Soneto XXV
Do bravo mar onde Ă s voltas ando
Ora temendo as ondas, ora o vento,
Na esperança maior de salvamento,
A minha barca vai Ă costa dando.Pus os olhos na costa, imaginando
Achar remanso de pirigo isento,
Vendo, porém, frustrado o pensamento,
Louvo o mar já demais seguro e brando.Ai fementido amor, amor tirano,
Que onde minha esperança tinha posta
Me trouxeste a fazer naufrágio amargo.Porém ainda comigo foste humano,
Que mais quero perder-me dando Ă costa,
Que andar com mil temores em mar largo.