Passagens sobre Difícil

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Frases sobre difícil, poemas sobre difícil e outras passagens sobre difícil para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Quanto mais difícil, penosa e dura é uma coisa, tanto mais nela se obstinam os homens

Quanto mais difícil, penosa e dura é uma coisa, tanto mais nela se obstinam os homens, tanto mais a querem.

Nós temos medo de nos governarmos, é claro. É tão difícil. Queremos logo desistir da nossa liberdade. Não é sequer liberdade verdadeira, porque não é acompanhada de compreensão. É apenas uma condição preliminar de liberdade. Mas odiamo-la. E em breve fugimos, escolhemos um senhor, rolamos no chão e pedimos o chicote. (…) Não é o amor que nos dá o cansaço da vida. É a nossa incapacidade de sermos livres.

O Preço do Amor

Não é fácil estar apaixonado por uma mulher e fazer alguma coisa de jeito. És devorado pela ansiedade. Não convém deixares-te embeiçar por uma mulher que se mostre difícil de conquistar, isso e como passar o resto da vida a tentar escalar o Everest. Escolhe uma mulher que possas conservar sem muito esforço. Quanto a mulheres boas, podemos comprá-las. Por meia dúzia de euros, arranjas uma russa de dezoito anos, dessas que nem nos filmes se veem. Fodes, pagas e regressas a casa para jantar com a família, com a tua mulher, que cozinha bem e fode mal, mas que não lhe passa pela cabeça separar-se de ti, entre outras coisas porque ninguém a olha com particular interesse. Ela vai às reuniões de pais na escola, controla as AMPAS, as APLAS, todas essas associações que nem sei como se chamam, esses serviços, esse jargão, esse lixo social-democrata que os do PP copiam com entusiasmo porque soa a família moderna e feliz, e também um pouco a Opus Dei, e mete os miúdos na ordem e sabe escolher o detergente mais eficaz no Mercadona e o melhor queijo e o melhor foie gras de fabrico próprio da charcutaria. Passa-te as camisas a ferro e cose-te os botões.

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A Esperança é o Bordão da Vida

A esperança é o bordão da vida. Há uma coisa do Padre Vieira, muito bonita, em que ele fala do Non. Terrível palavra é o non, de qualquer lado por onde se pegue, é sempre Non – isto aparece no meu filme “Non ou a vã glória de mandar”, dito por esse grande actor, o Ruy de Carvalho. A última palavra do Vieira sobre Non é: “O Non tira a esperança, que é a última coisa que a natureza deixou ao homem”. Sem esperança não se pode viver.

[A esperança e o desejo são o que nos impele a fazer, prosseguir. Mas não é supremamente difícil mantê-los vivos?]

O desejo não nos impele para existir. O desejo impele para a continuidade da espécie. O que nos impele à existência é o que diz o maia, “come para viveres”, e isso é a fome. A fome é o que nos garante a subsistência. Se não tivéssemos fome, não comíamos, não comendo, não sobrevivíamos. Se não tivéssemos o desejo, não teríamos a relação sexual e a relação sexual é que garante a continuidade da espécie. O desejo é uma coisa, a fome é outra. São os dois para a continuidade: um para a continuidade do indivíduo,

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Perguntas e Respostas

— Qual é a coisa mais antiga do mundo?
— Poderia dizer que é Deus que sempre existiu.
— Qual é a coisa mais bela?
— O instante de inspiração.
— E Deus quando criou o Universo não o fez no momento de Sua maior inspiração?
— O Universo sempre existiu. O cosmos é Deus.
— Qual das coisas é a maior?
— O amor, que é o maior dos mistérios.
— Das coisas qual é a mais constante?
— O medo. Que pena que eu não possa responder: é a esperança.
— Qual o melhor dos sentimentos?
— O de amar e ao mesmo tempo ser amada, o que parece apenas um lugar-comum mas é uma de minhas verdades.
— Qual é o sentimento mais rápido?
— O sentimento mais rápido, que chega a ser apenas um fulgor, é o instante em que um homem e uma mulher sentem um no outro a promessa de um grande amor.
— Qual é a mais forte das coisas?
— O instinto de ser.
— O que é mais fácil de se fazer?
— Existir,

