Maravilhas nunca faltaram ao mundo, o que sempre falta é a capacidade de senti-las e admirá-las.
Passagens de Mário Quintana
363 resultadosCada poema é uma garrafa de náufrago jogada às águas… Quem a encontra, salva-se a si mesmo.
Há uns que morrem antes; outros depois. O que há de mais raro, em tal assunto, é o defunto certo na hora exata.
O luar é a luz do sol que está dormindo…
O poema essa estranha máscara mais verdadeira do que a própria face.
A vida é o dever que trouxemos para fazer em casa
Da Observação
Não te irrites, por mais que te fizerem…
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio…
Eu estava dormindo e me acordaram E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco… E quando eu começava a compreendê-lo Um pouco, Já eram horas de dormir de novo!
A esperança é um urubu pintado de verde.
Frases felizes… Frases encantadas… Ó festa dos ouvidos! Sempre há tolices muito bem ornadas… Como há pacóvios bem vestidos.
A indulgência é a maneira mais polida de desprezar alguém.
Um poema que ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, de teu próprio coração.
A mentira é uma verdade que não aconteceu.
A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.
O despertador é um acidente de tráfego de sono.
E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão.
Obsessão do Mar Oceano
Vou andando feliz pelas ruas sem nome…
Que vento bom sopra do Mar Oceano!
Meu amor eu nem sei como se chama,
Nem sei se é muito longe o Mar Oceano…
Mas há vasos cobertos de conchinhas
Sobre as mesas… e moças na janelas
Com brincos e pulseiras de coral…
Búzios calçando portas… caravelas
Sonhando imóveis sobre velhos pianos…
Nisto,
Na vitrina do bric o teu sorriso, Antínous,
E eu me lembrei do pobre imperador Adriano,
De su’alma perdida e vaga na neblina…
Mas como sopra o vento sobre o Mar Oceano!
Se eu morresse amanhã, só deixaria, só,
Uma caixa de música
Uma bússola
Um mapa figurado
Uns poemas cheios de beleza única
De estarem inconclusos…
Mas como sopra o vento nestas ruas de outono!
E eu nem sei, eu nem sei como te chamas…
Mas nos encontramos sobre o Mar Oceano,
Quando eu também já não tiver mais nome.
A maior dor do vento é não ser colorido.
Só se deve beber por gosto: beber por desgosto é uma cretinice.
Linha Curva: O caminho mais agradável entre dois pontos.