Nenhum de nós poderá, num momento qualquer, garantir que a sua doutrina seja a que encerre a verdade; os desmentidos surgem a cada passo, as incertezas vão sendo mais fortes è medida que se penetra com maior informação e mais atenta inteligência no mundo que nos cerca.
Passagens sobre Informação
69 resultadosMais difícil é quebrar a dificuldade de mostrar a realidade ao povo: tirando-o da alucinação em que vive, cercado por informações que não refletem a realidade. E, para consolidar a democracia, a maior dificuldade está em aproximar eleitores e eleitos, separados pela brecha entre a realidade e as informações produzidas pela mídia.
O conhecimento é parcial, porque nosso intelecto é um instrumento, é apenas parte de nós, ele pode nos dar informações sobre as coisas que podem ser divididas e analisadas, e cujas propriedades podem classificadas parte por parte.
Uma opinião que se tem passa pela pessoa que somos e não pelas razões para a ter. É por isso que todos têm opinião e poucos informação para isso. Mas é por isso também que a mesma informação pode dar opiniões contrárias. Porque tudo se pode trocar, menos a pessoa que se é.
Édipo não se cegou por culpa, mas por excesso de informação.
A dor e o prazer não são imagens gémeas ou simétricas uma da outra, pelo menos não o são em termos de suas funções no apoio à sobrevivência. De certa forma, e a maior parte das vezes, é a informação associada à dor que nos desvia do perigo iminente, tanto no momento presente como no futuro antecipado, É difícil imaginar que os indivíduos e as sociedades que se regem pela busca do prazer, tanto ou ainda mais que pela fuga à dor, consigam sobreviver.
Seguimos a Multidão
Nos nossos contactos quotidianos seguimos a multidão, deixamo-nos levar por esperanças e temores subalternos, tornamo-nos vítimas das nossas próprias técnicas e implementos, e desusamos o acesso que temos ao oráculo divino. É apenas enquanto a alma dorme que nos servimos dos préstimos de tantas maquinarias e muletas engenhosas. De que servem os telégrafos? Qual a utilidade dos jornais? O homem sábio não aguarda os correios nem precisa ler telegramas para descobrir como se sentem os homens no Kansas ou na Califórnia durante uma crise social. Ele ausculta o seu próprio coração. Se eles são feitos como ele é, se respiram o mesmo ar e comem o mesmo trigo, se têm mulheres e filhos, ele sabe que a sua alegria e ressentimento atingem o mesmo ponto que o seu. A alma íntegra está em perpétua comunicação telegráfica com a fonte dos acontecimentos, dispõe de informação antecipada, qual despacho particular, que a exime e alivia do terror que oprime o restante da comunidade.
Um filme toma forma fora da sua vontade como um construtor; todas as informações vêm através de uma verdadeira inspiração.
Para consolidar a democracia, a maior dificuldade está em aproximar eleitores e eleitos, separados pela brecha entre a realidade e as informações produzidas pela mídia.
Nada é tão perigoso para aprisionar a inteligência do que aceitar passivamente as informações.
Reformar é não Ter Emenda Possível
Todo o dia, em toda a sua desolação de nuvens leves e mornas, foi ocupado pelas informações de que havia revolução. Estas notícias, falsas ou certas, enchem-me sempre de um desconforto especial, misto de desdém e de náusea física. Dói-me na inteligência que alguém julgue que altera alguma coisa agitando-se. A violência, seja qual for, foi sempre para mim uma forma esbugalhada de estupidez humana. Depois, todos os revolucionários são estúpidos, como, em grau menor, porque menos incómodo, o são todos os reformadores.
Revolucionário ou reformador – o erro é o mesmo. Impotente para dominar e reformar a sua própria atitude para com a vida, que é tudo, ou o seu próprio ser, que é quase tudo, o homem foge para querer modificar os outros e o mundo externo. Todo o revolucionário, todo o reformador, é um evadido. Combater é não ser capaz de combater-se. Reformar é não ter emenda possível.
O homem de sensibilidade justa e recta razão, se se acha preocupado com o mal e a injustiça do mundo, busca naturalmente emendá-la, primeiro, naquilo em que ela mais perto se manifesta; e encontrará isso em seu próprio ser. Levar-lhe-á essa obra toda a vida.
