Passagens sobre Graça

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Frases sobre graça, poemas sobre graça e outras passagens sobre graça para ler e compartilhar. Leia as melhores citações em Poetris.

Sátira

Besta e mais besta! O positivo é nada…
(Perdoa, se em gramática te falo,
Arte que ignoras, como ignoras tudo.)
Besta e mais besta! Na palavra embirro;
Que a besta anexa ao mais teu ser define.

Dás-me louvor servil na voz do prelo,
Grande me crês, proclamas-me famoso,
Excelso, transcendente, incomparável,
Confessas que d’Elmano a fúria temes…
E, débil estorninho, águias provocas,
Aves de Jove, que o corisco empunham!

És de rábula vil corrupta imagem;
Tu vendes o louvor, como ele as partes,
Mas ele na enxovia infâmias paga,
E tu, com tústios, que aos caloiros pilhas,
Compras gravatas, em que a tromba enorme
Sumas ao dia, que de a ver se embrusca,
Qual em tenra mãozinha esconde a face
Mimoso infante de papões vexado.
Útil descuido aos cárceres te furta,
À digna habitação de ti saudosa
(Digo, o Castelo), estância equivalente
Aos méritos morais, que em ti reluzem.

De saloios vinténs larápio sujo,
A glória do teu ódio restitui
A quem no teu louvor desacreditas.
Se honrada pelos sábios d’Ulisseia
(D’Ulisseia não só,

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Deus ama-nos gratuitamente como uma mãe ama um filho. E o filho deixa-se amar; é assim a graça de Deus.

E nós, todavia, tantas vezes, para termos a certeza, queremos controlar a graça: temos a tentação de a mercantilizar.

A chuva é sinal da presença de Deus na terra trabalhada pelas nossas mãos.

Uma comunhão que dá sempre fruto, dá sempre vida.

A sua graça transformará e irrigará a nossa terra.

O Senhor dar-nos-á sempre a chuva e a nossa terra dará o seu fruto.

Pedimos a graça de ser habitados pelo desejo.

Somos criaturas desejosas, ou bem anestesiadas, indiferentes, apáticas que não esperam nada da vida?

Um Mundo Melhor

Tal como existem muitas formas de vida, também existem inúmeras formas de viver. A minha predileta e aquela onde, por incrível que pareça, assento a minha paz, contém o ingrediente que mais potencia as emoções, o risco. O risco é a graça da vida, é aventura, é o desconhecido, é a busca e a mais valiosa oportunidade para cresceres e te desenvolveres como ser consciente.

Quando foi a última vez que arriscaste?
O que é que sentiste?
Percebeste que, correndo bem ou mal, o risco é a viagem e nunca o resultado?
Continuaste a arriscar nessa ou noutras áreas da tua vida?
O risco está associado à ação, à coragem, ao prazer, à paixão pela vida, à entrega no «Agora» e implica o abandono do sofá, da rotina doentia em que escolheste movimentar-te e dos padrões em que cresceste.

Chamam-me louco, eu respondo-lhes que vivem pouco. Sou um homem feliz, ainda que, como qualquer ser humano, viva com alguns preconceitos espontâneos, medos súbitos e frustrações pontuais. Sou, também, alguém com experiência em ajudar pessoas… humm, ajudar, não! Dirigir soa melhor e é, igualmente, mais real. Promovo-lhes, através da minha experiência em coaching,

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Os homens graves e melancólicos ficam mais leves graças ao que torna os outros pesados, o ódio e o amor, e assim surgem de vez em quando à sua superfície.

Muitas sombras dos que morreram ocupam-se apenas em lamber as ondas do rio dos mortos, porque ele corre a partir de nós e ainda tem o gosto salgado dos nossos mares. O rio então recua de nojo, flui em sentido contrário e atira os mortos de volta à vida. Estes, porém, estão felizes, cantam canções de graça e acariciam o fluxo indignado.

Para ter a alegria e a paz do coração: primeiro, rezar; segundo, dar graças. E como faço para dar graças?

Recorda a tua vida e pensa nas muitas coisas boas que a vida te ofereceu; verás que não consegues contá-las e o teu coração transbordará de gratidão.

Ser autêntico significa ser fiel a si próprio. É um fenómeno muitíssimo perigoso; são raras as pessoas que o fazem. Mas sempre que as pessoas o fazem, elas conseguem. Elas conseguem uma beleza tal, uma graça tal, um contentamento tal que não pode ser imaginado.

Como É Bom Ser Bom

Tu, que vês tudo pelo coração,
Que perdoas e esqueces facilmente,
E és, para todos, sempre complacente,
Bendito sejas, venturoso irmão.

Possuis a graça como inspiração
Amas, divides, dás, vives contente,
E a bondade que espalhas, não se sente,
Tão natural é a tua compaixão.

Como o pássaro tem maviosidade,
Tua voz, a cantar, no mesmo tom,
Alivia, consola e persuade.

E assim, tal qual a flor contém o dom.
De concentrar no aroma a suavidade,
Da mesma forma, tu nasceste bom.

Enganarmo-nos é o preço de pensarmos, a humanidade reina graças à ousadia dos seus erros.

Anjo

Quando a fitar-te ainda o sol declina
E a cor dos teus cabelos no Ar flutua,
A tua alma na minha se insinua,
Teu vulto é prece alando-se, divina!

