Passagens sobre Força

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Frases sobre força, poemas sobre força e outras passagens sobre força para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Os Convencidos da Vida

Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.
Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.
Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?
(…) No corre-que-corre, o convencido da vida nĂŁo Ă© um vaidoso Ă  toa. Ele Ă© o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca Ă© gratuita, todo o rendimento possĂ­vel. Nos negĂłcios, na polĂ­tica, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tĂŁo capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la.

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Do mesmo modo que a união faz a força, a discórdia leva a uma rápida derrota.

Toda pessoa possuidora de algum mérito tem consciência de que em seu interior existe uma força que não pára de incitá-la ao progresso infinito.

Da Vossa Vista a Minha Vida Pende

Da vossa vista a minha vida pende,
Maior bem para mim nĂŁo pode ser
Que ver-vos, mas nĂŁo ouso de vos ver;
Que vosso alto respeito mo defende.

O meu amor, que o vosso sĂł pretende,
Receio que se venha a conhecer,
Nos olhos, que mal podem esconder
O desejo, dum peito que se rende.

Por vós a tal estremo d’Amor venho,
Que com força resisto a meu desejo,
Porque nada de mim vos descontente.

Mas neste mal, senhora, este bem tenho,
Que sempre tal, qual sois, n’alma vos pinto
Sem dar que ver, nem que falar Ă  gente.

Onde está o pensamento, está a força. É tempo de os gênios passarem à frente dos heróis.

A fé é uma das forças pelas quais os homens vivem, e a sua ausência total significa colapso!

Louvor do Esquecimento

Bom Ă© o esquecimento.
SenĂŁo como Ă© que
O filho deixaria a mĂŁe que o amamentou?
Que lhe deu a força dos membros e
O retém para os experimentar.

Ou como havia o discĂ­pulo de abandonar o mestre
Que lhe deu o saber?
Quando o saber está dado
O discĂ­pulo tem de se pĂ´r a caminho.

Na velha casa
Entram os novos moradores.
Se os que a construíram ainda lá estivessem
A casa seria pequena de mais.

O fogĂŁo aquece. O oleiro que o fez
Já ninguém o conhece. O lavrador
NĂŁo reconhece a broa de pĂŁo.

Como se levantaria, sem o esquecimento
Da noite que apaga os rastos, o homem de manhĂŁ?
Como Ă© que o que foi espancado seis vezes
Se ergueria do chão à sétima
Pra lavrar o pedregal, pra voar
Ao céu perigoso?

A fraqueza da memória dá
Fortaleza aos homens.

Tradução de Paulo Quintela

A loucura é uma força da natureza para o bem ou para o mal, ao passo que a estupidez é uma debilidade da natureza sem contrapartidas.

Desabafar o Sofrimento

Nunca compreendi como é possível que alguém que escreva consiga objectivar os seus sofrimentos enquanto vive sob o seu peso; assim eu, por exemplo, no meio da minha infelicidade, provavelmente ainda com a minha cabeça a queimar de infelicidade, sento-me e escrevo a alguém: sou infeliz. Sim, eu até posso ir além disto e com todos os floreados que o meu talento possa inventar, que não parecem ter nada a ver com a minha infelicidade, toco uma orquestração simples, ou em contraponto, ou uma orquestração completa de variações sobre o meu tema. E não é uma mentira, e não mitiga a minha dor: é simplesmente um extra misericordioso de força num momento em que o sofrimento me consumiu até ao fundo do meu ser e gastou completamente todas as minhas forças.

A Minha Cidade Preferida

É o Porto. Tem umas caracterĂ­sticas muito particulares, muito suas. Ou melhor, tinha. EstĂŁo agora a fazer força para tirá-las, ao contrário do que se faz lá fora. Mesmo Ă s cidades que foram arrasadas pela guerra, como VarsĂłvia, na PolĂłnia, que foi refeita tal qual era antes. O mesmo aconteceu em Berlim. Aqui destroem o que está feito para construir uma porcaria qualquer incaracterĂ­stica, que nĂŁo representa coisa nenhuma. Por exemplo, o que querem fazer no mercado do BolhĂŁo Ă© uma vergonha – querem meter lá um supermercado, ou outra borra qualquer, que tira todo o carácter Ă  cidade e a modifica. Assim, as cidades confundem-se todas: a gente chega a uma cidade e já nĂŁo sabe onde está. É tudo igual em toda a parte.

