Frases de Marcel Proust

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Frases de Marcel Proust. Conheça este e outros autores famosos em Poetris.

É verdade que lá em casa há toda sorte de coisas inúteis. Só lhe falta o necessário, um grande pedaço de céu como aqui. Trate de conservar um pedaço de céu acima de sua vida, meu menino — acrescentava, voltando-se para mim. — Tem uma bela alma, de qualidade rara, uma natureza de artista, não a deixe em falta do que lhe é preciso.

Afastou-se desculpando-se e regressou a casa, feliz de que a satisfação de sua curiosidade houvesse deixado inato o seu amor e, depois de haver por tanto tempo dissimulado uma espécie de indiferença para com Odette, não lhe ter dado, com uma demonstração de ciúme, a prova de que a amava demasiado, o que, entre dois amantes, dispensa para sempre, àquele que a recebe, de amar o suficiente.

Às vezes, sem o sabermos, o futuro está em nós, e as nossas palavras supostamente mentirosas descrevem uma realidade que está próxima.

Os dados reais da vida não têm valor para o artista, são unicamente um ensejo para manifestar o seu génio.

Acreditar na medicina seria a suprema loucura se não acreditar nela não fosse uma maior ainda, pois desse acumular de erros, com o tempo, resultaram algumas verdades.

É espantoso como o ciúme, que passa o tempo a fazer pequenas suposições erradas, tem pouca imaginação quando se trata de descobrir a verdade.

Uma vez descoberto, o ciúme é considerado por aquele que é seu objeto como uma desconfiança que autoriza o engano.

São as paixões que esboçam os nossos livros, e o intervalo de repouso entre elas que as escreve.

As pessoas dizem sempre aquilo que precisam de dizer, o que não será entendido pelos outros; falar é uma coisa destinada a si mesmo.

A natureza parece quase incapaz de produzir doenças que não sejam curtas. Mas a medicina encarrega-se da arte de prolongá-las.

A sabedoria não se transmite, é preciso que nós a descubramos fazendo uma caminhada que ninguém pode fazer em nosso lugar e que ninguém nos pode evitar, porque a sabedoria é uma maneira de ver as coisas.

Para quem ama, não será a ausência a mais certa, a mais eficaz, a mais intensa, a mais indestrutível, a mais fiel das presenças ?

O nosso eu é edificado pela superposição de estados sucessivos. Mas essa superposição não é imutável, como a estratificação de uma montanha. Levantamentos contínuos fazem aflorar à superfície camadas antigas.