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A Desvantagem da Sabedoria

A sua inteligência estorvava-o. Que podia esperar da sabedoria e das suas cinco propriedades?
Primeiro, ele saberia como tratar os problemas difíceis ligados à conduta humana e ao sentido da vida. Mas isso não era prioritário para ninguém, iam achá-lo desalmado e pôr-lhe toda a espécie de obstáculos pela frente.
Segundo, a sabedoria exprime uma qualidade superior do conhecimento. Antecipa a avaliação das situações, por tudo e nada reanima a atenção dos outros com os seus conselhos. Depressa é tratada como importuna e terá que recuar ao abrigo da frivolidade.
Terceiro, a sabedoria é moderada e vê as coisas em profundidade. É, portanto, inimiga do juízo fácil e das paixões que são requestadas para dar emoção às existências fúteis e cinzentas.
Quarto, a sabedoria é exercida tendo em vista o bem-estar da humanidade. Tem, por isso, mau nome em qualquer publicidade que faz vender produtos de grande lucro, como a guerra, o amor e as máquinas.
Quinto, finalmente: a sabedoria é reconhecida como valor estável pela maioria da população, o que é nocivo para o envolvimento dessa mesma população em qualquer campanha, seja de poder ou de ganho de negócios.
Enfim, ele teria que formar-se e esquecer os seus sonhos de grandeza,

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Os Meios de Comunicação Têm Sempre Razão

A dominação intelectual é difícil se não dispomos de uma tribuna mediática. Em vez de perdermos longos anos a reflectir sobre o sentido da vida, as relações entre homens e mulheres, a influência da alimentação transgénica na produção leiteira das vacas normandas (conheço um investigador que passou quarenta anos a estudar as térmitas; admite não ter conseguido desvendar-lhes o segredo que, no seu entender, existe!) ou qualquer assunto mais ou menos relacionado com o destino da Humanidade, mais vale começarmos por arranjar meios de aceder à redacção de um jornal ou, melhor, de um canal televisivo. Com efeito, é a importância do meio de comunicação em termos de audiência que determina a supremacia de uma opinião. Qualquer tolice catódica emitida entre as 20 e as 20:30 horas é mais credível que a conclusão amadurecida de um colóquio de especialistas. Porquê mais credível? Porque mais acreditada.
O público aprecia a confirmação de que é verdade aquilo que sente como verdadeiro (por exemplo, que os políticos são podres ou que a Madonna é a mulher mais sensual do mundo). Este género de opinião, no entanto, só passa a ser uma evidência depois de ter sido santificado por um meio de comunicação.

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Apreciação Imparcial

Há poucos indivíduos a quem é dado contemplar uma obra de arte como espectadores tranquilos; mas é difícil encontrar um que seja capaz ou tenha a vontade, ao mesmo tempo que deixa a obra penetrá-lo, e escuta as suas impressões ou as palavras de outro, de permanecer simples observador. Sem se dar conta disso, torna-se crítico, procurando mostrar a sua força de juízo, exercer o seu humor e avaliar a sua própria pessoa.
O ingénuo fá-lo inicialmente, é certo, sem a menor intenção malévola; mas mesmo nele, as propriedades naturais do indivíduo não tardam a impôr os seus direitos – vaidade e pedantice, desejo de ser superior aos seus próprios olhos e aos olhos dos outros – de tal modo que depressa estará mais decidido a desvelar as fraquezas de uma obra do que a aceitar os seus lados positivos.

O ciúme é uma das enfermidades psicológicas mais congênitas. Quando se nasce com ela, a cura é difícil. Ela envenena as alegrias mais gratas da vida, derrama fel em cada gota de água, em cada bocado de pão.

Os Escritores Medíocres

Essas mentes medíocres simplesmente não se conseguem decidir a escrever como pensam, pois acham que depois o resultado poderia adquirir uma aparência muito simplória. […] Desse modo, apresentam o que têm a dizer com construções forçadas e difíceis, neologismos e períodos extensos, que circundam o pensamento e acabam por o ocultar. Oscilam entre o esforço de o comunicar e o esforço de o esconder. Querem guarnecer o texto de modo que ele adquira uma aparência erudita ou profunda, para que as pessoas pensem que ele contém mais do que se consegue perceber no momento da leitura. Sendo assim, esboçam partes do seu pensamento em expressões curtas, ambíguas e paradoxais, que parecem significar muito mais do que dizem; logo voltam a apresentar os seus pensamentos com uma torrente de palavras e uma verbosidade insuportável, como se fossem necessárias sabe-se lá que medidas para tornar compreensível o seu sentido profundo, enquanto, na verdade, se trata de uma ideia bastante simples, para não dizer até trivial.

Os homens, com o auxílio das convenções, têm resolvido tudo com facilidade e pelo lado mais fácil da facilidade; mas é claro que precisamos ater-nos ao difícil.