Nem o perfume dos cravos,
Nem a cor das violetas,
Nem o brilho das estrelas,
Nem o sonhar dos poetas,Pode igualar a beleza
Da primorosa flor,
Que abre na tua boca
O teu riso encantador.
Frases sobre Poetas de Florbela Espanca
15 resultadosSer Poeta Ă© ser mais alto, Ă© ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
Ter dentro da alma a luz de todo o mundo
E nĂŁo ver nada neste mar sem fundo,
Poetas meus IrmĂŁos, que triste sorte!…
Tu julgas entĂŁo que eu ambiciono alguma coisa no mundo? Ainda me conheces pouco! Eu fatigo-me atĂ© de desejar; nada hĂĄ neste mundo que me nĂŁo tenha cansado! Eu mais que ninguĂ©m compreendo o poeta: «Tout passe, tout lasse». E ainda tu julgas que eu me preocupo a desejar sucesso aos meus versos patetas!?… Se eu desejasse alguma coisa que deles me viesse, nĂŁo trabalhava!
As almas das poetisas sĂŁo todas feitas de luz, como as dos astros: nĂŁo ofuscam, iluminam…
Eu sou apenas poetisa: poetisa nos versos e miseravelmente na vida, por mal dos meus pecados. NĂŁo sei fazer mais nada a nĂŁo ser versos; pensar em verso e sentir em verso. PredestinaçÔes…
Ser poeta Ă© ser mais alto um dos melhores poemas que jĂĄ li
Ser poeta Ă© ser mais alto, Ă© ser maior
As almas dos poetas
Não as entende ninguém;
SĂŁo almas de violetas
Que são poetas também.
Digo o que penso e, muito simplesmente enuncio factos pois que, apesar de poetisa, ligo bem maior importĂąncia aos factos do que Ă s palavras por bonitas que sejam. Palavras sĂŁo como as cantigas: leva-as o vento.
Tanto poeta em versos me cantou! Fiei o linho Ă porta dos casais… Fui descobrir a Ăndia e nunca mais voltei! Fui essa nau que nĂŁo voltou…
Dizes tu que os livros te nĂŁo consolam!? Que te irritam!? Que blasfĂ©mia, minha JĂșlia! Pois hĂĄ lĂĄ melhores amigos!? Os livros, mas livros destes em que a alma dos bons anda sangrando por todas as suas pĂĄginas; livros que eu beijo de joelhos, como se enternecidamente beijasse as mĂŁos benditas dos que os escreveram! LĂȘ os versos de AntĂłnio Nobre, o meu santo poeta da Saudade. LĂȘ o «Fel» de JosĂ© Douro, o malogrado poeta esquecido e desprezado. LĂȘ «Doida de Amor» de Antero de Figueiredo, e depois diz-me se eles te irritam!…
Ai as almas dos poetas
Concordo com a sua ideia: um soneto em cada pĂĄgina. NĂŁo tinha pensado na questĂŁo do papel. As mulheres, e muito mais as poetisas, tĂȘm todas “tĂȘtes de linottes”.
Para quĂȘ alcançar os astros!? Para quĂȘ!? Para os desfolhar, por exemplo, como grandes flores de luz! VĂȘ-los, vĂȘ-os toda a gente. De que serve entĂŁo ser poeta se se Ă© igual Ă outra gente toda, ao rebanho?…