Passagens sobre ImpotĂȘncia

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Frases sobre impotĂȘncia, poemas sobre impotĂȘncia e outras passagens sobre impotĂȘncia para ler e compartilhar. Leia as melhores citaçÔes em Poetris.

Nunca ninguĂ©m se torna mestre num domĂ­nio em que nĂŁo conheceu a impotĂȘncia, e, quem aceita esta ideia, saberĂĄ tambĂ©m que tal impotĂȘncia nĂŁo se encontra nem no começo nem antes do esforço empreendido, mas sim no seu centro.

A independĂȘncia do filĂłsofo se torna falsa quando se mescla de orgulho. No homem autĂȘntico, o sentimento de independĂȘncia sempre se acompanha do sentimento de impotĂȘncia

Conhecimento do Amor

Amor, como o compreendo agora, Ă© mais
renĂșncia que desejo. Outrora hostil,
agressivo, hoje sĂșplica, murmĂșrio
Ă­ntimo, cinzas em silĂȘncio, amor,
Ă  morte assemelhando-se, besouro
em agonia, dor da perda, o sonho
estraçalhado, renunciar, renu-
nciar sempre, e sem espera, ao corpo amado.

A vida me consente essa amargura
e Ă© preciso vivĂȘ-la sem demora,
abrir os olhos, aceitar a sombra,
meditar sem rancor a decepção —
instante em que a mulher se distancia
e a voz ao telefone ri tranquila
anunciando a partida: outros braços,
agora, amor, mesclado de impotĂȘncia
e irrisĂŁo, lĂĄgrimas que nĂŁo se mostram.

Toda renĂșncia compĂ”e jogo amargo
de desespero e morte. Renunciar,
ainda que de joelhos, deitado, o corpo
ansiando pelo teu amor se fira,
e o coração, tumulto, empalideça
e nada reste enfim que a vida mesma,
percorrida com calma e indiferença.

Assim, amor, te compreendo agora:
— devoção malquerida a toda hora.

O que estĂĄ em causa Ă© a maneira como se vive. Acima de tudo, importa que uma pessoa tenha sempre presente a vontade de se proteger, um instinto fatal. Nunca chegaremos a lado nenhum se baixarmos os braços e deixarmos que nos ataquem. O sentimento crĂłnico de impotĂȘncia acaba por corroer o ser humano por dentro.

Ah, a Moral!

Ah, a palavra «moral»! Sempre que aparece, penso nos crimes que foram cometidos em seu nome. As confusĂ”es que este termo engendrou abarcam quase toda a histĂłria das perseguiçÔes movidas pelo homem ao seu semelhante. Para alĂ©m do facto de nĂŁo existir apenas uma moral, mas muitas, Ă© evidente que em todos os paĂ­ses, seja qual for a moral dominante, hĂĄ uma moral para o tempo de paz e uma moral para a guerra. Em tempo de guerra tudo Ă© permitido, tudo Ă© perdoado. Ou seja, tudo o que de abominĂĄvel e infame o lado vencedor praticou. Os vencidos, que servem sempre de bode expiatĂłrio, «nĂŁo tĂȘm moral».
Pensar-se-ĂĄ que, se realmente glorificĂĄssemos a vida e nĂŁo a morte, se dĂ©ssemos valor Ă  criação e nĂŁo Ă  destruição, se acreditĂĄssemos na fecundidade e nĂŁo na impotĂȘncia, a tarefa suprema em que nos empenharĂ­amos seria a da eliminação da guerra. Pensar-se-ĂĄ que, fartos de carnificina, os homens se voltariam contra os assassinos, ou seja, os homens que planeiam a guerra, os homens que decidem das modalidades da arte da guerra, os homens que dirigem a indĂșstria de material de guerra, material que hoje se tornou indescrivelmente diabĂłlico. Digo «assassinos», porque em Ășltima anĂĄlise esses homens nĂŁo sĂŁo outra coisa.

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A Vulgar Que Passou

NĂŁo eras para os meus sonhos, nĂŁo eras para a minha vida,
nem para os meus cansaços perfumados de rosas,
nem para a impotĂȘncia da minha raiva suicida,
nĂŁo eras a bela e doce, a bela e dolorosa.

