Passagens sobre InteligĂȘncia

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Frases sobre inteligĂȘncia, poemas sobre inteligĂȘncia e outras passagens sobre inteligĂȘncia para ler e compartilhar. Leia as melhores citaçÔes em Poetris.

O insucesso Ă© apenas uma oportunidade para recomeçar de novo com mais inteligĂȘncia.

A Incapacidade de Amar Alguém

Para falar com franqueza, nĂŁo considero grave a incapacidade de amar alguĂ©m. O que significa amar? Na sua maioria, as pessoas coabitam sem necessidade de um sentimento que desconhecem atĂ© ao momento em que o leem num romance ou o veem num filme. O facto de, Ă  partida, nĂŁo sabermos o que Ă©, indica talvez que se trata de algo que nĂŁo existe dentro de nĂłs, que nos Ă© inculcado, ou que importamos. Se nĂŁo estou em erro, era um velho filĂłsofo francĂȘs que dizia que, quando um homem exprime o muito que ama a senhora marquesa, o muito que aprecia a sua inteligĂȘncia — como Ă© harmoniosa nos seus movimentos, que ideias tĂŁo extraordinĂĄrias tem, que sensibilidade tĂŁo requintada exibe —, aquilo que realmente quer dizer Ă© que estĂĄ doido por foder com ela. Julgo que hĂĄ aĂ­ alguma verdade. Confundimos empatia ou compaixĂŁo com desejo, julgamos querer acarinhar, proteger, quando na verdade queremos penetrar, violar.

Leitura e Escrita

A leitura, Ă© de facto, em meu entender, imprescindĂ­vel: primeiro, para me nĂŁo dar por satisfeito sĂł com as minhas obras, segundo, para, ao informar-me dos problemas investigados pelos outros, poder ajuizar das descobertas jĂĄ feitas e conjecturar as que ainda hĂĄ por fazer.
A leitura alimenta a inteligĂȘncia e retempera-a das fadigas do estudo, sem, contudo, pĂŽr de lado o estudo. NĂŁo deve­mos limitar-nos nem sĂł Ă  escrita, nem sĂł Ă  leitura: uma diminui-nos as forças, esgota-nos (estou-me referindo ao trabalho da escrita), a outra amolece-nos e embota-nos a energia. Devemos alternar ambas as actividades, equilibrå­-las, para que a pena venha a dar forma Ă s ideias coligidas das leituras. Como soe dizer-se, devemos imitar as abelhas que deambulam pelas flores, escolhendo as mais apropriadas ao fabrico do mel e depois trabalham o material recolhido, distribuem-no pelos favos e, nas palavras do nosso Vergilio, o lĂ­quido mel acumulam, e fazem inchar os alvĂ©olos de doce nĂ©ctar.
(…) NĂłs devemos imitar as abelhas, discri­minar os elementos colhidos nas diversas leituras (pois a memĂłria conserva-os melhor assim discriminados), e depois, aplicando-lhes toda a atenção, todas as faculdades da nossa inteligĂȘncia, transformar num produto de sabor individual todos os vĂĄrios sucos coligidos de modo a que,

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Se eu nĂŁo fosse imperador, desejaria ser professor. NĂŁo conheço missĂŁo maior e mais nobre que a de dirigir as inteligĂȘncias jovens e preparar os homens do futuro.

Sensibilidade e Maturidade

Uma certa vivacidade de impressÔes, mais directamente dependentes da sensibilidade física, decresce com a idade. Ao chegar aqui, e sobretudo depois de ter aqui passado alguns dias, não senti, desta vez, essas vagas de tristeza ou de entusiasmo que este local me costumava comunicar, e cuja recordação, depois, me era tão doce.
DeixĂĄ-lo-ei, se calhar, sem a pena que outrora sentia. O meu espĂ­rito, por seu turno, tem hoje uma segurança muito maior, uma maior capacidade de fazer associaçÔes e de se exprimir; a inteligĂȘncia cresceu, mas a alma perdeu parte da sua elasticidade e irritabilidade. E porque Ă© que, ao fim e ao cabo, nĂŁo partilharĂĄ o homem o destino comum de todos os outros seres?
Ao pegarmos num fruto delicioso, serĂĄ justo pretender respirar ao mesmo tempo o perfume da flor? Foi preciso passar pela subtil delicadeza da nossa sensibilidade juvenil para chegar a esta segurança e maturidade do espĂ­rito. Talvez os grandes homens – Ă© o que eu penso – sejam aqueles que, numa idade em que a inteligĂȘncia possui jĂĄ a sua plena força, ainda conservam parte dessa impetuosidade das impressĂ”es, que Ă© prĂłpria da juventude.

