Não, não quero mais gostar de ninguém porque dói. Não suporto mais nenhuma morte de ninguém que me é caro. Meu mundo é feito de pessoas que são as minhas – e eu não posso perdê-las sem me perder.
Frases sobre Morte de Clarice Lispector
18 resultadosFaze com que ele sinta que amar não é morrer, que a entrega de si mesmo não significa a morte.
Meu Deus, como o amor impede a morte!
Vida e morte foram minhas, e eu fui monstruosa, minha coragem foi a de um sonâmbulo que simplesmente vai.
A crueza do mundo era tranquila. O assassinato era profundo. E a morte não era o que pensávamos.
Eu não sabia que o perigo é o que torna preciosa a vida. A morte é o perigo constante da vida.
Eternidade não era só o tempo, mas algo como a certeza enraizadamente profunda de não poder contê-lo no corpo por causa da morte; a impossibilidade de ultrapassar a eternidade era eternidade; e também era eterno um sentimento em pureza absoluta, quase abstracto.
Há certo instante na alegria de poder que ultrapassa o próprio medo da morte. Duas pessoas que vivem juntas procuram talvez atingir esse instante.
Os nossos sentimentos e pensamentos são tão sobrenaturais como uma história passada depois da morte.
De novo estou de amor alegre. O que és eu respiro depressa sorvendo o teu halo de maravilha antes que se finde no evaporado do ar. Minha fresca vontade de viver-me e de viver-te é a tessitura mesma da vida? A natureza dos seres e das coisas – é Deus? Talvez então se eu pedir muito à natureza, eu paro de morrer? Posso violentar a morte e abrir-lhe uma fresta para a vida?
Deus, o que nos prometei em troca de morrer? Pois o céu e o inferno nós já os conhecemos – cada um de nós em segredo quase de sonho já viveu um pouco do próprio apocalipse. E a própria morte.
Eu escrevo como se fosse para salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida. Viver é uma espécie de loucura que a morte faz.
Ser feliz é uma responsabilidade muito grande. Pouca gente tem coragem. Tenho coragem mas com um pouco de medo. Pessoa feliz é quem aceitou a morte. Quando estou feliz demais, sinto uma angústia amordaçante: assusto-me.
Quero tudo pois nada é bom demais para a minha morte que é a minha vida tão eterna que hoje mesmo ela já existe e já é.
Eu trocaria uma eternidade de depois da morte pela eternidade enquanto estou viva.
Fixo instantes súbitos que trazem em si a própria morte e outros nascem – fixo os instantes de metamorfose e é de terrível beleza a sua sequência e concomitância.
Morri de muitas mortes e mantê-las-ei em segredo até que a morte do meu corpo venha, e alguém, adivinhando, diga: esta, esta viveu.
Quando eu morrer então nunca terei nascido e vivido: a morte apaga os traços de espuma do mar na praia.