NĂŁo eras para os meus sonhos, nĂŁo eras para os meus cantos,
nĂŁo eras para o prestĂ­gio dos meus amargos prantos,
nĂŁo eras para a minha vida nem para a minha dor,
nĂŁo eras o fugitivo de todos os meus encantos.
NĂŁo merecias nada. Nem o meu ĂĄspero desencanto
nem sequer o lume que pressentiu o Amor.

Bem feito, Ă© muito bem feito que tenhas passado em vĂŁo
que a minha vida nĂŁo se tenha submetido ao teu olhar,
que aos antigos prantos se nĂŁo tenha juntado
a amargura dolente de um estéril chorar.

Tu eras para o imbecil que te quisesse um pouco.
(Oh! meus sonhos doces, oh meus sonhos loucos!)
Tu eras para um imbecil, para um qualquer
que nĂŁo tivesse nada dos meus sonhos, nada,
mas que te daria o prazer animal
o curto e bruto gozo do espasmo final.

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O EspĂ­rito Desfaz a Ordem das Coisas

O espĂ­rito aprendeu que a beleza nos faz bons, maus, estĂșpidos ou sedutores. Disseca uma ovelha e um penitente e encontra em ambos humildade e paciĂȘncia. Analisa uma substĂąncia e descobre que, tomada em grandes quantidades, pode ser um veneno, e em pequenas doses, um excitante. Sabe que a mucosa dos lĂĄbios tem afinidades com a do intestino, mas tambĂ©m sabe que a humildade desses lĂĄbios tem afinidades com a humildade de tudo o que Ă© sagrado. O espĂ­rito desfaz a ordem das coisas, dissolve-as e volta a recompĂŽ-las de forma diferente. O bem e o mal, o que estĂĄ em cima e o que estĂĄ em baixo nĂŁo sĂŁo para ele noçÔes de um relativismo cĂ©ptico, mas termos de uma função, valores que dependem do contexto em que se encontram. Os sĂ©culos ensinaram-lhe que os vĂ­cios se podem transformar em virtudes e as virtudes em vĂ­cios, e conclui que, no essencial, sĂł por inĂ©pcia se nĂŁo consegue fazer de um criminoso um homem Ăștil no tempo de uma vida. NĂŁo reconhece nada como lĂ­cito ou ilĂ­cito, porque tudo pode ter uma qualidade graças Ă  qual um dia participarĂĄ de um novo e grande sistema. Odeia secretamente como a morte tudo aquilo que se apresenta como se fosse definitivo,

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As frases feitas existem para ser desfeitas. Dizimadas. NĂŁo te confortes enquanto incapacidade, enquanto falĂȘncia, enquanto impotĂȘncia, com frases que outros criaram para se confortarem enquanto falĂȘncia e incompetĂȘncia e impotĂȘncia.

Tortura Eterna

ImpotĂȘncia cruel, Ăł vĂŁ tortura!
Ó Força inĂștil, ansiedade humana!
Ó círculos dantescos da loucura!
Ó luta, Ó luta secular, insana!

Que tu nĂŁo possas, Alma soberana,
Perpetuamente refulgir na Altura,
Na Aleluia da Luz, na clara Hosana
Do Sol, cantar, imortalmente pura.

Que tu nĂŁo posses, Sentimento ardente,
Viver, vibrar nos brilhos do ar fremente,
Por entre as chamas, os clarÔes supernos.

Ó Sons intraduzĂ­veis, Formas, Cores!…
Ah! que eu nĂŁo possa eternizar as cores
Nos bronzes e nos mĂĄrmores eternos!

O Subjectivo Ă© Objectivo, e o Objectivo Ă© Subjectivo

Assaz difĂ­cil Ă© decidir o que seja objectivamente a verdade, mas, no trato com os homens, nĂŁo hĂĄ que se deixar aterrorizar por isso. Existem critĂ©rios que para o primeiro sĂŁo suficientes. Um dos mais seguros consiste em objectar a alguĂ©m que uma asserção sua Ă© “demasiado subjectiva”. Se se utilizar, e com aquela indignação em que ressoa a furiosa harmonia de todas as pessoas sensatas, entĂŁo hĂĄ motivo para se ficar alguns instantes em paz consigo. Os conceitos do subjectivo e objectivo inverteram-se por completo. Diz-se objectiva a parte incontroversa do fenĂłmeno a sua efĂ­gie inquestionavelmente aceite, a fachada composta de dados classificados, portanto, o subjectivo; e denomina-se subjectivo o que tal desmorona, acede Ă  experiĂȘncia especĂ­fica da coisa, se livra das opiniĂ”es convencionais a seu respeito e instaura a relação com o objecto em substituição da decisĂŁo maioritĂĄria daqueles que nem sequer chegam a intuĂ­-lo, e menos ainda a pensĂĄ-lo – logo, o objectivo.
A futilidade da objecção formal da relatividade subjectiva patenteia-se no seu próprio terreno, o dos juízos estéticos. Quem alguma vez, pela força da sua precisa reacção em face da seriedade da disciplina de uma obra artística, se submete à sua lei formal imanente,

