Frases de Florbela Espanca

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Frases de Florbela Espanca. Conheça este e outros autores famosos em Poetris.

Em tudo eu vejo sempre os antecedentes, as consequĂȘncias, as razĂ”es e as causas: sou como as crianças que desmancham o brinquedo que as entretĂ©m sĂł pelo prazer de saber o que estĂĄ dentro. Apesar do meu tradicional horror Ă s ciĂȘncias positivas, eu tenho uma grande dose de positivismo e a ciĂȘncia a que na vida ligo maior importĂąncia Ă© a matemĂĄtica.

Tenho pela mentira um horror quase fĂ­sico. Sinto-a Ă  distĂąncia e agora… neste mesmo momento… sinto-a vaguear, asquerosa e suja, em volta da minha alma que vibra no orgulho de ser pura. Se os outros me nĂŁo conhecem, eu “conheço-me”, e tenho orgulho, um incomensurĂĄvel orgulho em mim!

Sou talvez a visão que alguém sonhou Alguém que veio ao mundo pra me ver E que nunca na vida me encontrou

Sob a serenidade austera da minha terra alentejana, lateja uma força hercĂșlea, força que se resolve num espasmo, que quer criar e nĂŁo pode. A tragĂ©dia daquele que tem gritos lĂĄ dentro e se sente asfixiado dentro duma cova lĂŽbrega; a amarga revolta de anjo caĂ­do, de quem tem dentro do peito um mundo e se julga digno, como um deus, de o elevar nos braços, acima da vida, e nĂŁo poder e nĂŁo ter forças para o erguer sequer!

Neste mundo sĂł temos certa a dor e nada mais; dizem que a dor Ă© para os eleitos… e se sĂł os maus sĂŁo felizes, bendita seja a desgraça que nos torna bons!

Eu jĂĄ te disse que me nĂŁo ralavam absolutamente nada as maiores descomposturas que me possam dar, por dois motivos: primeiro porque nĂŁo tenho medo, e depois porque nĂŁo costumo ter vergonha; nem um bocadinho pequenino!

Oh! Meu amor, se tu queres
Toda a vida, viver bem
HĂĄs-de ouvir, hĂĄs-de calar,
Não dizer mal de ninguém.

Olhe que a Ășnica maneira de na vida ser feliz, principalmente os seres como vocĂȘ, de uma grande sensibilidade, de uma extraordinĂĄria imaginação, a Ășnica maneira Ă© construir-se um lar bem doce, bem cheio de luz onde, longe do mundo, se possa amar, se possa trabalhar, se possa viver.

Espera… espera… Ăł minha sombra amada… VĂȘ que para alĂ©m de mim jĂĄ nĂŁo hĂĄ nada e nunca mais me encontras neste mundo!…

Quero voltar! NĂŁo sei por onde vim? Ah! NĂŁo ser mais que a sombra duma sombra Por entre tanta sombra igual a mim!

…NĂŁo sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. NĂŁo existiu morte para o que nunca nasceu….

A ociosidade Ă© a mĂŁe da maledicĂȘncia, da calĂșnia e da intriga, coisas a que eu jĂĄ nĂŁo sei se hei-de chamar vĂ­cios se virtudes, tĂŁo habituada estou a vĂȘ-los morar em lĂĄbios tidos como santos por este mundo que Ă© com certeza o melhor dos mundos possĂ­veis e imaginĂĄveis.

Eu sĂł sei falar dentro de quatro paredes e um telhado; ao ar livre, principalmente em frente ao mar, sou Guilherme, o Taciturno.

É bem verdade
Que a tragédia infinita é a Saudade!
Que a tragédia infinita é Nunca Mais!