Esquecem-se infidelidades, mas não se perdoam.
Passagens sobre Infidelidade
23 resultadosPara ser feliz um homem tem que ser fiel a si mesmo. A infidelidade não consiste em acreditar ou em não acreditar, consiste em professar aquilo em que não se acredita
O impudor mata talvez mais amores do que a infidelidade.
Todo o marido tem a infidelidade que merece.
As pessoas definem-se melhor pelas mais insignificantes infidelidades que cometem em relação a nós, que pelas grandes que cometem em relação aos outros.
A infidelidade é como a morte, não admite gradações.
A infidelidade é, na mulher, o que é no padre a incredulidade – a última baliza das prevaricações humanas.
Perdoam-se infidelidades, mas não se esquecem.
A infidelidade irrita o amor, sem todavia lhe pôr termo. Sabeis o que o mata? São os venenos lentos: o tédio e a saciedade.
Infidelidade é como apanhar seu sócio furtando dinheiro do caixa. A relação está dissolvida.
Nunca os homens são mais ternos do que quando se lhes perdoa uma infidelidade.
Toda a nossa vida tem por condição a infidelidade a nós mesmos.
Regras Básicas de Avaliação do Amante
Para avaliar o amor da vossa amante, lembrai-vos:
1º – De que, quanto mais prazer físico entrou na base do vosso amor, no que noutros tempos determinou a intimidade, tanto mais ele está sujeito à infidelidade. Isto aplica-se sobretudo aos amores cuja cristalização foi favorecida pelo fogo da juventude, aos dezasseis anos.
2º – De que o amor de duas pessoas que amam não é quase nunca o mesmo. O amor-paixão tem as suas fases durante as quais, e sucessivamente, um dos dois ama mais que o outro. Muitas vezes a simples galanteria ou o amor de vaidade responde ao amor-paixão, e é sobretudo a mulher que ama com exaltação. Qualquer que seja o amor sentido por um dos dois amantes, a partir do momento em que sente cíumes, exige do outro que preencha as condições do amor-paixão; a vaidade simula nele todas as necessidades de um coração terno.
Finalmente, nada aborrece tanto o amor-gosto como a existência do amor-paixão no outro ou outra.
Muitas vezes um homem de espírito, ao fazer a corte a uma mulher, não consegue senão fazê-la pensar no amor e enternecer-lhe a alma. Ela recebe bem este homem que lhe dá um tal prazer.
A diferença da infidelidade nos dois sexos é tão real, que a mulher apaixonada pode perdoar uma infidelidade, o que é impossível a qualquer homem.
A Voltinha é uma Instituição Nacional
Agora que os Portugueses voltam a casar-se pela Igreja e a fazer juramentos solenes de fidelidade onde prometem que não irão enganar os cônjuges (mesmo que os cônjuges fiquem intoleravelmente leprosos ou maçadores ou miseráveis), as pessoas têm de saber enfrentar as facilidades, dificuldades e dúvidas da fidelidade.
Por exemplo, «a voltinha» é uma instituição nacional. Dar «uma voltinha» com alguém não é andar com alguém — é «ver como anda».
Como quem dá uma voltinha ao quarteirão na motocicleta do padeiro. Monta-se, pega-se de empurrão, dá-se a voltinha, desmonta-se e desliga-se. «Chegaste a andar com ele?», pergunta uma parola mais curta. «És parva!, — responde a mais alta, — dei só uma voltinha!».
A ideia é que a voltinha «não vale». Não se fala, não se paga, não se recorda, não se conta; enfim, «não conta». As voltinhas estão para as relações humanas como os brindes da Juá para o sistema económico português: não entram no orçamento. Quando se vai «dar uma voltinha» com alguém, não se vai nem com muita vontade nem com muita pressa — vai-se. Não faz sentido dizer que se «deseja» dar uma voltinha com alguém. As voltinhas não são o resultado de grandes planos e seduções — «proporcionam-se» (eis o verbo moderno mais estúpido).
Quando é que as mulheres começarão a ter a intuição de que acima de todas as infidelidades se acha a da verdade, quer dizer, a fidelidade a si mesmas, e que marido, filhos e países não são nada perante isso?
A violência que nos fazemos para permanecer fiéis àquilo que amamos, não é melhor que uma infidelidade.
A infidelidade desespera as mulheres pela razão do prazer que dá às rivais.
O Isolamento do Criador
Há uma sensação de infidelidade na comunicação. Essa verificação faz com que o criador esteja sempre insatisfeito, dominado pelo desejo de fazer cada vez melhor, porque há um fracasso imanente em toda a criação. Essa verificação pode levar a uma tentativa interminável ou ao isolamento pelo silêncio. Mas para o criador o isolamento é a sua oficina.
Infidelidade é como apanhar o seu sócio roubando dinheiro do caixa.