HĂĄ coisas que sĂł a inteligĂȘncia Ă© capaz de procurar, mas que por si mesma nunca acharĂĄ. E essas coisas sĂł o instinto as acharia, mas nunca as procura.

InteligĂȘncias exteriores, ao explorar o Sistema Solar com verdadeira imparcialidade, muito provavelmente introduziriam o Sol nos seus ficheiros assim: Estrela X, classe espectral G0, 4 planetas e detritos.

Nenhuma Ă©poca transmite a outra a sua sensibilidade; transmite-lhe apenas a inteligĂȘncia que teve dessa sensibilidade. Pela emoção somos nĂłs; pela inteligĂȘncia somos alheios. A inteligĂȘncia dispersa-nos; por isso Ă© atravĂ©s do que nos dispersa que nos sobrevivemos. Cada Ă©poca entrega Ă s seguintes apenas aquilo que nĂŁo foi.

O teste de uma inteligĂȘncia de primeira qualidade Ă© a habilidade de manter duas idĂ©ias opostas na mente ao mesmo tempo e ainda guardar a habilidade de funcionar.

Existir Ă© Ser PossĂ­vel Haver Ser

Ah, perante esta Ășnica realidade, que Ă© o mistĂ©rio,
Perante esta Ășnica realidade terrĂ­vel — a de haver uma realidade,
Perante este horrĂ­vel ser que Ă© haver ser,
Perante este abismo de existir um abismo,
Este abismo de a existĂȘncia de tudo ser um abismo,
Ser um abismo por simplesmente ser,
Por poder ser,
Por haver ser!
— Perante isto tudo como tudo o que os homens fazem,
Tudo o que os homens dizem,
Tudo quanto constroem, desfazem ou se constrói ou desfaz através deles,
Se empequena!
NĂŁo, nĂŁo se empequena… se transforma em outra coisa —
Numa sĂł coisa tremenda e negra e impossĂ­vel,
Urna coisa que estå para além dos deuses, de Deus, do Destino
—Aquilo que faz que haja deuses e Deus e Destino,
Aquilo que faz que haja ser para que possa haver seres,
Aquilo que subsiste através de todas as formas,
De todas as vidas, abstratas ou concretas,
Eternas ou contingentes,
Verdadeiras ou falsas!
Aquilo que, quando se abrangeu tudo, ainda ficou fora,
Porque quando se abrangeu tudo nĂŁo se abrangeu explicar por que Ă© um tudo,

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A Poesia nĂŁo se Inventou para Cantar o Amor

A poesia nĂŁo se inventou para cantar o amor — que de resto nĂŁo existia ainda quando os primeiros homens cantaram. Ela nasceu com a necessidade de celebrar magnificamente os deuses, e de conservar na memĂłria, pela sedução do ritmo, as leis da tribo. A adoração ou captação da divindade e a estabilidade social, eram entĂŁo os dois altos e Ășnicos cuidados humanos: — e a poesia tendeu sempre, e tenderĂĄ constantemente a resumir, nos conceitos mais puros, mais belos e mais concisos, as ideias que estĂŁo interessando e conduzindo os homens. Se a grande preocupação do nosso tempo fosse o amor — ainda admitirĂ­amos que se arquivasse, por meio das artes da imprensa, cada suspiro de cada Francesca. Mas o amor Ă© um sentimento extremamente raro entre as raças velhas e enfraquecidas. Os Romeus, as Julietas (para citar sĂł este casal clĂĄssico) jĂĄ nĂŁo se repetem nem sĂŁo quase possĂ­veis nas nossas democracias, saturadas de cultura, torturadas pela ansia do bem-estar, cĂ©pticas, portanto egoĂ­stas, e movidas pelo vapor e pela electricidade. Mesmo nos crimes de amor, em que parece reviver, com a sua força primitiva e dominante, a paixĂŁo das raças novas, se descobrem logo factores lamentavelmente alheios ao amor,

