Cai, orvalho de sangue do escravo,
Frases de Castro Alves
33 resultadosNão sabes, criança? Estou louco de amores…
Povo! Povo infeliz! Povo mártir eterno,
Tu és do cativeiro o Prometeu moderno…
Livros… livros à mão-cheia
e manda o povo pensar.
Era o relampejar da liberdade
Nas nuvens do chorar da humanidade,
Ou sarça do Sinai,
Relâmpagos que ferem de desmaios
Revoluções, vós deles sois os raios
Escravos, esperai!
Tudo vem me lembrar que tu fugiste, Tudo que me rodeia de ti fala. Inda a almofada, em que pousaste a fronte O teu perfume predileto exala…
O riso é a estrela do horizonte da alma.
Senhor, não deixes que se manche a tela,
Onde traçaste a criação mais bela
De tua inspiração.
O sol de tua glória foi toldado
Teu poema da América manchado.
Manchou-o a escravidão.
A justiça do escravo está na força.
A praça, a praça é do Povo!
Como o céu é do Condor!
É antro onde a liberdade
Cria a águia ao seu calor!
Trema a terra de susto aterrada…
Oh! bendito o que semeia
Livros, livros, à mancheia
E manda o povo pensar…
A palavra, vós roubais-la
Dos lábios da multidão.
Dizeis, senhores, à lava:
Que não rompa do vulcão!
Basta! … Eu sei que a mocidade
É o Moisés no Sinai;
Das mãos do eterno recebe
As tábuas da lei! Marchai!
Quem cai na luta com glória.
Tomba nos braços da história,
No Coração do Brasil.
Bendito aquele que semeia livros e faz o povo pensar.
Prendi meus afetos, formosa Pepita… mas, onde? No tempo? No espaço? Nas névoas? Não rias… Prendi-me num laço de fita!
O livro – esse audaz guerreiro
que conquista o mundo inteiro
sem nunca ter Waterloo…
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder,
Hoje… cúmulo de maldade,
Nem são livres pra morrer…
Ai! Que vale a vingança, pobre amigo. Se na vingança, a honra não se lava?
Tem o povo – mar violento
Por armas – o pensamento,
A verdade por farol
E o homem, vaga que nasce
No oceano popular,
Tem que impelir os espíritos,
Tem uma plaga a buscar.