A principal mentira é a que contamos a nós mesmos.
Passagens de Friedrich Nietzsche
871 resultadosUm grande objectivo torna-vos superior, não somente às vossas acções e aos vossos juízes, mas à própria justiça.
A esperança e o pressentimento lhe dão asas.
Dizemos bom aquele que quer ser sempre o primeiro, mas também dizemos bom aquele que não deseja sobrepor-se a ninguém.
Encontra-se sempre, aqui e ali, algum semi-deus que consegue viver em condições terríveis, e viver vencedor! Quereis ouvir os seus cantos solitários? Escutai a música de Beethoven.
O verdadeiro homem quer duas coisas: perigo e jogo. Por isso quer a mulher: o jogo mais perigoso.
A consciência é a última e mais tardia evolução da vida orgânica e, por conseguinte, o que nela existe de menos acabado e de mais frágil.
As concepções religiosas, estéticas e morais não foram, por certo, numa qualquer época desconhecida, senão uma só.
Quando por acaso a verdade conseguiu vencer, perguntai a vós próprios com uma forte desconfiança: ”Que poderoso erro se bateu por ela?”.
DEVE-SE FALAR somente quando não se pode calar e falar somente do que se superou: tudo o mais é tagarelice, literatura, falta de disciplina.
A força da metáfora mais poderosa que já existiu até aqui não passa de miséria e bagatela ao lado deste retorno da língua à natureza da expressão figurada.
Há uma inocência na admiração: é a daquele a quem ainda não passou pela cabeça que também ele poderia um dia ser admirado.
Tudo evoluiu; não há realidades eternas: tal como não há verdades absolutas.
Cada um Usa a História da Forma que a Sente
A história pertence ao ser vivo por três razões: porque ele é activo e ambicioso; porque tem o gosto pela conservação e pela veneração; porque sofre e tem necessidade de libertação. A essa relação tripla corresponde a forma tripla da história, na medida em que é permitido distingui-las: história monumental, história tradicionalista, história crítica.
(…) Quando o homem que quer criar grandes coisas precisa do passado, usa a história monumental. Ao contrário, aquele que quer perpetuar o que é habitual e há muito venerado ocupa-se do passado mais como antiquário do que como historiador. Apenas aquele que a necessidade presente sufoca e quer a qualquer preço afastar o seu peso sente a necessidade de uma história crítica, isto é, que julga e condena.
Como a Aparência se Torna Ser
O actor acaba por não deixar de pensar na impressão causada pela sua pessoa e no efeito cénico total, até por ocasião da mais profunda mágoa, por exemplo, mesmo no enterro do seu filho; chorará ante o seu próprio desgosto e respectivas exteriorizações como sendo o seu próprio espectador. O hipócrita, que desempenha sempre um mesmo papel, acaba por deixar de ser hipócrita; por exemplo, sacerdotes, que, enquanto homens novos, são habitualmente, de modo consciente ou inconsciente, hipócritas, por fim tornam-se naturais e são, então, realmente, sem qualquer simulação, mesmo sacerdotes; ou se o pai não consegue lá chegar, então, talvez, o filho, que se serve do avanço do pai e herda a sua habituação. Se uma pessoa quiser, durante muito tempo e persistentemente, parecer alguma coisa, consegue-o pois acaba por se lhe tornar difícil ser qualquer outra coisa. A profissão de quase toda a gente, até do artista, começa com hipocrisia, com uma imitação a partir do exterior, com um copiar de aquilo que é eficaz. Aquele, que traz sempre a máscara das expressões fisionómicas amistosas, tem de acabar por adquirir poder sobre as disposições anímicas benévolas, sem as quais não é possível forçar a expressão da afabilidade –
Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o!
Será o Homem um erro de Deus, ou Deus um erro dos Homens?
Ecce Homo
Sim, sei de onde venho!
Insatisfeito com a labareda
Ardo para me consumir.
Aquilo em que toco torna-se luz,
Carvão aquilo que abandono:
Sou certamente labareda.
A menor das felicidades, se, simplesmente, é ininterrupta e faz feliz ininterruptamente, é, sem comparação, mais felicidade do que a maior delas, que venha somente com um episódio.
O heroísmo é o estado de espírito de um homem que caminha para um fim único, em face do qual nada mais é tido em consideração. O heroísmo é: a decidida vontade de perecer.