Tenho vontade de escrever e não consigo (…) O que escrevo está sem entrelinha? Se assim for, estou perdida. Há um livro em cada um de nós. in Um Sopro de Vida
Frases sobre Livros de Clarice Lispector
12 resultadosDeitada em minha rede com o livro sobre meu colo em êxtase puríssimo… não sou mais aquela menina com seu livro, mas uma mulher com seu amante.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu amante.
Nos meus livros quero profundamente a comunicação profunda comigo e com o leitor. Aqui no jornal apenas falo com o leitor e agrada-me que ele fique agradado.
Faz parte de minha profissão estar mesmo sempre sozinha, sem intérpretes e sem colaboradores. Escute, todas as vezes em que eu acabei de escrever um livro ou um conto, pensei com desespero e com toda a certeza de que nunca mais escreveria nada.
Escrevi nove livros que fizeram muitas pessoas me amar de longe. Mas ser cronista tem um mistério que não entendo: é que os cronistas, pelo menos os do Rio, são muito amados. E escrever a espécie de crónica aos sábados tem me trazido mais amor ainda.
Eu queria escrever um livro. Mas onde estão as palavras? Esgotaram-se os significados.
Às vezes sentava-se na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu amante.
Erguia-se para uma nova manhã, docemente viva. E sua felicidade era pura como o reflexo do sol na água. Trecho do livro Perto do coração selvagem)
Sofro se isso acontecer, que alguém leia meus livros apenas no método do vira-depressa-a-página dinâmico. Escrevi-os com amor, atenção, dor e pesquisa, e queria de volta como mínimo uma atenção completa. (…) E no entanto o cómico é que eu não tenho mais paciência de ler ficção.
Escrever para jornal não é tão impossível: é leve, tem que ser leve, e até mesmo superficial: o leitor, em relação a jornal, não tem nem vontade nem tempo de se aprofundar. Mas escrever o que se tornará depois um livro exige às vezes mais força do que aparentemente se tem.
Cada vez que vou escrever, é como se fosse a primeira vez. Cada livro meu é uma estreia penosa e feliz. Essa capacidade de me renovar toda à medida que o tempo passa é o que eu chamo de viver e escrever.