A Armadilha do ódio é que ele nos prende demasiado estreitamente ao adversário. Não posso odiá-los, porque nada me liga a eles: não temos nada em comum.
Passagens sobre Ódio
426 resultadosSó podemos vencer o adversário com o amor, nunca com o ódio.
A Mata Virgem, Desgrenhada Aos Ventos
A mata virgem, desgrenhada aos ventos,
Eleva à noite a alma complexa e vária;
Do musgo humilde às grimpas da araucária
Há, talvez, gritos, há talvez, lamentos.Olhos presos na sombra, a passos lentos
Passeando na varanda solitária,
Apraz-me àquela orquestra tumultuária
A sós ouvir os rudes sons violentos.Ó noite, como que raivando, levas
Com o teu meu coração por essas trevas!
O teu – cólera, o meu – doce reclamo;Ambos, ao fogo atroz que têm no seio,
O teu bramindo: – O ódio eu sou, e odeio!
O meu chorando: – Eu sou o Amor, eu amo!
O ódio dos fracos não é tão perigoso quanto a sua amizade.
Tudo é Avaliado pela Nossa Vaidade
Para nada ser permanente em nós, até o ódio se extingue: cansamo-nos de aborrecer: a nossa inclinação tem intervalos, em que fica isenta da sua maldade natural; não esquece porém o ódio, que teve por princípio a vaidade ofendida; assim como nunca o favor esquece quando se dirige, e tem por objectivo a vaidade de quem recebe o benefício. A nossa vaidade é a que julga tudo: dá estimação ao favor, e regula os quilates à ofensa; faz muito do que é nada; dos acidentes faz substância; e sempre faz maior tudo o que diz respeito a si. Nos benefícios pagamo-nos menos da utilidade, que do obséquio; nas ofensas consideramos mais o atrevimento da injúria, que o prejuízo do mal; por isso se sente menos a dor das feridas, do que o arrojo do impulso; e assim na vaidade se formam cicatrizes firmes, e seguras; porque a lembrança do agravo a cada instante as faz abrir de novo, e verter sangue.
Pela primeira vez examinei a mim mesmo com o propósito seriamente prático. E ali encontrei o que me assustou: um bestiário de luxúrias, um hospício de ambições, um canteiro de medos, um harém de ódios mimados.