A Chama da Vida e o Fogo das PaixÔes
Nem sempre estar apaixonado é bom. A maior parte das paixÔes tomam conta da vontade e assumem o controlo do sentir e do pensar. Prometem a maior das libertaçÔes, mas escravizam quem desiste de si mesmo e a elas se submete.
A paixĂŁo Ă© sofrimento, um furor que Ă© o oposto da paz e do contentamento. Um vazio fulminante capaz das maiores acrobacias para se satisfazer. Mas que, como nunca se sacia, acaba por se consumir, por se destruir a si mesmo. Para ter paz precisamos de fazer esta guerra, na conquista do mais exigente de todos os equilĂbrios: entre a monotonia de nada arriscar e a imprudĂȘncia de entregar tudo sem uma vontade prĂłpria profunda. Ă essencial que saibamos desafiarmo-nos, por vezes, a um profundo desequilĂbrio momentĂąneo. Afinal, quem nunca ousa estĂĄ perdido, para sempre.
HĂĄ boas paixĂ”es. SĂŁo as que trabalham como um fermento. De forma pacata, pacĂfica e paciente. Animam, mas nĂŁo dominam. Orientam, mas nĂŁo decidem. Iluminam, mas nĂŁo cegam.Quase ninguĂ©m faz ideia da capacidade que cada um de nĂłs tem para suportar e vencer grandes sofrimentos…
Por paixÔes comuns, hå quem perca a cabeça, o coração e a alma.
Passagens sobre Controle
67 resultadosLiberdade de Imprensa
A imprensa Ă© uma grande potĂȘncia, mas como uma torrente em fĂșria submerge a planĂcie e devasta as colheitas, da mesma forma uma pena sem controle serve para destruir. Se o controle vem do exterior, o efeito Ă© ainda mais nocivo do que a falta de controle; sĂł pode ser aproveitĂĄvel se for exercido interiormente.
Todo o poder sem controle leva Ă loucura.
O monopĂłlio existe quando um indivĂduo ou empresa especĂfica tem controle suficiente sobre determinado produto ou serviço para estabelecer de modo significativo os termos em que outros indivĂduos terĂŁo acesso a ele.
A primeira coisa que um proprietårio aprende, e isto é doloroso, é: a confiança é uma coisa boa, mas o controle é ainda melhor.
Ă arrogante a classe dos cientistas-naturalistas que querem liquidar Deus completamente, como supĂ©rfluo, substituindo-o pelas leis naturais. Substituem uma idĂ©ia ininteligĂvel por outra equivalente. Sob a presunção de controle e compreensibilidade bem humanas sobre a natureza.
Quando gostamos de alguĂ©m Ă© difĂcil vĂȘ-lo envolvido numa conduta destrutiva. Ainda assim, devemos reconhecer que toda a gente tem controlo e responsabilidade sobre a sua prĂłpria vida. O mĂĄximo que podemos fazer Ă© pedir para que se tornem verdadeiramente conscientes das suas açÔes e despertem para a responsabilidade de agir com dignidade e amor, tanto em relação a si prĂłprio como para com os outros.
Se quisermos realmente conduzir as nossas vidas, temos que tomar o controlo das nossas acçÔes consistentes. Não é aquilo que fazemos de vez em quando que irå moldar as nossas vidas, mas aquilo que fazemos consistentemente.
ConversĂŁo Mental
Os mĂ©todos de conversĂŁo religiosa foram atĂ© agora considerados mais sob Ăąngulos psicolĂłgicos e metafĂsicos que psicolĂłgicos e mecanĂsticos; contudo, as tĂ©cnicas empregadas aproximamâse tanto frequentemente das modernas tĂ©cnicas polĂticas de lavagem cerebral e controle da mente que cada uma delas lança luz sobre os mecanismos da outra. Ă conveniente começar com a histĂłria melhor documentada de conversĂŁo religiosa, que tem em comum com a conversĂŁo polĂtica o facto de um indivĂduo ou grupo de indivĂduos poder adoptar novas crenças ou padrĂ”es de comportamento, em resultado de revelaçÔes surgidas na mente repentinamente e com grande intensidade, muitas vezes depois de perĂodos de grande tensĂŁo emocional.
