A humildade é a verdadeira prova das virtudes cristãs: sem ela conservamos todos os nossos defeitos, que apenas permanecem encobertos pelo orgulho que os esconde dos outros e, muitas vezes, de nós mesmos.
Frases sobre Orgulho de François de La Rochefoucauld
17 resultadosO nosso orgulho aumenta muitas vezes com o que retiramos dos nossos outros defeitos.
O orgulho é igual em todos nós e a única diferença reside no modo e nos meios que utilizamos para o pôr em prática.
Há várias espécies de curiosidade: uma, que nos vem do interesse, leva-nos a querer aprender o que nos pode ser útil, e a outra, que nos vem do orgulho, leva-nos a querer saber o que os outros ignoram.
A humildade não é mais que uma falsa submissão de que nos servimos para submeter os outros; é um artifício do orgulho, que se rebaixa para melhor se elevar. E, apesar de se transformar de mil maneiras, nunca se disfarça tão bem nem engana tão eficazmente como quando se esconde sob a capa da humildade.
O orgulho tem as suas bizarrias, como as outras paixões: temos vergonha de admitir que sentimos ciúme, mas honramo-nos de o ter sentido e de ser capazes de o vir a ter.
O que perturba o reconhecimento dos serviços que prestámos, é que o orgulho daquele que os presta e o orgulho de quem os recebe, não podem acertar no preço do serviço.
Nada lisonjeia mais o nosso orgulho que a confiança dos grandes, porque a olhamos como uma consequência do nosso mérito, sem pensar que, na maior parte das vezes, se deve à vaidade ou à incapacidade de guardar um segredo.
Se não tivéssemos orgulho, não nos queixaríamos dos outros.
Há muitas vezes mais orgulho do que piedade quando lamentamos as desgraças dos nossos inimigos.
O orgulho não quer dever e o amor próprio não quer pagar.
A prontidão em acreditar no mal sem o ter examinado profundamente é um efeito do orgulho e da preguiça. Queremos descobrir os culpados, mas não queremos dar-nos ao trabalho de examinar os crimes.
Nada é mais insuportável para o nosso orgulho do que a constatação do facto de reprovarmos algo que aprovámos anteriormente.
O orgulho tem esquisitices como qualquer outra paixão. Temos vergonha de confessar que sentimos ciúmes, mas nos vangloriamos de havermos tido, e de sermos capazes de tê-lo.
O orgulho que nos inspira tanta inveja serve, também, para a moderar.
É mais por orgulho que por falta de luzes que nos opomos com tanta teimosia às opiniões mais correntes; como os primeiros lugares no bom partido já estão ocupados, também não queremos os últimos.
O orgulho mantém-se sempre e não perde nada de si mesmo quando renuncia à vaidade.