Passagens sobre Confiança

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Confiança Cómoda

A maior parte da nossa confiança nos outros é frequentes vezes constituída de preguiça, egoísmo e vaidade: preguiça quando, para não investigar, vigiar e agir, preferimos confiar em outrem; egoísmo quando a necessidade de falar dos nossos negócios nos leva a confidenciar-lhes algo; vaidade quando uma coisa nos torna orgulhosos. No entanto, exigimos que se honre a nossa confiança.
Por outro lado, nunca deveríamos irritar-nos com a desconfiança, pois nela reside um elogio à probidade, ou seja, é a admissão sincera da sua extrema raridade que faz com que entre no rol das coisas de cuja existência duvidamos.

Os Partidos Forçaram-me à Ditadura

Sinceramente desejei evitar a ditadura, para onde os acontecimentos pareciam querer arrastar-me, e tive para isso de suportar duas crises ministeriais sucessivas. São esses mesmos, os partidos, que me forçam agora a ela. Um, recusando-se a colaborar no governo, contra o que eu desejava e devia esperar; o outro, fazendo causa comum nos tumultos da Câmara. Não há, por agora, outro meio de governar. Chegassem os republicanos ao poder, e teriam de recorrer à ditadura. Pois bem: se qualquer governo tem de a usar, e sem governo não se passa, ninguém com mais direito a fazê-lo do que vocês. Deram uma sessão parlamentar ininterrupta de seis meses. Ninguém poderá acusá-los de fugir do parlamento, onde tiveram os seus melhores dias, e que ainda hoje estaria aberto, se materialmente lho não houvessem impedido. Têm governado com tal lisura e tão firmes propósitos de acertar, que ganharam a simpatia e a confiança geral. Mostraram larga iniciativa de governo nos numerosos e complexos projectos apresentados nas Câmaras. Têm, enfim, unidade de vistas, resolução de mando, vontade de governar. Continuem a governar bem, como até aqui, e dar-lhes-ei todo o meu apoio.

A Confiança ao Virar da Esquina

Podemos ler todos os livros que falam sobre a importância da confiança nas nossas vidas, mas nunca o seremos verdadeiramente sem experimentar na pele a sensação de uma experiência, ou seja, nada podemos ser sem praticar seja o que for. A experiência é a prática, é o trabalho de campo, é a exposição, a vulnerabilidade e a consumação do verdadeiro conhecimento. Só depois de experimentares é que podes ousar saber alguma coisa. Percebes, portanto, a importância de ir para a rua? De levantares esse rabo gordo e achatado do sofá? Em casa pouco ou nada consegues experimentar, pois encontras-te no domínio da rotina. Tudo o que, eventualmente, haveria para ser posto em prática já o foi, portanto, nada mais há a ganhar nessas quatro paredes a não ser peso, melancolia e pó. Sugiro, portanto, que nesta fase vás a casa dormir e que vás para a rua viver. E é isto, só isto, apenas isto.

O nosso índice de confiança dispara em cada experiência que escolhemos viver e como já todos experimentámos já todos sabemos disto.

Elogio da Morte

I

Altas horas da noite, o Inconsciente
Sacode-me com força, e acordo em susto.
Como se o esmagassem de repente,
Assim me pára o coração robusto.

Não que de larvas me povôe a mente
Esse vácuo nocturno, mudo e augusto,
Ou forceje a razão por que afugente
Algum remorso, com que encara a custo…

Nem fantasmas nocturnos visionários,
Nem desfilar de espectros mortuários,
Nem dentro de mim terror de Deus ou Sorte…

Nada! o fundo dum poço, húmido e morno,
Um muro de silêncio e treva em torno,
E ao longe os passos sepulcrais da Morte.

II

Na floresta dos sonhos, dia a dia,
Se interna meu dorido pensamento.
Nas regiões do vago esquecimento
Me conduz, passo a passo, a fantasia.

Atravesso, no escuro, a névoa fria
D’um mundo estranho, que povôa o vento,
E meu queixoso e incerto sentimento
Só das visões da noite se confia.

Que místicos desejos me enlouquecem?
Do Nirvana os abismos aparecem,
A meus olhos, na muda imensidade!

N’esta viagem pelo ermo espaço,

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Erros Necessários

«As parvoíces em que temos de nos meter para chegarmos onde temos de chegar, a extensão dos erros que precisamos de fazer! Se nos informassem antecipadamente de todos os erros, diríamos não, não posso fazer isso, têm de arranjar outro qualquer, eu sou demasiado esperto para fazer essas asneiras. E responder-nos-iam, nós temos confiança, não te preocupes, e nós responderíamos não, nada feito, precisam de um schmuck muito maior do que eu, mas eles repetiriam que têm confiança que somos a pessoa indicada, de que evoluiremos para um schmuck colossal mais conscienciosamente do que podemos começar sequer a imaginar, de que cometeremos os erros numa escala que nem podemos sonhar agora: porque não existe nenhuma outra maneira de atingir o fim.»

