Horas Vivas
Noite: abrem-se as flores…
Que esplendores!
CĂntia sonha amores
Pelo céu.
TĂȘnues as neblinas
Ăs campinas
Descem das colinas,
Como um véu.Mãos em mãos travadas,
Animadas,
VĂŁo aquelas fadas
Pelo ar;
Soltos os cabelos,
Em novelos,
Puros, louros, belos,
A voar.â âHomem, nos teus dias
Que agonias,
Sonhos, utopias,
AmbiçÔes;
Vivas e fagueiras,
As primeiras,
Como as derradeiras
IlusĂ”es!â Quantas, quantas vidas
VĂŁo perdidas,
Pombas mal feridas
Pelo mal!Anos apĂłs anos,
TĂŁo insanos,
VĂȘm os desenganos
Afinal.â âDorme: se os pesares
Repousares,
VĂȘs? â por estes ares
Vamos rir;
Mortas, nĂŁo; festivas,
E lascivas,
Somos â horas vivas
De dormir!â â