Meu Pai
A Eloy
Desce, meu Pai, a noite baixou mansa.
Nem uma nuvem se vĂȘ mais no cĂ©u:
Aninharam-se aqui no peito meu,
Onde, chorando, a negra dor descansa.Quando morreste eu era bem criança,
Balbuciava, sim, o nome teu,
Mas dâeste rosto santo que morreu
JĂĄ nĂŁo conservo a mĂnima lembrança.A noite Ă© clara; e eu, aqui sentada,
Tenho medo da lua embalsamada,
Corta-me o frio a alma comovida.Se lå no Céu teu coração padece,
Vem comigo rezar a mesma prece:
Tua bĂȘnção, meu pai, me darĂĄ vida!