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Dificuldade de Prever o Comportamento de qualquer Pessoa, o Nosso Inclusivamente

Sendo variĂĄvel o nosso “eu”, que Ă© dependente das circunstĂąncias, um homem jamais deve supor que conhece outro. Pode somente afirmar que, nĂŁo variando as circunstĂąncias, o procedimento do indivĂ­duo observado nĂŁo mudarĂĄ. O chefe de escritĂłrio que jĂĄ redige hĂĄ vinte anos relatĂłrios honestos, continuarĂĄ sem dĂșvida a redigi-los com a mesma honestidade, mas cumpre nĂŁo o afirmar em demasia. Se surgirem novas circunstĂąncias, se uma paixĂŁo forte lhe invadir a mente, se um perigo lhe ameaçar o lar, o insignificante burocrata poderĂĄ tornar-se um celerado ou um herĂłi.
As grandes oscilaçÔes da personalidade observam-se quase exclusivamente na esfera dos sentimentos. Na da inteligĂȘncia, elas sĂŁo muito fracas. Um imbecil permanecerĂĄ sempre imbecil.
As possĂ­veis variaçÔes da personalidade, que impedem de conhecermos a fundo os nossos semelhantes, tambĂ©m obstam a que cada qual se conheça a si prĂłprio. O adĂĄgio “Nosce te ipsum” dos antigos filĂłsofos constitui um conselho irrealizĂĄvel. O “eu” exteriorizado representa habitualmente uma personalidade de emprĂ©stimo, mentirosa. Assim Ă©, nĂŁo sĂł porque atribuĂ­mos a nĂłs mesmos muitas qualidades e nĂŁo reconhecemos absolutamente os nossos defeitos, como tambĂ©m porque o nosso “eu” contĂ©m uma pequena porção de elementos conscientes, conhecĂ­veis em rigor, e, em grande parte,

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A Sociedade Ă© Baseada no Instinto Individual

A vida de uma sociedade Ă©, fundamentalmente, uma vida de acção. As relaçÔes dos indivĂ­duos adentro dela, sĂŁo, fundamentalmente, relaçÔes entre as actividades, entre as acçÔes, deles. As relaçÔes dessa sociedade com outras sociedades – sejam essas relaçÔes de que espĂ©cie forem – sĂŁo relaçÔes de qualquer espĂ©cie de actividade, sĂŁo relaçÔes de acção. É, portanto, pelas faculdades que conduzem Ă  acção que o indivĂ­duo Ă© directamente social. Ora, como a ciĂȘncia constata que sĂŁo os instintos, os hĂĄbitos, os sentimentos – tudo quanto em nĂłs constitui o inconsciente, ou o subconsciente – que levam Ă  acção, segue que Ă© pelos seus instintos, pelos seus hĂĄbitos, pelos seus sentimentos – e nĂŁo pela sua inteligĂȘncia – que o indivĂ­duo Ă© directamente social.
Por que espĂ©cie de instintos, porĂ©m, Ă© que o indivĂ­duo Ă© directamente social? Alguns dos seus instintos, como o instinto de conservação e o instinto sexual, sĂŁo sociais apenas indirectamente. Servindo-os, o indivĂ­duo serve, em Ășltimo resultado, a sociedade a que pertence, porque, mantendo a sua vida, mantĂ©m a vida de um elemento componente da sociedade a que pertence, e, propagando a espĂ©cie, contribui para a continuidade de vida dessa sociedade; mas nem um, nem outro, desses instintos tem um fim directamente social.

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