Passagens sobre Frescura

43 resultados
Frases sobre frescura, poemas sobre frescura e outras passagens sobre frescura para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

XXVII

Ontem – nĂ©scio que fui! – maliciosa
Disse uma estrela, a rir, na imensa altura:
“Amigo! uma de nĂłs, a mais formosa
“De todas nĂłs, a mais formosa e pura,

“Faz anos amanhĂŁ… Vamos! procura
“A rima de ouro mais brilhante, a rosa
“De cor mais viva e de maior frescura!”
E eu murmurei comigo: “Mentirosa!”

E segui. Pois tĂŁo cego fui por elas,
Que, enfim, curado pelos seus enganos,
já nĂŁo creio em nenhuma das estrelas…

E – mal de mim! – eis-me, a teus pĂ©s, em pranto…
Olha: se nada fiz para os teus anos,
Culpa as tuas irmĂŁs que enganam tanto!

Quando Será?!

Quando será que tantas almas duras
Em tudo, já libertas, já lavadas
nas águas imortais, iluminadas
Do sol do Amor, hĂŁo de ficar bem puras?

Quando será que as límpidas frescuras
Dos claros rios de ondas estreladas
Dos céus do Bem, hão de deixar clareadas
Almas vis, almas vĂŁs, almas escuras?

Quando será que toda a vasta Esfera,
Toda esta constelada e azul Quimera,
Todo este firmamento estranho e mudo,

Tudo que nos abraça e nos esmaga,
quando será que uma resposta vaga,
Mas tremenda, hĂŁo de dar de tudo, tudo?!

O Amor em Visita

Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra
e seu arbusto de sangue. Com ela
encantarei a noite.
Dai-me uma folha viva de erva, uma mulher.
Seus ombros beijarei, a pedra pequena
do sorriso de um momento.
Mulher quase incriada, mas com a gravidade
de dois seios, com o peso lĂşbrico e triste
da boca. Seus ombros beijarei.

Cantar? Longamente cantar.
Uma mulher com quem beber e morrer.
Quando fora se abrir o instinto da noite e uma ave
o atravessar trespassada por um grito marĂ­timo
e o pĂŁo for invadido pelas ondas –
seu corpo arderá mansamente sob os meus olhos palpitantes.
Ele – imagem vertiginosa e alta de um certo pensamento
de alegria e de impudor.
Seu corpo arderá para mim
sobre um lençol mordido por flores com água.

Em cada mulher existe uma morte silenciosa.
E enquanto o dorso imagina, sob os dedos,
os bordões da melodia,
a morte sobe pelos dedos, navega o sangue,
desfaz-se em embriaguez dentro do coração faminto.
– Oh cabra no vento e na urze,

Continue lendo…