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Conseguir o amor de alguĂ©m que te despreza, ou a quem Ă©s indiferente, Ă© uma tarefa bastante mais difĂ­cil do que atirĂĄ-la ao chĂŁo com um murro. Os homens batem por impotĂȘncia. Julgam conseguir por meio da força aquilo que nĂŁo alcançam por meio da ternura e da inteligĂȘncia.

NĂŁo Pode Existir Amor Sem Verdadeira Troca

Não te lembras de ter encontrado na vida aquela que se considera um ídolo? Que havia ela de receber do amor? Tudo, até a tua alegria de a encontrares, se torna homenagem para ela. Mas, quanto mais a homenagem custa, mais vale: ela saborearia melhor o teu desespero.
Ela devora sem se alimentar. Ela apodera-se de ti para te queimar à sua honra. Ela é semelhante a um forno crematório. Ela, na sua avareza, enriquece-se de vårias capturas, julgando encontrar a alegria nessa acumulação. E não acumula mais do que cinzas. Porque o verdadeiro uso dos teus dons era caminho de um para o outro, e não captura.
Ela verĂĄ penhores nos teus dons e abster-se-ĂĄ de tos conceder em paga. Na falta de arrebatamentos que te satisfariam, a falsa reserva dela far-te-ĂĄ ver que a comunhĂŁo dispensa sinais. É marca da impotĂȘncia para amar, nĂŁo elevação do amor. Se o escultor despreza a argila, terĂĄ de modelar o vento. Se o teu amor despreza os sinais do amor a pretexto de atingir a essĂȘncia, o teu amor nĂŁo passa de um palavreado. NĂŁo descuides as felicitaçÔes, nem os presentes, nem os testemunhos.Serias capaz de amar a propriedade,

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A impotĂȘncia de hoje paralisa as nossas mĂŁos. Mas saibamos tornar a nossa angĂșstia Ăștil Ă  geração que nos vai substituir. Seremos a pedra com a qual os nossos filhos farĂŁo um pilar da casa futura.

O Segredo de Salvar-me Pelo Amor

Quem hĂĄ aĂ­ que possa o cĂĄlix
De meus lĂĄbios apartar?
Quem, nesta vida de penas,
PoderĂĄ mudar as cenas
Que ninguém pÎde mudar ?

Quem possui na alma o segredo
De salvar-me pelo amor?
Quem me darĂĄ gota de ĂĄgua
Nesta angustiosa frĂĄgua
De um deserto abrasador?

Se alguém existe na terra
Que tanto possa, Ă©s tu sĂł!
Tu sĂł, mulher, que eu adoro,
Quando a Deus piedade imploro,
E a ti peço amor e dó.

Se soubesses que tristeza
Enluta meu coração,
Terias nobre vaidade
Em me dar felicidade,
Que eu busquei no mundo em vĂŁo.

Busquei-a em tudo na terra,
Tudo na terra mentiu!
Essa estrela carinhosa
Que luz Ă  infĂąncia ditosa
Para mim nunca luziu.

Infeliz desde criança
Nem me foi risonha a fé;
Quando a terra nos maltrata,
Caprichosa, acerba e ingrata,
Céu e esperança nada é.

Pois a ventura busquei-a
No vivo anseio do amor,
Era ardente a minha alma;
Conquistei mais de uma palma
À custa de muita dor.

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É verdade que, por vezes, os militares, exagerando da impotĂȘncia relativa da inteligĂȘncia, descuram servir-se dela.

NĂłs devemos banir das nossas fileiras toda a ideologia feita de fraqueza e impotĂȘncia. SĂŁo errados todos os pontos de vista que valorizam a força do inimigo e subestimam a força do povo.