Tomou-me vossa vista soberana
Tomou-me vossa vista soberana
Aonde tinha as armas mais Ă mĂŁo,
Por mostrar que quem busca defensĂŁo
Contra esses belos olhos, que se engana.Por ficar da vitĂłria mais ufana,
Deixou-me armar primeiro da razĂŁo;
Cuidei de me salvar, mas foi em vĂŁo,
Que contra o Céu não vale defensa humana.Mas porém, se vos tinha prometido
O vosso alto destino esta vitĂłria,
Ser-vos tudo bem pouco está sabido.Que posto que estivesse apercebido,
NĂŁo levais de vencer-me grande glĂłria;
Maior a levo eu de ser vencido.