Confiança Audaz

Há um momento na aprendizagem de cada homem em que este chega à convicção de que a inveja é ignorância; que a imitação é suicídio; que ele tem que se tomar a ele próprio tanto para melhor, tanto para pior, como a sua parcela; que embora o universo esteja cheio de coisas boas, nenhuma semente de milho nutritiva chegará a ele senão através da labuta que ele ofereça nesse lote de terreno que lhe foi dado para cultivar. O poder que reside nele é novo na natureza, e nenhum outro senão ele sabe o que é que pode fazer, e não o saberá até que o tente. Não é por nada que uma cara, um carácter, um facto, causa muito impressão nele, e outros não têm qualquer efeito. Esta escultura na memória não existe sem uma harmonia pré-estabelecida. O olho foi colocado onde um raio deve cair, de forma a testemunhar esse raio em particular. Nós apenas nos exprimimos pela metade, e temos vergonha da ideia divina que cada um de nós representa. Podemos ser de confiança e de motivações boas e proporcionais, e darmo-nos fielmente, mas Deus não terá o seu trabalho mais manifesto feito por cobardes. Um homem está seguro e tranquilo quando coloca todo o coração no seu trabalho ou outra actividade e faz o seu melhor de acordo consigo próprio;

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Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma espécie de Quaresma sem Páscoa. Compreendo as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves dificuldades que têm de suportar, mas é preciso permitir que aos poucos a alegria da fé comece a despertar, como uma secreta mas firme confiança, mesmo no meio das piores angústias.

Hoje é tempo de missão e é tempo de coragem! Coragem para fortalecer os passos vacilantes, para retomar o gosto de nos consumirmos pelo Evangelho, de readquirir confiança na força que a missão tem em si.

As Dez Palavras começam assim: «Eu sou o Senhor teu Deus que te fez sair da terra do Egito, da condição servil» (Êxodo 20:2). Porquê esta proclamação que Deus faz de Si e da libertação? Porque só se chega ao monte Sinai depois de haver atravessado o mar Vermelho: o Deus de Israel primeiro salva, depois pede confiança. O Decálogo começa pela generosidade de Deus. Deus nunca pede sem primeiro dar. Primeiro salva, primeiro dá, depois pede.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.

Nenhum homem merece uma confiança ilimitada – na melhor das hipóteses, a sua traição espera uma tentação suficiente.

O Homem de Ideias

Não é lícito dizer que tem ideias aquele que as foi buscar a outro, que envergou um sistema já pronto, que não o construiu ele mesmo a pouco e pouco, à medida que se ia alargando e aprofundando a sua visão do mundo; para «ter ideias» é necessário um trabalho de autoformação, de modelação contínua da alma, uma assimilação que não cessa de tudo o que uma determinada personalidade encontra de assimilável no que a cerca, ou passado ou presente; a ideia surge da vida própria e não da vida dos outros; o homem que tem individualidade (é muito difícil ser indivíduo), ou a busca, pode inserir no seu pensamento fragmentos de pensamento alheio, mas apenas insere aqueles que, como algarismos num número, mudam de valor conforme a posição; inventa uma coluna vertebral que só a ele pertence e caracteriza, depois procura o que se lhe pode adaptar sem desarmonia nem contradição.
Faz como o caracol que se não instala na concha de outro caracol; fabrica-a e aumenta-a ao mesmo ritmo que se fabrica e aumenta o corpo que a enche; os Eremitas são bichos traiçoeiros. Aprender ideias não tem valor senão quando nos serve para formar ideias; se apenas as queremos usar não merecemos nem a confiança nem a consideração de ninguém;

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A Hipocrisia do Conselho

Nada é mais hipócrita do que pedir ou dar conselhos. Quem pede, parece ter um respeito venerando pelos sentimentos do amigo a quem os pede, mas, no fundo, quer é fazer aprovar os sentimentos próprios e, assim, tornar o outro responsável pela sua conduta. Por outro lado, o que presta os conselhos retribui a confiança que lhe é dada, com um zelo ardente e desinteressado, apesar de, quase sempre, querer, através dos conselhos que dá, satisfazer os seus interesses ou a sua glória.

A Verdadeira Natureza Humana

A humildade fica perto da disciplina moral; a simplicidade de carácter fica perto da verdadeira natureza humana; e a lealdade fica perto da sinceridade de coração. Se um homem cultivar cuidadosamente essas coisas na sua conduta, não estará longe do padrão da verdadeira natureza humana. Com a humildade, ou uma atitude piedosa, um homem raramente comete erros; com a sinceridade de coração, um homem é geralmente digno de confiança; e com a simplicidade de carácter é comummente generoso. Cometerá poucos erros.

A verdadeira confiança é transmitida pelo que a pessoa é no seu íntimo e nunca pelo que ela tem ou faz.

O Constante Desejo de Mudança Cega o Progresso

Penso, baseando-me em todos os dados que de há um ano para cá nos saltam aos olhos, que se pode afirmar que qualquer progresso deve acarretar necessariamente não um avanço ainda maior mas, ao fim e ao cabo, a negação do progresso e o retorno ao ponto de partida. A história do género humano prova-o. No entanto, a confiança cega desta geração, e da que a precedeu, nas ideias modernas, no advento de não sei que era da humanidade que deveria marcar uma profunda transformação – mas que, no meu entender, para influenciar o destino de cada um deveria antes de mais afectá-lo na própria natureza do homem -, esta confiança no futuro, que nada nos séculos que nos precederam justifica, constitui seguramente a única garantia desses bens futuros, dessas revoluções tão desejadas pela vontade dos homens.
Não será evidente que o progresso, ou seja a marcha progressiva das coisas – tanto para o bem como para o mal -, acabou, hoje, por conduzir a sociedade à beira de um abismo, onde ela poderá facilmente vir a cair para dar lugar à mais completa barbárie? E a razão disso, a única razão para que isso suceda, não residirá nessa lei que neste mundo impõe a todas as outras: isto é,

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