Para que um homem possa ser absolutamente intelectual, tem que ser um pouco imoral.
Frases de Fernando Pessoa
1092 resultadosA melhor parte é de quem não pertence a nada, nem sofre a injúria da frustração ou o insulto do conseguimento.
E perder um defeito, ou uma deficiência, ou uma negação, sempre é perder.
São as minhas confissões, e, se nelas nada digo é que nada tenho que dizer.
A vida é a hesitação entre uma exclamação e uma interrogação. Na dúvida, há um ponto final.
Tudo é orgulho e inconsciência. Tudo é querer mexer-se, fazer cousas, deixar rastro. E houve pasmos de toda a realidade ser só isto
Mas a vida era a vida e só era a vida
Boa é a vida, mas melhor é o vinho. O amor é bom, mas é melhor o sono.
A Decadência é a perda total da inconsciência; porque a inconsciência é o fundamento da vida. O coração, se pudesse pensar, pararia.
Reduzir as necessidades ao mínimo, para que em nada dependamos de outrem.
Ninguém será nunca comovidamente meu amigo. Por isso tantos me podem respeitar.
Prouvera aos deuses, meu coração triste, que o Destino tivesse um sentido! Prouvera antes ao Destino que os deuses o tivessem!
Ser imoral não vale a pena, porque diminui, aos olhos dos outros, a vossa personalidade, ou a banaliza. Ser imoral dentro de si, cercada do máximo respeito alheio.
Há apenas dois tipos de estado de alma constante em que a vida vale a pena ser vivida – com a nobre alegria de ter uma religião, ou com a nobre tristeza de se ter perdido uma.
Quando escrevo, visito-me solenemente.
Mesmo a circunstância de eu ir publicar um livro vem alterar a minha vida. Perco uma coisa – o ser inédito.
Tudo o que dorme é criança de novo. Talvez porque no sono não se possa fazer mal, e se não dá conta da vida, o maior criminoso, o mais fechado egoísta é sagrado, por uma magia natural, enquanto dorme. Entre matar quem dorme e matar uma criança não conheço diferença que se sinta.
Tudo vale a pena. Se a alma não é pequena.
Ver muito lucidamente prejudica o sentir demasiado. E os gregos viam muito lucidamente, por isso pouco sentiam. De aí a sua perfeita execução da obra de arte.
Toda a arte se baseia na sensibilidade, e essencialmente na sensibilidade. A sensibilidade é pessoal e intransmissível. Para se transmitir a outrem o que sentimos, e é isso que na arte buscamos fazer, temos que decompor a sensação, rejeitando nela o que é puramente pessoal, aproveitando nela o que, sem deixar de ser individual, é todavia susceptível de generalidade, portanto, compreensível, não direi já pela inteligência, mas ao menos pela sensibilidade dos outros.
Jaz aqui, na pequena praia extrema,
o Capitão do Fim.