Tempo Habitual
De nojo, o tempo, o nosso,
A perfĂdia estrumando
No presumir da carĂcia branda e sorriso
De todos.De raiva o tempo, o nosso,
CĂ©u, mar e terra abrasando
Em clamor de labareda e navalha afiada
E sangue.De pavor o tempo, o nosso,
A primavera assombrando.
ExĂlio de ventres a fecundar e tudo o mais
Que a faz.De amor o tempo, o nosso,
Onde uma voz espalhando
A boa nova do pântano fétido da noite
Imposta?
De nojo, de raiva, de pavor,
O tempo transido
Do nosso viver dia-a-dia!
Mas nĂŁo de amor…