A nossa voz, esparsa em luz, fascina;
A nossa voz… perdoa, Amor, a tua!
Ergues o olhar: crece em silêncio a lua,
Como uma flor, na tarde peregrina!

E a tua graça, etéreo Abril jucundo,
Bênção de Deus que tudo beija e alcança,
Sorri em flor na escuridão do Mundo…

A luz do Céu é o teu olhar sem fim;
E, no silêncio feito de esperança,
ouço o teu coração bater por mim!

Os Poetas Tornam a Vida mais Leve

Os poetas, na medida em que também querem tornar mais leve a vida das pessoas, ou desviam o olhar do trabalhoso presente ou ajudam o presente a adquirir novas cores, graças a uma luz vinda do passado que fazem irradiar sobre ele. Para poderem fazê-lo, têm eles próprios de ser, em muitos aspectos, seres voltados para trás: de maneira que se os pode utilizar como pontes para chegar a tempos e concepções muito distantes, a religiões e civilizações em vias de extinção ou já extintas. (…) É certo que há algumas coisas desfavoráveis a dizer quanto aos meios de que eles se servem para aligeirar a vida: apenas sossegam e curam provisoriamente, só de momento; até impedem as pessoas de trabalhar na realidade por uma melhoria da sua situação, precisamente enquanto suprimem e descarregam, por meio de paliativos, a paixão dos insatisfeitos, que incitam à acção.

Que Importa?…

Eu era a desdenhosa, a indif’rente.
Nunca sentira em mim o coração
Bater em violências de paixão
Como bate no peito à outra gente.

Agora, olhas-me tu altivamente,
Sem sombra de Desejo ou de emoção,
Enquanto a asa loira da ilusão
Dentro em mim se desdobra a um sol nascente.

Minh’alma, a pedra, transformou-se em fonte;
Como nascida em carinhoso monte
Toda ela é riso, e é frescura, e graça!

Nela refresca a boca um só instante…
Que importa?… Se o cansado viandante
Bebe em todas as fontes… quando passa?…

Lembranças Apagadas

Outros, mais do que o meu, finos olfatos,
Sintam aquele aroma estranho e belo
Que tu, ó Lírio lânguido, singelo,
Guardaste nos teus íntimos recatos.

Que outros se lembrem dos sutis e exatos
Traços, que hoje não lembro e não revelo
E se recordem, com profundo anelo,
Da tua voz de siderais contatos…

Mas eu, para lembrar mortos encantos,
Rosas murchas de graças e quebrantos,
Linhas, perfil e tanta dor saudosa,

Tanto martírio, tanta mágoa e pena,
Precisaria de uma luz serene,
De uma luz imortal maravilhosa!…

Penetrália

Falei tanto de amor!… de galanteio,
Vaidade e brinco, passatempo e graça,
Ou desejo fugaz, que brilha e passa
No relâmpago breve com que veio…

O verdadeiro amor, honra e desgraça,
Gozo ou suplício, no íntimo fechei-o:
Nunca o entreguei ao público recreio,
Nunca o expus indiscreto ao sol da praça.

Não proclamei os nomes, que baixinho,
Rezava… E ainda hoje, tímido, mergulho
Em funda sombra o meu melhor carinho.

Quando amo, amo e deliro sem barulho;
E quando sofro, calo-me, e definho
Na ventura infeliz do meu orgulho.

Para a Minha Mulher

Desde que a Maria João casou (oficialmente) comigo há treze anos, damos por nós a casarmo-nos um com o outro, voluntária ou involuntariamente, várias vezes por dia.
Vou contar só uma. Esta semana, quando voltávamos da praia, a Maria João estava a pentear-se e deu-me uns cabelos soltos para eu deitar pela janela do carro. Tive ciúmes que alguém pudesse apanhar os lindos cabelos dela e disse-lhe. Dei-lhes um beijinho e atirei-os ao vento. E a Maria João disse: «Agora tenho eu ciúmes que alguém apanhe o cabelo com beijinhos teus».

Casámos um com o outro nesse momento. Já tínhamos casado cinco vezes na praia. Casar é o que acontece quando duas pessoas descobrem que, por estarem a fazer ou terem feito uma coisa grande ou pequena, são as duas únicas pessoas no mundo. Todas as outras pessoas não podem fazer parte daquele prazer. Aquele prazer só é possível para duas pessoas concretas: ela e eu.

À nossa volta casavam-se muitas outras pessoas, casando-se mais por nós estarmos de fora, juntamente com todas as outras. Às vezes somos nós os espectadores. Vemos outras pessoas a casarem-se: um homem a rir-se leva uma mulher a rir-se nos braços pelo mar adentro e não a deixa cair até ela pedir.

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Pois se para os Amar não Foram Feitos

Pois se para os amar não foram feitos,
Senhor, aqueles olhos soberanos,
Porque, por tantos modos, mais que humanos,
Pintando os estivestes tão perfeitos?

Se tais palavras e se tais conceitos,
Tão divinas, tão longe de profanos,
Não destes por oráculo aos enganos,
Com que Amor vive nos mais altos peitos,

Porque, Senhor, tanta beleza junta,
Tanta graça e tal ser lhe foi deitado,
Qual ídolo nenhum gozara antigo?

Mas como respondeis a esta pergunta?
Que ou para disculpar o meu pecado,
Ou para eternizar o meu castigo?