Alma Antiga
PƵe a tua alma francamente aberta
Ao sol que pelos pĆ”ramos faĆsca,
Que o sol para a tua alma velha e prisca
Deve de ser como um clarim de alerta.Desperta, pois, por entre o sol, desperta
Como de um ninho a pomba quente e arisca
Ć luz da aurora que dos altos risca
De listrƵes d’ouro a vastidĆ£o deserta.Vai por abril em flores gorgeando
Como pƔssaro exul as canƧƵes leves
Que os ventos vĆ£o nas Ć”rvores deixando.E tira da tua alma, Ć³ doce amiga,
Almas serenas, puras como a neve,
Almas mais novas que a tua alma antiga!