palavra espírito, não creia que faz mais do que estar sujeito a uma determinante actual. A consciência material, como acontece hoje, dá entrada natural para o campo do espírito. Assim também o espírito tem existência vital segundo a qualidade de consciência da matéria. O espírito apartando da matéria não é deste mundo. Espírito e matéria confundem-se em vida.
Acontece, porém, que os fugitivos da matéria transformam em si esse unilateralismo ao ingressar no espírito, e ficam outra vez de banda, inversamente agora, mas como antes. Ora o espírito não tem mais dimensões do que a matéria; são outras, mas idênticas, que se justapõem,

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A confiança, de níveis e tipos variados, está na base de muitas decisões cotidianas que tomamos na orientação de nossas atividades.

A Verdadeira Confiança

A verdadeira confiança é transmitida pelo que a pessoa é no seu íntimo e nunca pelo que ela tem ou faz, o mesmo é dizer que o ego não é para aqui chamado, pois ele apesar de aparentar esse estatuto, na realidade não vale nada, é fraquinho que dói e ao mínimo deslize da sua zona de conforto resvala para a fuga, para o ataque ou para a agressividade. Esta separação de conceitos e estirpes logo no início do livro é fundamental para que nos possamos aperceber não só da mensagem que podemos estar a passar perante os outros, e convém relembrar que apesar da maioria ainda andar adormecida já vão existindo muitas pessoas que detetam a léguas de distância quem somos e quais os padrões de comportamento que adotamos no nosso dia a dia, como também do comportamento, muitas vezes extravagante, das tais pessoas que nos rodeiam, pois o que não falta à nossa volta são falsos confiantes, predadores disfarçados, gente que tudo faz e ostenta para garantir o que precisamente não são, o alimento do ego e o reforço da ilusão em que vivem. Portanto, sempre que leres a palavra «confiança» neste livro atribui a mesma ao ser confiante,

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Donde esta confiança súbita? Se ao menos ela ficasse! Se eu pudesse entrar e sair em cada porta assim, uma pessoa razoavelmente erecta. Só que não sei se quero.

Purinha

O Espirito, a Nuvem, a Sombra, a Chymera,
Que (aonde ainda não sei) neste mundo me espera
Aquella que, um dia, mais leve que a bruma,
Toda cheia de véus, como uma Espuma,
O Sr. Padre me dará p’ra mim
E a seus pés me dirá, toda corada: Sim!
Ha-de ser alta como a Torre de David,
Magrinha como um choupo onde se enlaça a vide
E seu cabello em cachos, cachos d’uvas,
E negro como a capa das viuvas…
(Á maneira o trará das virgens de Belem
Que a Nossa Senhora ficava tão bem!)
E será uma espada a sua mão,
E branca como a neve do Marão,
E seus dedos serão como punhaes,
Fuzos de prata onde fiarei meus ais!
E os seus seios serão como dois ninhos,
E seus sonhos serão os passarinhos,
E será sua bocca uma romã,
Seus olhos duas Estrellinhas da Manhã!
Seu corpo ligeiro, tão leve, tão leve,
Como um sonho, como a neve,
Que hei-de suppor estar a ver, ao vel-a,
Cabrinhas montezas da Serra da Estrella…
E ha-de ser natural como as hervas dos montes
E as rolas das serras e as agoas das fontes…

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A ação é uma grande restauradora e construtora da confiança. A inatividade não só é o resultado, mas a causa do medo. Talvez a ação que você tome tenha êxito; talvez uma ação diferente ou ajustes terão de ser feitos. Mas qualquer ação é melhor que nenhuma.

Como futuros líderes, há certas responsabilidades que esperamos que observem. Uma delas é a máxima disciplina. Se não forem disciplinados, nunca poderão ganhar a nossa confiança.

Em Fermosa Leteia Se Confia

Em fermosa Leteia se confia,
por onde vaidade tanta alcança,
que, tornada em soberba a confiança,
com os deuses celestes competia.

