Para que tudo se consumasse, para que me sentisse menos só, faltava-me desejar que houvesse muitos espectadores no dia da minha execução e que me recebessem com gritos de ódio.
Passagens sobre Ódio
426 resultadosÓdio a si próprio de forma parcial na base de tudo o que constitui fracasso.
Não Deixes Transparecer o Teu Ódio e a Tua Ira
Deixar transparecer a ira ou o ódio em palavras ou expressões faciais é inútil, perigoso, pouco inteligente, ridículo e vulgar. Sendo assim, a ira ou o ódio devem ser demonstrados unicamente nas acções, e isso poderá ser feito tão mais perfeitamente quanto mais perfeitamente forem evitadas as atitudes anteriores.
A vida é provavelmente um emaranhado de amor e ódio, com nós permanentemente ligados.
Do ódio à amizade a distância é menor que do ódio à antipatia.
Não há sentimentos puros, nem na amizade nem no amor; e o amor vem sempre misturado com outras coisas, o ódio e a inveja e a gente quase quer mal à outra pessoa por gostar dela.
Se, para saborear o mel é preciso destruir a colmeia, para provar o amor é preciso destruir o ódio!
Você pode desconfiar de uma admiração, mas não de um ódio. O ódio é sempre sincero.
A desgraça extingue ódios e invejas.
Sabedoria é paz e amor. Estultícia é ódio e guerra.
Sem amor por si mesmo, o amor pelos outros também não é possível. O ódio por si mesmo é exactamente idêntico ao flagrante egoísmo e, no final, conduz ao mesmo isolamento cruel e ao mesmo desespero.
Iniciação ao Diálogo
I
De início bastará que olhes mais vezes
na mesma direcção hoje evitada
(estandartes nos olhos são mais leves
do que no coração duros tambores),
ainda que o teu olhar próprio não rompa
as lajes de ódio com que te muraste.II
O vento e chuva e tempo, sobre a pedra
passando sempre, hão-de gastá-la: um dia,
antes que a obture o musgo ou algum pássaro
aí faça o ninho fofo, encontrarás,
entre o lado que afirmas teu e o outro,
uma réstia de azul — o azul de todos.III
Talvez rumor de passos, para além
do muro atravessado aos teus desígnios…
Não porás terra onde se pôs o céu:
ver o que diz o ouvido agora queres,
e onde a rocha fendeu-se cabe um olho
humano e mais a boca do fuzil.IV
Provando frágil o que acreditavas
inexpugnável, eis que em ti se fixam
atentos outro olho e outro fuzil!V
Contemplador e contemplado, hesitas
aprendendo na espera o inesperado:
lares como os que tens,
A inveja é mais irreconciliável do que o ódio.
Nunca a polícia terá espiões comparáveis aos que se colocam ao serviço do ódio.
Sabedoria I, III
Que dizes, viajante, de estações, países?
Colheste ao menos tédio, já que está maduro,
Tu, que vejo a fumar charutos infelizes,
Projectando uma sombra absurda contra o muro?Também o olhar está morto desde as aventuras,
Tens sempre a mesma cara e teu luto é igual:
Como através dos mastros se vislumbra a lua,
Como o antigo mar sob o mais jovem sol,Ou como um cemitério de túmulos recentes.
Mas fala-nos, vá lá, de histórias pressentidas,
Dessas desilusões choradas plas correntes,
Dos nojos como insípidos recém-nascidos.Fala da luz de gás, das mulheres, do infinito
Horror do mal, do feio em todos os caminhos
E fala-nos do Amor e também da Política
Com o sangue desonrado em mãos sujas de tinta.E sobretudo não te esqueças de ti mesmo,
Arrastando a fraqueza e a simplicidade
Em lugares onde há lutas e amores, a esmo,
De maneira tão triste e louca, na verdade!Foi já bem castigada essa inocência grave?
Que achas? É duro o homem; e a mulher? E os choros,
Quem os bebeu?
O ciúme é o germe do ódio no amor; mata-o às vezes, fere-o sempre.
Pornografia é a sexualidade essencial do poder masculino: de ódio, de posse, de hierarquia; de sadismo, de dominância.
Se um único homem chega à plenitude do amor, neutraliza o ódio de milhões.
A Inocência
Caminhando no mundo vai segura
A Inocência, com grave firme passo.
Sem temor de cair no infame laço
Que arma a traidora mão, a mão perjura.Como não obra mal, nem mal procura
Para os seus semelhantes, corre o espaço
Sem lança, sem arnês, sem peito de aço,
Armada só de consciência pura.Pois que ofensa não faz, não teme ofensa
E por isso passeia, satisfeita,
Sem as feras temer na selva densa.Traições, ódios, vinganças não espreita.
Certa no bem que faz, só nele pensa:
Quem remorsos não tem, mal não suspeita.
A alma, ao contrário do que tu supões, a alma é exterior: envolve e impregna o corpo como um fluido envolve a matéria. Em certos homens a alma chega a ser visível, a atmosfera que os rodeia tomar cor. Há seres cuja alma é uma contínua exalação: arrastam-na como um cometa ao oiro esparralhado da cauda – imensa, dorida, frenética. Há-os cuja alma é de uma sensibilidade extrema: sentem em si todo o universo. Daí também simpatias e antipatias súbitas quando duas almas se tocam, mesmo antes da matéria comunicar. O amor não é senão a impregnação desses fluidos, formando uma só alma, como o ódio é a repulsão dessa névoa sensível. Assim é que o homem faz parte da estrela e a estrela de Deus.