O contacto com o outro ser através da palavra escrita é uma glória. Se me fosse tirada a palavra pela qual tanto luto, eu teria que dançar ou pintar. Alguma forma de comunicação com o mundo eu daria um jeito de ter. E escrever é um divinizador do ser humano.
Frases sobre Palavras de Clarice Lispector
55 resultadosHá muita coisa a dizer que não sei como dizer. Faltam as palavras. Mas recuso-me a inventar novas: as que existem já devem dizer o que se consegue dizer e o que é proibido.
A harmonia secreta da desarmonia: quero não o que está feito mas o que tortuosamente ainda se faz. Minhas desequilibradas palavras são o luxo de meu silêncio. Escrevo por acrobáticas aéreas piruetas – escrevo por profundamente querer falar. Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio.
O que escrevo não se refere ao passado de um pensamento, mas é o pensamento presente: o que vem à tona já vem com suas palavras adequadas e insubstituíveis, ou não existe.
A palavra é o meu domínio sobre o mundo.
A vida é curta demais para eu ler todo o grosso dicionário a fim de por acaso descobrir a palavra salvadora.
Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu silêncio.
Eu queria escrever um livro. Mas onde estão as palavras? Esgotaram-se os significados.
Sem uma palavra, mas teu prazer entende o meu.
Não gosto de dar entrevistas: as perguntas me constrangem, custo a responder, e, ainda por cima, sei que o entrevistador vai deformar fatalmente minhas palavras.
Quero escrever noções sem o uso abusivo da palavra. Só me resta ficar nua: nada tenho mais a perder.
A incomunicabilidade de si para si mesmo é o grande vórtice do nada. Se eu não acho um modo de falar a mim mesmo a palavra me sufoca a garganta atravessando-a como uma pedra não deglutida. Eu quero ter acesso a mim mesmo na hora em que eu quiser como quem abre as portas e entra. Não quero ser vítima do acaso libertador.
Com todo perdão da palavra, eu sou um mistério para mim.
Procuro o sopro da palavra que dá vida aos sussurros. Um Sopro de Vida
Nasci para escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo.
Senti que podia. Fora feita para libertar. Libertar era uma palavra imensa, cheia de mistérios e dores.
Eu escrevo para fazer existir e para existir-me. Desde criança procuro o sopro da palavra que dá vida aos sussurros.
Eu medito sem palavras e sobre o nada.
Aliás, verdadeiramente, escrever não é quase sempre pintar com palavras?
Entregar-se a pensar é uma grande emoção, e só se tem coragem de pensar na frente de outrem quando a confiança é grande a ponto de não haver constrangimento em usar, se necessário, a palavra outrem.