Não Te Leves Tão a Sério
Em todas as palestras que dou, reservo alguns minutos para este tema e, se possível, logo no início da conversa. Faço-o porque quero que a soma de todas as pessoas que me ouvem possam, rapidamente, ser um grupo. O objetivo é aproximá-las da minha energia e desconstruir padrões. Muitas vezes, em certos indivíduos, denoto uma forte resistência ao abraço de um desconhecido, ao vibrar com uma música que pede saltos e explosões de alegria e ao riso.
E porque é que isto acontece? Porque estão a levar os padrões que gerem as suas vidas demasiado a sério.– «Eu não toco assim numa pessoa que não conheço»; «Ai que vergonha, pôr-me aqui aos saltos»; «Alguma vez na vida, vou achar graça ao que ele disse? Convencido».
Estes exemplos são de gente real. De gente que se acha superior, mais educada e mais engraçada. Mas serão? Ou será esta gente de uma extrema insegurança? E estes exemplos de alguém que se sente ameaçado, com medo que lhe caia a máscara e extremamente vulnerável?Aprendi que o palco, o microfone e as centenas de olhos na minha direção já me dão um status mais do que suficiente para criar a ilusão de que sou mais do que o meu público. Se eu acreditar nessa informação que o meu ego processa, corro o risco de ir perdendo assistência à medida que for falando e credibilidade com o passar das insinuações. O ego consegue transformar um profeta de esperança e felicidade num gigante aterrador! As pessoas sentem isso e as pessoas estão fartas de se sentirem sempre inferiores. Descobri que é fundamental estar em palco e ser mais um deles e brincar com a minha pessoa para que as pessoas se possam rir de mim e não ter medo de mim. Assim, tenho por hábito vestir uma roupa básica e informal com a qual toda a gente se possa identificar, deixando os fatos e as gravatas para o pessoal da assembleia, reconhecer a iniciativa de todos os que escolheram estar ali, a auto-descobrirem-se, e dizer umas graçolas para criar, imediatamente, um excelente rapport, ou seja, uma boa empatia, e a garantia de que as horas que vão passar comigo, e com a parte deles que têm ignorado, valerão a pena. O humor aproxima as pessoas e o riso leva-as, inconscientemente, a escolher o «Agora», em detrimento de todos os desafios que as esperam para lá da gargalhada. Mais, a forma como o exploro acerca de mim, prova-lhes que a vida, dando outro significado às coisas, pode ser bem mais simples.