Frases sobre Mundo de Florbela Espanca

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Frases de mundo de Florbela Espanca. As mais belas frases e mensagens de Florbela Espanca para ler e compartilhar.

Para quĂȘ ser altura e ansiedade,
Se se pode gritar uma Verdade
Ao mundo vĂŁo nas sĂ­labas dum verso?

Bendita seja a desgraça,
Bendita a fatalidade,
Benditos sejam teus olhos
Onde anda a minha saudade

NĂŁo hĂĄ amor neste mundo
Como o que eu sinto por ti,
Que me ofertou a desgraça
No momento em que te vi.

Os meus amigos dizem-me que sou uma insuportĂĄvel orgulhosa, e Ă© Ă  viva força que me arrancam da gaveta, para os lançar Ă s feras, como eu costumo dizer, os meus versos que sĂŁo um pouco de mim mesma, e agora a minha prosa que, a dar-lhes ouvidos, seria a oitava maravilha do mundo! Resignei-me de vez e, presentemente, estou decidida a enveredar pelo caminho da “escrevinhação”, jĂĄ que para outra coisa nĂŁo me sinto apta neste mundo.

Sou talvez a visão que alguém sonhou Alguém que veio ao mundo pra me ver E que nunca na vida me encontrou

Sob a serenidade austera da minha terra alentejana, lateja uma força hercĂșlea, força que se resolve num espasmo, que quer criar e nĂŁo pode. A tragĂ©dia daquele que tem gritos lĂĄ dentro e se sente asfixiado dentro duma cova lĂŽbrega; a amarga revolta de anjo caĂ­do, de quem tem dentro do peito um mundo e se julga digno, como um deus, de o elevar nos braços, acima da vida, e nĂŁo poder e nĂŁo ter forças para o erguer sequer!

Neste mundo sĂł temos certa a dor e nada mais; dizem que a dor Ă© para os eleitos… e se sĂł os maus sĂŁo felizes, bendita seja a desgraça que nos torna bons!

Olhe que a Ășnica maneira de na vida ser feliz, principalmente os seres como vocĂȘ, de uma grande sensibilidade, de uma extraordinĂĄria imaginação, a Ășnica maneira Ă© construir-se um lar bem doce, bem cheio de luz onde, longe do mundo, se possa amar, se possa trabalhar, se possa viver.

Espera… espera… Ăł minha sombra amada… VĂȘ que para alĂ©m de mim jĂĄ nĂŁo hĂĄ nada e nunca mais me encontras neste mundo!…

A ociosidade Ă© a mĂŁe da maledicĂȘncia, da calĂșnia e da intriga, coisas a que eu jĂĄ nĂŁo sei se hei-de chamar vĂ­cios se virtudes, tĂŁo habituada estou a vĂȘ-los morar em lĂĄbios tidos como santos por este mundo que Ă© com certeza o melhor dos mundos possĂ­veis e imaginĂĄveis.

Que importa o mundo e as ilusĂ”es defuntas?…
Que importa o mundo e seus orgulhos vĂŁos?…
O mundo, Amor?… As nossas bocas juntas!…

Onde estĂĄs Ăł meu amor,
Que te nĂŁo vejo aparecer?
Para que quero eu os olhos
Se nĂŁo servem para te ver?

Que me importa a luz suave
Dos olhos que o mundo tem?
NĂŁo posso ver os teus olhos
Não quero ver os de ninguém.