Porque não fosse avante esta ousadia
(que nascem muitos erros da tardança),
em efeito puseram a vingança,
que tamanha doudice merecia.

Mas Oleno, perdido por Leteia,
não lhe sofrendo Amor que suportasse
castigo duro tanta fermosura,

quis padecer em si a pena alheia;
mas, porque a morte Amor não apartasse,
ambos tornados são em pedra dura.

Os Grandes Indiferentes

Ouvi contar que outrora, quando a Pérsia
Tinha não sei qual guerra,
Quando a invasão ardia na cidade
E as mulheres gritavam,
Dois jogadores de xadrez jogavam
O seu jogo contínuo.

À sombra de ampla árvore fitavam
O tabuleiro antigo,
E, ao lado de cada um, esperando os seus
Momentos mais folgados,
Quando havia movido a pedra, e agora
Esperava o adversário.
Um púcaro com vinho refrescava
Sobriamente a sua sede.

Ardiam casas, saqueadas eram
As arcas e as paredes,
Violadas, as mulheres eram postas
Contra os muros caídos,
Traspassadas de lanças, as crianças
Eram sangue nas ruas…
Mas onde estavam, perto da cidade,
E longe do seu ruído,
Os jogadores de xadrez jogavam
O jogo de xadrez.

Inda que nas mensagens do ermo vento
Lhes viessem os gritos,
E, ao refletir, soubessem desde a alma
Que por certo as mulheres
E as tenras filhas violadas eram
Nessa distância próxima,
Inda que, no momento que o pensavam,
Uma sombra ligeira
Lhes passasse na fronte alheada e vaga,

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Você ganha forças, coragem e confiança a cada experiência em que você enfrenta o medo. Você tem que fazer exatamente aquilo que acha que não consegue.

Amabilidade nas palavras gera confiança; no pensar gera profundidade, no dar gera amor.

Rústica

Ser a moça mais linda do povoado.
Pisar, sempre contente, o mesmo trilho,
Ver descer sobre o ninho aconchegado
A bênção do Senhor em cada filho.

Um vestido de chita bem lavado,
Cheirando a alfazema e a tomilho…
– Com o luar matar a sede ao gado,
Dar às pombas o sol num grão de milho…

Ser pura como a água da cisterna,
Ter confiança numa vida eterna
Quando descer à “terra da verdade”…

Deus, dai-me esta calma, esta pobreza!
Dou por elas meu trono de Princesa,
E todos os meus Reinos de Ansiedade.

O amor iluminado pela razão filosófica, liga-se a uma confiança – inexplicável, sem objeto, intelectualmente incompreensível – no fundamento último das coisas.

O Horror da Solidão

Antes de adormecer.
Parece tão horrível ser solteiro, envelhecer lutando por manter a dignidade enquanto se pede um convite sempre que se deseja passar o serão em companhia, tendo de levar a refeição para casa, incapaz de esperar alguém com um sentimento de lassidão e de calma confiança, apenas capaz de, com dificuldade e vexame, dar um presente a alguém, tendo de dizer boa noite à porta de casa, nunca podendo subir as escadas a correr ao lado da mulher, não tendo outra consolação quando estiver doente que a vista da janela, se se puder sentar na cama, tendo somente portas ao lado que dão para salas de estar de outras pessoas, sentindo-se afastado da própria família, com quem só pelo casamento se pode manter laços de intimidade, primeiro pelo casamento dos pais, depois, passado o efeito deste casamento, pelo próprio, tendo de admirar os filhos dos outros e não lhe sendo sequer permitido continuar a dizer: «Eu não tenho nenhum», nunca se sentindo envelhecer uma vez que não há gente da família a crescer à volta, formando-se na aparência e no comportamento segundo os modelos de uma ou duas pessoas solteiras que conheceu na juventude. Tudo isto é verdade,

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