Uma viagem Ă© como o casamento. A melhor maneira de nos enganarmos Ă© pensar que temos tudo sob controlo.
Acho que nĂŁo fui construĂdo para ser monogĂąmico. Eu nĂŁo acho que Ă© a natureza de qualquer homem ser monogĂąmico. Os homens sĂŁo movidos por impulsos geneticamente ordenados sobre os quais eles nĂŁo tĂȘm controle para distribuir as suas sementes.
A maior mentira do mundo: em determinado momento de nossa existĂȘncia, perdemos o controle de nossas vidas, e ela passa a ser governada pelo destino.
A disciplina Ă© um princĂpio de controle da produção do discurso. Ela lhe fixa os limites pelo jogo de uma identidade que tem a forma de uma reatualização permanente das regras.
Acreditar na Mudança
Se elevar os seus padrĂ”es, mas nĂŁo acreditar realmente que os pode cumprir, jĂĄ se terĂĄ sabotado. Nem sequer vai tentar. Faltar-lhe-ĂĄ aquela sensação de certeza que lhe permite tirar proveito da capacidade mais profunda que reside dentro de si enquanto lĂȘ isto. As nossas crenças sĂŁo como ordens nĂŁo questionadas, dizendo-nos como as coisas sĂŁo, o que Ă© possĂvel e impossĂvel, o que podemos e o que nĂŁo podemos fazer. DĂŁo forma a todas as nossas açÔes, pensamentos e sentimentos. Como resultado, mudar os nossos sistemas de crenças Ă© fundamental para fazer qualquer mudança real e duradoura nas nossas vidas. Temos de desenvolver uma certeza de que podemos e iremos cumprir os novos padrĂ”es antes de o fazermos realmente.
Sem assumir o controlo dos seus sistemas de crenças, pode elevar os seus padrĂ”es tanto quanto lhe apetecer, mas nunca terĂĄ convicção para os defender. O que acha que Gandhi teria conseguido se nĂŁo tivesse acreditado profundamente no poder da oposição pacĂfica? Foi a congruĂȘncia das suas crenças que lhe deu acesso aos seus recursos interiores e lhe permitiu enfrentar os desafios que teriam derrubado um homem menos dedicado. As crenças fortalecedoras – esta noção de certeza –
Duvide de Tudo o que nĂŁo Promove a Vida
Duvide do conteĂșdo de todas as ideias e de todos os pensamentos que debilitam a sua saĂșde psĂquica. Duvide da sua incapacidade de superar os seus conflitos, os seus fracassos, a sua insegurança, a sua ansiedade. Duvide da sua incapacidade de ser feliz.
A dĂșvida esvazia a ditadura das derrotas, das angĂșstias, da depressĂŁo. Devemos assumir com honestidade as nossas fragilidades, limitaçÔes e conflitos, mas nĂŁo nos devemos deixar controlar por elas. Cuidado com a ditadura do medo, das ideias negativas, das doenças emocionais. Retire o medo do trono da sua mente e substitua-o pela esperança.
NĂŁo duvide do valor da vida, da paz, do amor, do prazer de viver, enfim, de tudo o que faz a vida florescer. Mas duvide de tudo o que a compromete. Duvide do controle que a misĂ©ria, a ansiedade, o egoĂsmo, a intolerĂąncia e a irritabilidade exercem sobre si. Use a dĂșvida como ferramenta para fazer uma limpeza no delicado palco da sua mente com o mesmo empenho com que faz a sua higiene dentĂĄria.
O seu Instinto Leva-o mais Longe que o seu Intelecto
«Homem, conhece-te a ti mesmo» – toda a sabedoria se encontra concentrada nesta frase. Auto-anĂĄlise, depois acção – a escola da sabedoria. Quanto mais cedo descobrir os factos acerca da sua pessoa mais fĂĄcil serĂĄ a jornada da vida. Para tirar o mĂĄximo de nĂłs, temos de conhecer os recursos que possuĂmos e depois aperfeiçoĂĄ-los e utilizĂĄ-los. Pelo controlo das emoçÔes uma pessoa consegue superar quase todas as dificuldades que habitualmente estragam a vida.
