Captar a Essência
Para perceberes tudo o que existe para lá do óbvio, é necessário estares atento aos sinais e que te permitas sentir para lá do normal. E isso só é possível se te alienares da matemática da mente e da racionalidade do que vês e do que ouves.
Conheço perfeitamente a magia de saber ouvir a intuição. E sim, refiro-me a magia porque é necessário alienarmo-nos do visível para lhe termos acesso. Quem apenas se limita a acreditar no que vê, nunca lhe achará sentido. A interpretação do que acontece à nossa volta tem múltiplas faces, porém existe uma ou outra que nos transcende para outros patamares de entendimento. Na vida tudo acontece ao mesmo tempo e com as mais variadas pessoas, no entanto podemos captar a essência do que verdadeiramente acontece e que não é visível se estivermos despertos. E estar desperto é estar consciente, atento ao mais pequeno sinal que a vida ou os outros nos dão.
As maiores oportunidades, assim como as grandes tomadas de consciência, nascem dessa ligação ao invisível, dessa passagem para lá do óbvio. As peças encaixam-se quando transcendes a matriz do que te foi ensinado para o mundo daquilo que é sentido.
Passagens de Gustavo Santos
219 resultadosO que tu pensas é tão valioso como aquilo que eu penso, o que tu achas correto tem o mesmo peso que aquilo que eu acho correto, o que tu argumentas merece o mesmo respeito que aquilo que eu argumento, e a tua verdade pode ser uma mentira para mim ou vice-versa e, apesar disso, nenhuma delas é mais verdade que a outra.
É o amor, ou a falta dele, que rege o mundo. Nada de bom acontece na sua ausência e todos os passos que possam ser dados sem o seu cunho serão passos em falso.
Recordar não é viver. Recordar é deixar de viver. Ninguém consegue sentir na verdadeira dimensão da experiência o que já sentiu num outro momento qualquer que não seja o “Agora”.
Um guerreiro veste as suas lutas de paixão, pois sabe que é tudo o que precisa para conseguir o que deseja.
Quem Confia Supera-se
Quanto mais confiante fores, maior ameaça és.
Quem confia supera-se, é maior e mais alto. Conquista mais, é mais forte e vê mais longe. Sabe por onde caminhar, sabe melhor o que não quer e sabe antecipar-se. Vive, portanto, melhor preparado para resistir a tudo e persistir perante qualquer adversidade.
Quem confia sempre alcança.
Somos uma sombra na vida dos encolhidos. Um despertador que não para de lhes gritar aos ouvidos expressões como: «mexe-te», «vês como eles conseguem», «não vales nada» ou «quem te dera ser como eles». E isto, naturalmente, incomoda-os. Dá-lhes a volta ao estômago. Mas em vez de tal chamariz de verdade os acicatar e os empurrar para a ação, acabam por escolher transformar isso em inveja, raiva e ódios de estimação ao ponto de olharem para ti, não como uma força inspiradora capaz de lutar por tudo o que quer, mas como um alvo a abater. É como se o objetivo das suas vidas passasse a ser a destruição do chato despertador que não para de lhes zumbir a realidade, em lugar de ser a realização das suas próprias e eventuais vontades.
Dito isto, prepara-te para teres de lidar com eles todos os dias.
O mais difícil em qualquer caminhada é dar o primeiro passo. Uma vez consumado, tudo conspira a nosso favor, inclusivamente nós mesmos.
Falar com Coração
Não é possível dominares as palavras nem, por exemplo, uma qualquer audiência que tenhas à frente se não tiveres um total e absoluto conhecimento a teu próprio respeito, se não confiares em ti e se não tiveres como hábito dar voz aos teus sentidos. Vai sempre soar a falso. Não é possível agarrares uma plateia nem mexer com as emoções de quem te ouve se não te vulnerabilizares, se não te assumires como o ser humano que és e se tudo o que disseres já tiver sido dito por outros. Vais fazer figura de parvo. E não esperes nunca sensibilizar ou gerar identificação em alguém se não falares sobre ti mesmo, se não te expuseres ao erro e se não partilhares o segredo que tu próprio desvendaste para superar um qualquer problema. Vais ver as pessoas a bocejar. As pessoas precisam de saber que não são as únicas a ter problemas por resolver, que há mais gente em busca de si mesma, com crises existenciais e que errar é, afinal, absolutamente humano, assim como desvendar soluções para tudo. É isso que gera identificação, é isso que fortalece os laços entre as pessoas e é isso que te torna num bom comunicador.
