Saber que se Vive Ă© Coragem
Ăs vezes, olhando um instantĂąneo tirado numa praia ou numa festa, percebia com leve apreensĂŁo irĂłnica o que aquele rosto sorridente e escurecido me revelava: um silĂȘncio. Um silĂȘncio e um destinho que me escapavam, eu, fragmento hieroglĂfico de um impĂ©rio morto ou vivo. Ao olhar o retrato eu via o mistĂ©rio. NĂŁo. NĂŁo vou perder o resto do medo do mau gosto, vou começar meu exercĂcio de coragem, viver nĂŁo Ă© coragem, saber que se vive Ă© coragem â e vou dizer que na minha fotografia eu via O MistĂ©rio.
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