O castigo da ocasião malograda é o não tornar a encontrar-se mais.
Passagens de Jean-Jacques Rousseau
133 resultadosO homem verdadeiramente livre apenas quer o que pode e faz o que lhe agrada.
Abster-se para gozar, é a filosofia do sábio, é o epicurismo da razão.
A juventude é a época de se estudar a sabedoria; a velhice é a época de a praticar.
Conheço muito bem os homens para ignorar que muitas vezes o ofendido perdoa, mas o ofensor não perdoa jamais.
A consciência é a voz da alma, as paixões são a voz do corpo.
Amor é a atracção dum sexo pelo outro, concentrada num só indivíduo.
É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de viver com alguém que saiba pensar.
A falsidade é susceptível de uma infinidade de combinações; mas a verdade só tem uma maneira de ser.
O Ciclo do Progresso
Da sociedade e do luxo que ela engendra, nascem as artes liberais e mecânicas, o comércio, as letras, e todas essas inutilidades que fazem florescer a indústria, enriquecem e perdem os Estados. A razão desse deperecimento é muito simples. É fácil ver que, pela sua natureza, a agricultura deve ser a menos lucrativa de todas as artes, porque, sendo o seu produto de uso mais indispensável para todos os homens, o preço deve estar proporcionado às faculdades dos mais pobres. Do mesmo princípio pode-se tirar a regra de que, em geral, as artes são lucrativas na razão inversa da sua utilidade, e de que as mais necessárias, finalmente, devem tornar-se as mais negligenciadas. Por ai se vê o que se deve pensar das verdadeiras vantagens da indústria e do efeito real que resulta dos seus progressos. Tais são as causas sensíveis de todas as misérias em que a opulência precipita, finalmente, as nações mais admiradas.
À medida que a indústria e as artes se estendem e florescem, o cultivador desprezado, carregado de impostos necessários à manutenção do luxo, e condenado a passar a vida entre o trabalho e a fome, abandona o campo para ir procurar na cidade o pão que devia levar para lá.
A espada gasta a bainha, costuma dizer-se. Eis o que aconteceu comigo. As minhas paixões fizeram-me viver, e as minhas paixões mataram-me.
A Piedade
A piedade é um sentimento natural, que, moderando em cada indivíduo a actividade do amor de si próprio, concorre para a conservação mútua de toda a espécie. É ela que nos leva sem reflexão em socorro daqueles que vemos sofrer; é ela que, no estado de natureza, faz as vezes de lei, de costume e de virtude, com a vantagem de que ninguém é tentado a desobedecer à sua doce voz; é ela que impede todo o selvagem robusto de arrebatar a uma criança fraca ou a um velho enfermo a sua subsistência adquirida com sacrifício, se ele mesmo espera poder encontrar a sua alhures; é ela que, em vez desta máxima sublime de justiça raciocinada, faz a outrem o que queres que te façam, inspira a todos os homens esta outra máxima de bondade natural, bem menos perfeita, porém mais útil, talvez, do que a precedente: faz o teu bem com o menor mal possível a outrem. Em uma palavra, é nesse sentimento natural, mais do que em argumentos subtis, que é preciso buscar a causa da repugnância que todo o homem experimentaria em fazer mal, mesmo independentemente das máximas da educação. Embora possa competir a Sócrates e aos espíritos da sua têmpera adquirir a virtude pela razão,
Bastará nunca sermos injustos para estarmos sempre inocentes?
Pelos mesmos caminhos não se chega sempre aos mesmos fins.
O homem que mais tem vivido não é aquele que conta mais anos, mas, sim, aquele que mais tem sentido a vida.
Fazer um homem feliz significa merecer sê-lo.
A natureza nunca nos engana; somos sempre nós que nos enganamos.
O homem não foi feito para meditar, mas para agir.
No amor, um favor que não é exclusivo torna-se uma injúria.
O povo, por ele próprio, quer sempre o bem, mas, por ele próprio, nem sempre o conhece.