A modéstia é o mais nobre de todos os adornos.
Passagens sobre Nobres
283 resultadosA inveja assalta os mais nobre;o vento ruge nos mais altos picos.
Quando se ama uma mulher, ou ela se deixa erguer um trono de domĂnio na alma, e entĂŁo o homem ama por desejo e gratidĂŁo; ou ela repele os afectos do que a requesita, e entĂŁo Ă© nobre o deixá-la na livre escolha de quem lhe apraz.
A Senhora de Brabante
Tem um leque de plumas gloriosas,
na sua mĂŁo macia e cintilante,
de anéis de pedras finas preciosas
a Senhora Duquesa de Brabante.Numa cadeira de espaldar dourado,
Escuta os galanteios dos barões.
— É noite: e, sob o azul morno e calado,
concebem os jasmins e os corações.Recorda o senhor Bispo acções passadas.
Falam damas de jĂłias e cetins.
Tratam barões de festas e caçadas
à moda goda: — aos toques dos clarins!Mas a Duquesa é triste. — Oculta mágoa
vela seu rosto de um solene véu.
— Ao luar, sobre os tanques chora a água…
— Cantando, os rouxinĂłis lembram o cĂ©u…Dizem as lendas que SatĂŁ vestido
de uma armadura feita de um brilhante,
ousou falar do seu amor florido
à Senhora Duquesa de Brabante.Dizem que o ouviram ao luar nas águas,
mais louro do que o sol, marmĂłreo, e lindo,
tirar de uma viola estranhas mágoas,
pelas noites que os cravos vĂŞm abrindo…Dizem mais que na seda das varetas
do seu leque ducal de mil matizes…
Carta ao Mar
Deixa escrever-te, verde mar antigo,
Largo Oceano, velho deus limoso,
Coração sempre lyrico, choroso,
E terno visionario, meu amigo!Das bandas do poente lamentoso
Quando o vermelho sol vae ter comtigo,
– Nada Ă© mais grande, nobre e doloroso,
Do que tu, – vasto e humido jazigo!Nada Ă© mais triste, tragico e profundo!
Ninguem te vence ou te venceu no mundo!…
Mas tambem, quem te poude consollar?!Tu Ă©s Força, Arte, Amor, por excellencia! –
E, comtudo, ouve-o aqui, em confidencia;
– A Musica Ă© mais triste inda que o Mar!
Todas as Ideologias Profissionais SĂŁo Nobres
Todas as ideologias profissionais sĂŁo nobres: os caçadores, por exemplo, nunca sonhariam em se denominar carniceiros da floresta, afirmando, pelo contrário, a sua condição de legĂtimos amigos dos animais e da natureza; do mesmo modo, os comerciantes defendem o princĂpio do lucro honesto e os ladrões, por sua vez, adoptaram como seu o deus dos comerciantes, o distinto promotor das relações internacionais, MercĂşrio. NĂŁo adianta muito, por isso, acreditar na imagem que uma determinada actividade assume na consciĂŞncia daqueles que a exercem.
Porque «nenhum homem é uma ilha», também nós não somos homens de pedra que não se emocionam com as nobres paixões do amor, amizade e compaixão humana.
O Meu Carácter
Cumpre-me agora dizer que espécie de homem sou. Não importa o meu nome, nem quaisquer outros pormenores externos que me digam respeito. É acerca do meu carácter que se impõe dizer algo.
Toda a constituição do meu espĂrito Ă© de hesitação e dĂşvida. Para mim, nada Ă© nem pode ser positivo; todas as coisas oscilam em torno de mim, e eu com elas, incerto para mim prĂłprio. Tudo para mim Ă© incoerĂŞncia e mutação. Tudo Ă© mistĂ©rio, e tudo Ă© prenhe de significado. Todas as coisas sĂŁo «desconhecidas», sĂmbolos do Desconhecido. O resultado Ă© horror, mistĂ©rio, um medo por de mais inteligente.
Pelas minhas tendĂŞncias naturais, pelas circunstâncias que rodearam o alvor da minha vida, pela influĂŞncia dos estudos feitos sob o seu impulso (estas mesmas tendĂŞncias) – por tudo isto o meu carácter Ă© do gĂ©nero interior, autocĂŞntrico, mudo, nĂŁo auto-suficiente mas perdido em si prĂłprio. Toda a minha vida tem sido de passividade e sonho. Todo o meu carácter consiste no Ăłdio, no horror e na incapacidade que impregna tudo aquilo que sou, fĂsica e mentalmente, para actos decisivos, para pensamentos definidos. Jamais tive uma decisĂŁo nascida do autodomĂnio, jamais traĂ externamente uma vontade consciente. Os meus escritos,
A curiosidade de um mente nobre sinceramente cessa onde o amor pela verdade não a encoraja a ir além e o amor pelo seu semelhante a convida a parar.
…Algo que nĂŁo se pode buscar, nem achar, e talvez tampouco perder. A alma nobre tem reverĂŞncia por si mesma…
Carpe Diem
Que faço deste dia, que me adora?
Pegá-lo pela cauda, antes da hora
Vermelha de furtar-se ao meu festim?
Ou colocá-lo em música, em palavra,
Ou gravá-lo na pedra, que o sol lavra?
Força é guardá-lo em mim, que um dia assim
Tremenda noite deixa se ela ao leito
Da noite precedente o leva, feito
Escravo dessa fĂŞmea a quem fugira
Por mim, por minha voz e minha lira.(Mas já se sombras vejo que se cobre
Tão surdo ao sonho de ficar – tão nobre.
Já nele a luz da lua – a morte – mora,
De traição foi feito: vai-se embora.)
Amor Sem Fruto, Amor Sem Esperança
Amor sem fruto, amor sem esperança
É mais nobre, mais puro,
Que o que, domando a rĂspida esquivança,
Jaz dos agrados nas prisões seguro.
Meu leal coração, constante e forte,
Vendo a teu lado acesos,
Flérida ingrata, os ódios, os desprezos,
O rigor, a tristeza, a raiva, a morte,
Forjando contra mim, por ordem tua,
Mil setas venenosas,
Em prémio destas lágrimas saudosas,
Inda assim continua
A abrasar-se em teus olhos… Vis amantes,
Corações inconstantes,
De sórdidas paixões envenenados,
VĂłs, a cujos ardores,
A cujos desbocados
Infames apetites
A Virtude, a Razão não põe limites,
Suspirai por ilĂcitos favores,
Cevai-vos em torpĂssimos desejos,
Tratai, tratai de louco um amor casto,
Que eu nos grilhões que arrasto;
TĂŁo limpos como o Sol, darei mil beijos.
Peçonhenta aliança,
Vergonhoso prazer, de vĂłs nĂŁo curo;
De ti, sim, porque és puro,
Amor sem fruto, amor sem esperança.
A estirpe nĂŁo transforma os indivĂduos em nobres, mas os indivĂduos dĂŁo nobreza Ă estirpe.
O aplauso Ă© a espora dos espĂritos nobres e o fim dos fracos.
A mais nobre paixão humana é aquela que ama a imagem da beleza em vez da realidade material. O maior prazer está na contemplação.
Uma situação trágica existe quando o homem é mais nobre do que as forças que o destroem.
Nosso caráter é um presságio de nosso destino, e quanto maior a integridade que temos e mantemos, mais fácil e nobre este destino tem probabilidade de ser.
Acontece com os homens o mesmo que se passa com as paixões: há as nobres e as outras.
O mais nobre de todos os cachorros Ă© o cachorro-quente: ele alimenta a mĂŁo que o morde.
É com nobres sentimentos que má literatura é escrita.