Todas as respostas acabam por ser simples quando temos a habilidade de nos desobstruir dos pensamentos. Sempre que sentimos, a sabedoria maior flui, os reencontros sucedem-se e os maiores segredos são revelados.
Nunca conseguiremos alcançar a felicidade se ficarmos dependentes de obter dos outros o que não conseguimos de nós próprios.
Energia atrai energia. Se és tonto atrais pessoas tontas; se és afetuoso atrais pessoas afetuosas; e se tens medo atrais mais motivos para continuares a tê-lo.
A Vida é uma Montanha Russa
A vida não é uma linha reta em que alguém conquistado ou algo adquirido é uma segurança para todo o sempre; a vida é uma montanha russa e, de vez em quando, sim, é preciso ficares de pernas para o ar. Tudo passa, tu ficas. Sou tão assertivo relativamente a este tema porque sei que é a dependência que gera o apego, ou seja, se as pessoas forem independentes é impossível serem apegadas. É o ego que as vincula à ideia de que não são suficientemente boas para dependerem de si mesmas e é contra esta terrível armadilha que é preciso lutar.
Uma mãe que dependa do bem–estar do filho e que viva para ele é uma mulher que não encontrará forças para lhe esticar o braço quando ele cair e precisar de uma verdadeira mãe, pois serão sempre dois a sofrer da mesma epidemia, da mesma dor, da mesma frustração ou desilusão; um homem que use e abuse da estabilidade profissional e financeira que conquistou e que dependa disso para, pensa ele, ser o que é, é alguém que mais tarde ou mais cedo, e num daqueles loopings da vida em que o que era já não é,
Somos os Comandantes das Nossas Vidas
Se alguém te disser que aquilo que queres não interessa para nada, desinteressa-te dessa pessoa.
Somos os comandantes das nossas vidas.
Somos nós, portanto, que escolhemos com quem queremos caminhar, e ai de alguém que acredite que pode entrar à força na nossa vida sem a devida autorização. Na minha não entram, disso podes ter a certeza. E se todos pensássemos assim, se todos agíssemos em conformidade com esta breve alusão ao nosso poder pessoal, viveríamos todos num autêntico mar de rosas. Mas não. Este princípio básico é o terror de muita gente. A maioria talvez. Malta que acredita que tem de aguentar o suplício de viver ou conviver com quem lhe quer mal ou lhe é indiferente. É uma desgraça. É o reinado do medo. Do medo de ficar sozinho, de nunca mais sentir nada por ninguém, de tudo o que possam dizer ou pensar se agirem como desejam, da reação do outro, de magoá-lo, enfim, o medo de tudo. Ora bem, esta onda de passividade e permissividade gera a extinção da confiança, fomenta o canibalismo do amor-próprio e inverte todo e qualquer tipo de educação apropriada. Como é que algum filho, por exemplo, pode desenvolver-se em amor se tudo o que vê em casa são duas pessoas que mal se olham ou que se atacam,
Sair da zona de conforto é romper com um hábito, é escolher deixar de ser um “robot” que, independentemente dos estímulos ou novas oportunidades atua sempre da mesma maneira, para voltarmos a ser humanos.
Não é possível ajudar ou proteger ninguém por quem se sinta pena. A pena adormece as pessoas, é como uma anestesia geral que imobiliza o corpo por tempo indeterminado. Ao invés, a assertividade das palavras abana-as, desperta-as e, quase sempre, devolve-lhes o poder de agir. Mexe com elas e ela mexem-se a seguir.
Acredito na reencarnação. Não admito finais, apenas mudança, recomeços e renascimentos.
É a mudança que nos faz alcançar novos mundos, é a descoberta que nos devolve o sentir.
Podem até existir caminhos onde a solidão seja uma via viável, mas não há veredas como aquelas em que as mãos são dadas, os afetos sentidos e o calor humano multiplicado.
É inacreditável como a vida nos mostra sempre, e das mais variadas maneiras, que nunca sabemos se estamos preparados para tudo.
O estar desperto permite-nos passar para além da cortina que os olhos alcançam, extrapolar crenças limitadoras e mergulhar no vago em que tudo é, tudo existe, tudo verdadeiramente acontece.