Passagens sobre Interior

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Sou brasileira naturalizada, quando, por questão de meses, poderia ser brasileira nata. Fiz da língua portuguesa a minha vida interior, o meu pensamento mais íntimo, usei-a para palavras de amor.

Dizem que em cada Coisa uma Coisa Oculta Mora

Dizem que em cada coisa uma coisa oculta mora.
Sim, é ela própria, a coisa sem ser oculta,
Que mora nela.

Mas eu, com consciência e sensações e pensamento,
Serei como uma coisa?
Que há a mais ou a menos em mim?
Seria bom e feliz se eu fosse só o meu corpo –
Mas sou também outra coisa, mais ou menos que só isso.
Que coisa a mais ou a menos é que eu sou?

O vento sopra sem saber.
A planta vive sem saber.
Eu também vivo sem saber, mas sei que vivo.
Mas saberei que vivo, ou só saberei que o sei?
Nasço, vivo, morro por um destino em que não mando,
Sinto, penso, movo-me por uma força exterior a mim.
Então quem sou eu?

Sou, corpo e alma, o exterior de um interior qualquer?
Ou a minha alma é a consciência que a força universal
Tem do meu corpo por dentro, ser diferente dos outros?
No meio de tudo onde estou eu?

Morto o meu corpo,
Desfeito o meu cérebro,
Em coisa abstracta,

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As Entranhas da Terra na Vida de um Homem

Ao fim dos primeiros dias de trabalho, deu por si de pé no centro do corredor, percorrendo as divisões com o olhar, e julgou perceber melhor a massa de que era feito o seu povo. Tudo oxidava. Os metais oxidavam, as madeiras oxidavam, as paredes e os tecidos e os objectos oxidavam — e o que não oxidava enchia-se de salitre, ressequia ao sol ou, sobrevivendo aos abalos de terra, tombava à fúria do vento. E, no entanto, havia algo de belo nisso também, como se ao cabo de uma só vida um homem pudesse dizer, sem grande esforço metonímico, que as entranhas da Terra se revolviam no interior do seu próprio estômago.

O Acaso Introduz e Acaba as Nossas Acções

É de um sadismo soberbo pensar que deveríamos ser julgados pelas nossas boas e más acções, uma vez que só de um pequeníssimo número das nossas acções podemos decidir. O acaso cego, que se distingue da justiça cega pelo simples facto de ainda não usar venda, introduz e acaba as nossas acções; o que podemos fazer e, bem entendido, o que devemos fazer, em virtude da existência tantas vezes negada da nossa consciência, é deixarmo-nos arrastar numa certa direcção e mantermo-nos depois nessa direcção enquanto conservamos os olhos abertos e estamos conscientes de que o fim em geral é uma ilusão, pelo que o fundamental é a direcção que mantivermos, pois só ela se encontra sob o nosso controlo, sob o controlo do nosso miserável eu. E a lucidez, sim, a lucidez, os olhos abertos fitando sem medo a nossa terrível situação devem ser a estrela do eu, a nossa única bússola, uma bússola que cria a direcção, porque sem bússola não há direcção. Mas se me disponho agora a acreditar na direcção, passo a duvidar dos testemunhos relativos à maldade humana, uma vez que no interior de uma mesma direcção – em si mesma excelente – podem existir correntes boas e más.

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Não tentes impor-te a todo custo. De que serve a atitude inflexível e arrogante? Através dela, pode-se ver o vazio interior. O valor do ser humano não está numa atitude irredutível e orgulhosa.

Vive Plenamente

Vê se consegues apanhar-te a lamentar-te, quer por palavras quer por pensamentos, por causa de determinada situação em que te encontres, do que as outras pessoas fazem ou dizem, do teu meio envolvente, da situação da tua vida, ou até mesmo por causa do tempo. Uma lamentação é sempre uma não aceitação daquilo que é. E traz invariavelmente consigo uma carga negativa inconsciente. Quando te lamentas, tu próprio te fazes de vítima. Quando elevas a voz, estás no teu poder. Por isso muda a situação tomando providências, levantando a voz se for necessário ou possível; deixa a situação ou aceita-a. Tudo o mais é loucura.

