A qualidade é a quantidade de amanhã.
Passagens de Henri Bergson
40 resultadosFalamos mais do que pensamos.
A obediência ao dever é uma resistência a si mesmo.
Sempre somos capazes de dar algo mais; mesmo nas pedras germinam as flores.
A ideia do futuro, prenhe de uma infinidade de possíveis, é pois mais fecunda do que o próprio futuro, e é por isso que há mais encanto na esperança do que na posse, no sonho do que na realidade.
Se somos livres todas as vezes que queremos entrar em nós mesmos, raramente nos acontece querermos entrar.
O nosso espírito tem uma irresistível tendência para considerar como mais clara a ideia que mais frequentemente lhe serve.
A contemplação é um luxo, a ação uma necessidade.
Pense como um homem de ação, atue como um homem de pensamento.
O espaço concreto foi extraído das coisas. Elas não estão nele, é ele que está nelas.
A coesão social deve-se, em grande parte, à necessidade de uma sociedade se defender de outras.
Os costumes são uma das fontes da moral.
Inteligência e Intuição
O instinto é simpatia. Se esta simpatia pudesse alargar o seu objecto e também reflectir sobre si mesma, dar-nos-ia a chave das operações vitais – do mesmo modo que a inteligência, desenvolvida e reeducada, nos introduz na matéria. Porque, não é de mais repeti-lo, a inteligência e o instinto estão orientados em dois sentidos opostos: aquela para a matéria inerte, este para a vida. A inteligência, por meio da ciência, que é obra sua, desvendar-nos-á cada vez mais completamente o segredo das operações físicas; da vida apenas nos dá, e não pretende aliás dar-nos outra coisa, uma tradução em termos de inércia. Gira em derredor, obtendo de fora o maior número de visões do objecto que chama até si, em vez de entrar nele. Mas é ao interior mesmo da vida que nos conduzirá a intuição, quero dizer o instinto tornado desinteressado, consciente de si mesmo, capaz de reflectir sobre o seu objecto e de o alargar indefinidamente.
Que um esforço deste género não é impossível, é o que demonstra já a existência no homem de uma faculdade estética ao lado da percepção normal. O nosso olhar apercebe os traços do ser vivo, mas justapostos uns aos outros, e não organizados entre si.
Conhecimento Interesseiro
Conhecer uma realidade é, no sentido habitual do termo «conhecer»: tomar conceitos já feitos, doseá-los, combiná-los até obter um equivalente prático do real. Mas não se deve esquecer que o trabalho da inteligência está longe de ser um trabalho desinteressado. Não visamos em geral conhecer por conhecer, mas conhecer para tomar uma decisão, para tirar algum proveito; enfim, para satisfazer algum interesse.
Escolher é excluir.
Pensar consiste, ordinariamente, em ir dos conceitos às coisas, e não das coisas aos conceitos. (em Introdução à Metafísica)
A vida é um caminho de sombras e luzes. O importante é que se saiba vitalizar as sombras e aproveitar a luz.
Falhamos ao traduzir exactamente o que se sente na nossa alma: o pensamento continua a não poder medir-se com a linguagem.
O Progresso Contínuo do Passado
Não existe […] matéria mais resistente nem mais substancial (o tempo). Porque a nossa duração não é apenas um instante a seguir ao outro; se fosse, nunca haveria mais nada além do presente – nenhum prolongamento do passado na actualidade, nenhuma evolução, nenhuma duração concreta. A duração é o progresso contínuo do passado que morde o futuro e vai inchando à medida que avança. E, como o passado cresce sem parar, não há nenhum limite à sua preservação. A memória […] não é uma faculdade de arrumar recordações numa gaveta, ou de inscrevê-las num registo […] Na realidade, o passado preserva-se a si mesmo, automaticamente. Provavelmente acompanha-nos na sua totalidade a cada instante […]
A inteligência é caracterizada por uma incompreensão natural da vida.