Tudo para nós está em nosso conceito do mundo;
Estamos no apogeu da indústria do lazer, mas nunca houve uma geração tão triste e depressiva como a nossa. Estamos na era do conhecimento, da democratização da informação, mas nunca produzimos tantos repetidores de informações, em vez de pensadores.
A coragem é frequentemente falta de visão, enquanto a covardia, em muitos casos, se baseia em boa informação.
As Janelas da Memória
A memória humana não é lida globalmente, como a memória dos computadores, mas por áreas específicas a que chamo de janelas. Através das janelas vemos, reagimos, interpretamos… Quantas vezes tentamos lembrar-nos de algo que não nos vem à ideia? Nesse caso, a janela permaneceu fechada ou inacessível.
A janela da memória é, portanto, um território de leitura num determinado momento existencial. Em cada janela pode haver centenas ou milhares de informações e experiências. O maior desafio de uma mulher, e do ser humano em geral, é abrir o máximo de janelas em cada situação. Se ela abre diversas janelas, poderá dar respostas inteligentes. Se as fecha, poderá dar respostas inseguras, medíocres, estúpidas, agressivas. Somos mais instintivos e animalescos quando fechamos as janelas, e mais racionais quando as abrimos.
O mundo dos sentimentos possui as chaves para abrir as janelas. O medo, a tensão, a angústia, o pânico, a raiva e a inveja podem fechá-las. A tranquilidade, a serenidade, o prazer e a afetividade podem abri-las. A emoção pode fazer os intelectuais reagirem como crianças agressivas e as pessoas simples reagirem como elegantes seres humanos. Sob um foco de tensão, como perdas e contrariedades, uma mulher serena pode ficar irreconhecível.
Há conhecimento de dois tipos: sabemos sobre um assunto, ou sabemos onde podemos buscar informação sobre ele.
Podemos receber e transmitir informações tão diversas pelos sentidos, porque dispomos de um cérebro que elabora e dirige. Mas falta-nos uma educação dos sentidos que nos ensine a cuidar deles, a cultivá-los, a apurá-los.
Não basta uma informação de como ganhar a vida simplesmente com honestidade e honra, mas que tal ato seja atraente e glorioso, pois se ganhar a vida não for atraente e glorioso não é a vida que se ganha.
Saber Falar às Multidões
Longos discursos, agitar de punhos, socos na mesa, e resoluções expressas com emoção mas desligadas das condições objectivas, não produzem acção de massas e podem provocar grande dano à organização e à luta que servimos.
(…) Há uma fase na vida de todo o reformador social em que ele troveja nas tribunas, principalmente para se livrar de informação mal digerida que se lhe acumulou na cabeça, uma tentativa para impressionar as multidões, em vez de iniciar uma exposição calma e simples de princípios e ideias, cuja verdade universal se evidencia pela experiência pessoal e estudo mais aprofundado.
A informação banaliza os acontecimentos. Dou um exemplo: a primeira vez que se viram na televisão imagens de uma criança negra cheia de fome e com moscas a rodeá-la foi um momento marcante, só que agora já ninguém lhes liga devido à vulgarização. Alguém no outro dia proibia a divulgação de imagens dessas crianças negras com moscas à volta porque a sua repetição era perigosa. As pessoas habituam-se.
Não Te Leves Tão a Sério
Em todas as palestras que dou, reservo alguns minutos para este tema e, se possível, logo no início da conversa. Faço-o porque quero que a soma de todas as pessoas que me ouvem possam, rapidamente, ser um grupo. O objetivo é aproximá-las da minha energia e desconstruir padrões. Muitas vezes, em certos indivíduos, denoto uma forte resistência ao abraço de um desconhecido, ao vibrar com uma música que pede saltos e explosões de alegria e ao riso.
E porque é que isto acontece? Porque estão a levar os padrões que gerem as suas vidas demasiado a sério.– «Eu não toco assim numa pessoa que não conheço»; «Ai que vergonha, pôr-me aqui aos saltos»; «Alguma vez na vida, vou achar graça ao que ele disse? Convencido».
Estes exemplos são de gente real. De gente que se acha superior, mais educada e mais engraçada. Mas serão? Ou será esta gente de uma extrema insegurança? E estes exemplos de alguém que se sente ameaçado, com medo que lhe caia a máscara e extremamente vulnerável?Aprendi que o palco, o microfone e as centenas de olhos na minha direção já me dão um status mais do que suficiente para criar a ilusão de que sou mais do que o meu público.