Passagens de Mário Quintana

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Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas.

Da vez primeira em que me assassinaram perdi um jeito de sorrir que tinha… Depois, de cada vez que me mataram, Foram levando qualquer coisa minha.

Se as coisas são inatingíveis, ora! Não é motivo para não querê-las. Que tristes seriam os caminhos se não fora a presença distante das estrelas.

Eu Escrevi um Poema Triste

Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza…
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel…
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves…
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!

Sorri com tranquilidade Quando alguém te calunia. Quem sabe o que não seria Se ele dissesse a verdade…

O eterno espanto que haverá com a lua que sempre que a gente a olha é com o súbito espanto da primeira vez?

O mata-borrão absorve tudo e no fim da vida acaba confundindo as coisas por que passou… O mata borrão parece gente!

Da amizade entre as mulheres Dizem-se amigas… Beijam-se… Mas qual! Haverá quem nisso creia! Salvo se uma das duas, por sinal, For muito velha, ou muito feia…

Esses que puxam conversa sobre se chove ou não chove – não poderão ir para o Céu! Lá faz sempre bom tempo…

Espalhe que o amor não é banal. E que, embora estejam distorcendo o sentido verdadeiro dele nos tempos modernos de hoje, ele existe.

Pergunto-me por que o uivar de lobos, os trovões, os raios constituem o pano de fundo para as cenas de horror. Pois, quando o medo é muito, faz-se um silêncio na alma. E nada mais existe.

Por isso é que os poemas têm ritmo – para que possas profundamente respirar. Quem faz um poema salva um afogado.