As Três Espécies de Portugueses

Há três espécies de Portugal, dentro do mesmo Portugal; ou, se se preferir, há três espécies de português. Um começou com a nacionalidade: é o português típico, que forma o fundo da nação e o da sua expansão numérica, trabalhando obscura e modestamente em Portugal e por toda a parte de todas as partes do Mundo. Este português encontra-se, desde 1578, divorciado de todos os governos e abandonado por todos. Existe porque existe, e é por isso que a nação existe também.

Outro é o português que o não é. Começou com a invasão mental estrangeira, que data, com verdade possível, do tempo do Marquês de Pombal. Esta invasão agravou-se com o Constitucionalismo, e tornou-se completa com a República. Este português (que é o que forma grande parte das classes médias superiores, certa parte do povo, e quase toda a gente das classes dirigentes) é o que governa o país. Está completamente divorciado do país que governa. É, por sua vontade, parisiense e moderno. Contra sua vontade, é estúpido.

Há um terceiro português, que começou a existir quando Portugal, por alturas de El-Rei D. Dinis, começou, de Nação, a esboçar-se Império. Esse português fez as Descobertas,

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A Minha Luta

A minha luta é para encontrar o centro, o núcleo de toda uma infinidade de justificações, que superficialmente parecem satisfazer-me e são, afinal, folhas caducas do meu tronco. Determinar, numa palavra, que causa última me conduz, que força polariza os meus actos. Mas estou longe dessa descoberta. Eliminei o divino, porque era divino e eu sou humano; superei o pecado, porque viver sem pecado era um absurdo moral; e consegui perceber que a vida não é trágica por estar balizada pelo nascimento e pela morte, que são condições de existência e não condenações dela. Contudo, nada resolvi. Continua a escapar-me das mãos a sombra de um fantasma paradoxal. Uma sombra que é uma pura alucinação dos sentidos, que sabem que apenas o real lhes merece crédito, e, sobretudo, da razão, que sabe que a única consciência do mundo é ela própria, princípio e fim de si mesma.

As Discussões Nunca São Feitas de Boa Fé

SĂł os ingĂ©nuos podem crer que uma discussĂŁo visa resolver um problema ou esclarecer uma questĂŁo difĂ­cil. Na realidade, a sua Ăşnica justificação Ă© testar a capacidade de os participantes derrubarem o adversário. O que está em jogo nĂŁo Ă© a verdade, mas o amor prĂłprio. O bem falante leva a melhor sobre o que tartamudeia, o temerário sobre o tĂ­mido e o arrebatado sobre o escrupuloso. Estar de boa fĂ© equivale a potenciar as desvantagens, porquanto os escrĂşpulos se somam Ă  circunspecção, dificultando a expressĂŁo. O que Ă© a boa fĂ©? Uma conduta de fracasso, um autĂŞntico suicĂ­dio… Quem participa em debates fala sem escutar, espezinha qualquer raciocĂ­nio que nĂŁo seja conduzido por si prĂłprio, despreza as oposições, ignora as obstrucções e, de certo modo, conquista a vitĂłria Ă  força de palavras.
Cultiva a má fé com o profissionalismo do jardineiro que cria uma planta venenosa cujo veneno possui suavidades tão profundas que quem o prova já não passa sem ele. Para dar melhor resultado, a má fé não deve ser demasiado subtil. Com efeito, o seu impacte não será suficiente para desnortear o outro, rápida e duradouramente. Nesta matéria, a subtileza não substitui a brutalidade que, não obstante a detestável fama em certos meios intelectuais,

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As necessidades nos permitem vencer milagrosamente até os adversários considerados invencíveis. A necessidade é a força que cura até os doentes em estado grave.

Ser profundamente amado por alguém dá-nos força, amar alguém profundamente dá-nos coragem.