De certa forma, a inconsciência ordinária está sempre ligada à recusa do Agora. O Agora, evidentemente, também significa o aqui. Estás a resistir ao teu aqui e agora? Há pessoas que só estão bem onde não estão. O seu “aqui” nunca é suficientemente bom. Através da auto-observação, vê se é esse o teu caso. Estejas onde estiveres, está lá plenamente. Se achares que o teu aqui e agora é intolerável e te deixa infeliz, tens três opções à escolha: ou te retiras da situação, ou a mudas, ou a aceitas totalmente. Se quiseres tomar a responsabilidade pela tua vida,

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A Fonte da Harmonia

A boa disposição e a alegria de um cão, o seu amor incondicional pela vida e a prontidão dele para a celebrar a todo o momento contrasta muito com o estado de espírito do dono – deprimido, ansioso, sobrecarregado de problemas, perdido em pensamentos, ausente do único lugar e do único tempo que existe: o Aqui e o Agora. E uma pessoa interroga-se: vivendo com alguém assim, como consegue o cão manter-se tão equilibrado e são, tão cheio de alegria?

Quando apreendemos a Natureza apenas através da mente, do pensamento, não somos capazes de sentir a sua força de viver e de existir. Vemos somente a parte física, a matéria, e não nos apercebemos da vida interior – o mistério sagrado. O pensamento reduz a Natureza a uma mercadoria que se usa na busca de benefícios ou de conhecimento ou de qualquer outro fim utilitário. A floresta ancestral passa a ser vista apenas como madeira, o pássaro como um objecto de investigação, a montanha como alguma coisa para se explorar ou conquistar.

Quando se apreende a Natureza, deve-se permitir que hajam momentos sem pensamento, sem a intervenção da mente. Ao aproximarmo-nos da Natureza desta maneira, ela responde-nos e,

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A concepção de organismo humano esboçado neste livro e a relação entre emoção e a razão que emerge dos resultados aqui discutidos sugerem, no entanto, que o fortalecimento da racionalidade requer que seja dada maior atenção à vulnerabilidade do mundo interior.

Não Desperdices o Teu Tempo a Viver a Vida de Outras Pessoas

O teu tempo é limitado, por isso não o desperdices a viver a vida de outra pessoa. Não te deixes armadilhar pelos dogmas – que é a mesma coisa que viver pelos resultados do que outras pessoas pensaram. Não deixes que o ruído das opiniões dos outros saia da tua própria voz interior. E, mais importante ainda, tem a coragem de seguir o teu coração e a tua intuição. Estes já sabem, de alguma froma, aquilo em que tu verdadeiramente te vais tornar. Tudo o resto é secundário.

Aqui

Aqui, deposta enfim a minha imagem,
Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem,
No interior das coisas canto nua.

Aqui livre sou eu — eco da lua
E dos jardins, os gestos recebidos
E o tumulto dos gestos pressentidos,
Aqui sou eu em tudo quanto amei.

Não por aquilo que só atravessei,
Não pelo meu rumor que só perdi,
Não pelos incertos actos que vivi,

Mas por tudo de quanto ressoei
E em cujo amor de amor me eternizei.

A viagem não começa quando se percorrem distâncias, mas quando se atravessam as nossas fronteiras interiores.

O Significado do Amor

Eu pensava que conhecia o significado do amor. O amor é o sangue do sol dentro do sol. A inocência repetida mil vezes na vontade sincera de desejar que o céu compreenda. Levantam-se tempestades frágeis e delicadas na respiração vegetal do amor. Como uma planta a crescer da terra. O amor é a luz do sol a beber a voz doce dessa planta. Algo dentro de qualquer coisa profunda.

O amor é o sentido de todas as palavras impossíveis. Atravessar o interior de uma montanha. Correr pelas horas originais do mundo. O amor é a paz fresca e a combustão de um incêndio dentro, dentro, dentro, dentro, dentro dos dias. Em cada instante de manhã, o céu a deslizar como um rio. A tarde, o sol como uma certeza. O amor é feito de claridade e da seiva das rochas. O amor é feito de mar, de ondas na distância do oceano e de areia eterna. O amor é feito de tantas coisas opostas e verdadeiras. Nascem lugares para o amor e, nesses jardins etéreos, a salvação é uma brisa que cai sobre o rosto suavemente.

Eu acreditava mesmo que o amor é o sangue do sol dentro do sol.

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A Vida

“A Vida”
IV
“…A vida é assim, uma ânsia… feito a vaga
que se ergue e rola a espumejar na areia,
– apor esse bem que a tua mão semeia
espera o mal que ainda terás por paga!

A essa hora boa que te agrada e enleia
sucede uma outra torturante e aziaga,
– a vida é assim… um canto de sereia
que à morte nos convida, e nos afaga…

O teu sonho melhor bem pouco dura,
e há sempre”um amanhã”cheio de dor
para”um hoje”nem sempre de ventura…

Toma entre as mãos o búzio da alegria
e surpreso verás que no interior
canta profunda e imensa nostalgia!…”