(…) Sem olhar Ă profundidade dos seus sentimentos, Ă vastidĂŁo dos seus conheciemntos, o homem aparentemente completo nĂŁo o Ă© sem que tenha aperfeiçoado as suas tendĂȘncias. Quem quiser melhorar os condicionalismos externos tem de começar por melhorar os internos. Quando as coisas nĂŁo estĂŁo a correr bem hĂĄ qualquer coisa em mim a dizer-mo. Ăs vezes tenho de pensar muito para descobrir o erro e como corrigi-lo. Depois de resolver o problema sinto-me novamente bem. Isto prova que «O seu instinto leva-o mais longe que o seu intelecto».
A Racionalidade como Solução de Todos os Males do Mundo
A racionalidade pode ser definida como o hĂĄbito de considerar todos os nossos desejos relevantes, e nĂŁo apenas aquele que sucede ser o mais forte no momento. (…) A racionalidade completa Ă©, sem dĂșvida, ideal inatingĂvel; porĂ©m, enquanto continuarmos a classificar alguns homens como lunĂĄticos, Ă© claro que achamos uns mais racionais que outros. Acredito que todo o progresso sĂłlido no mundo consiste de um aumento de racionalidade, tanto prĂĄtica como teĂłrica. Pregar uma moralidade altruĂstica parece-me um tanto inĂștil, porque sĂł falarĂĄ aos que jĂĄ tĂȘm desejos altruĂsticos. Mas pregar racionalidade Ă© um tanto diferente, porque ela nos ajuda, de modo geral, a satisfazer os nossos prĂłprios desejos, quaisquer que sejam. O homem Ă© racional na proporção em que a sua inteligĂȘncia orienta e controla os seus desejos.
Acredito que o controle dos nossos actos pela inteligĂȘncia Ă©, afinal, o que mais importa e a Ășnica coisa capaz de preservar a possibilidade de vida social, enquanto a ciĂȘncia expande os meios de que dispomos para nos ferir e destruir. O ensino, a imprensa, a polĂtica, a religiĂŁo – numa palavra, todas as grandes forças do mundo – estĂŁo actualmente do lado da irracionalidade; estĂŁo nas mĂŁos dos homens que lisonjeiam Populus Rex com o fito de desencaminhĂĄ-lo.
O Acaso Introduz e Acaba as Nossas AcçÔes
Ă de um sadismo soberbo pensar que deverĂamos ser julgados pelas nossas boas e mĂĄs acçÔes, uma vez que sĂł de um pequenĂssimo nĂșmero das nossas acçÔes podemos decidir. O acaso cego, que se distingue da justiça cega pelo simples facto de ainda nĂŁo usar venda, introduz e acaba as nossas acçÔes; o que podemos fazer e, bem entendido, o que devemos fazer, em virtude da existĂȘncia tantas vezes negada da nossa consciĂȘncia, Ă© deixarmo-nos arrastar numa certa direcção e mantermo-nos depois nessa direcção enquanto conservamos os olhos abertos e estamos conscientes de que o fim em geral Ă© uma ilusĂŁo, pelo que o fundamental Ă© a direcção que mantivermos, pois sĂł ela se encontra sob o nosso controlo, sob o controlo do nosso miserĂĄvel eu. E a lucidez, sim, a lucidez, os olhos abertos fitando sem medo a nossa terrĂvel situação devem ser a estrela do eu, a nossa Ășnica bĂșssola, uma bĂșssola que cria a direcção, porque sem bĂșssola nĂŁo hĂĄ direcção. Mas se me disponho agora a acreditar na direcção, passo a duvidar dos testemunhos relativos Ă maldade humana, uma vez que no interior de uma mesma direcção – em si mesma excelente – podem existir correntes boas e mĂĄs.
O meu defeito não são as paixÔes que tenho, mas a minha falta de controlo sobre elas.
De todos os infortĂșnios que afligem a humanidade, o mais amargo Ă© que temos de ter consciĂȘncia de muito e controle de nada.